5 discos que mudaram a minha vida, com Caio Weber

Ex-vocalista da Cefa, músico inaugura novo quadro fixo aqui no Downstage, abrindo sua prateleira de álbuns favoritos

Arte: Carol Moraes / Downstage

Músico, compositor e produtor, Caio Weber dedicou metade da vida ao sonho de ter uma banda ao lado dos melhores amigos: a Cefa, que encerrou seu ciclo de mais de uma década em 2024. Agora, ao reescrever o seu roteiro, o vocalista, guitarrista, baterista e pai de duas cachorrinhas promete que ainda tem muito a compartilhar com o mundo.

“Faço músicas tristes para tentar não ser”, é o que diz sua bio no Spotify e o que reflete bem por onde sua carreira andou até o momento. E é no meio de tantas histórias que convidamos Caio para revisitar sua prateleira de discos e contar com exclusividade ao Downstage quais foram os trabalhos musicais que mudaram a sua vida, em um novo quadro aqui do site, escrito por cada músico convidado.

Foto: Kon Fotografia

5. Bring me the Horizon – Sempiternal

Embora eu tenha me identificado cada vez menos com as coisas que o Bring tem produzido ultimamente, não consigo negar o quando o SEMPITERNAL me influenciou, tanto como vocalista quanto como letrista.

A forma crua que o Olivier se expressa nesse disco me conectou demais a banda na época. Inclusive, me marcou muito também pelo fato de ter tido uma experiência de quase morte meses após o lançamento, então, esse foi um álbum que me acompanhou no momento mais difícil da minha vida e por isso também eu tenho um apego muito profundo com essas músicas.

4. Belchior – Alucinação

Eu conheci Belchor tarde, ainda bem. Claro que a figura do bigodão já pairava meu imaginário mas musicalmente falando, eu não fazia ideia do que se tratava, até que, em 2020, em pleno a pandemia do COVID-19 eu tive contado com o que eu considero um dos melhores álbuns brasileiros de todos os tempos.

Ouvir o Alucinação com “20 e poucos anos de sonho e de sangue” em um momento tão difícil sociopolítico caiu como uma luva. Pra mim, esse álbum possui as melhores letras já escritas em um único disco.

3. Los Hermanos – Ventura

Quando eu fiz 18 anos, ganhei um box com toda discografia do Los Hermanos, que até aquele momento pra mim, assim como pra muita gente, era uma banda estranha e chata — mas ao me deparar com esse disco tudo mudou. O aspecto brasileiro nos arranjos e as composições me fizeram a partir dali olhar com muito mais carinho pra música nacional e até incorporar isso nas minhas próprias composições.

2. Copeland – You Are My Sunshine

Esse é o meu disco de conforto e possivelmente o álbum que mais ouvi na vida. Ele é minha definição de músicas lindas e tristes e, em termos de produção, uma das minhas maiores referências.

1. Underoath – Define the Great Line

Difícil não citar esse como sendo o principal divisor de águas pra mim uma vez que esse disco moldou praticamente toda minha maneira de ver e fazer música. Eu tinha 13 anos quando vi o clipe de “Writing on the Walls” pela primeira vez e lembro da sensação de impacto que aquilo me causou. Era um som diferente de tudo que eu já havia tido acesso, era enérgico, emocional, melódico, caótico, tudo ao mesmo, e como naquela época eu era baterista, Aaron Gillespie se tornou minha maior referência e um dos responsáveis por hoje eu cantar.

Menção honrosa: Lô Borges e Milton Nascimento – Clube da Esquina

Menção honrosa ao que eu considero o top três melhores álbuns da música brasileira. Esse disco pra mim tem o mesmo grau de importância que o Abbey Road dos Beatles (que também poderia estar nessa menção).