Face To Face mantém as raízes do punk em No Way out but Through

Medalhões do punk entregam mais um trabalho sólido em seu décimo disco de inéditas

Imagem: Reprodução / Fat Wreck Chords

O Face to Face é uma banda consolidada e respeitada no punk rock, que não precisa provar mais nada para ninguém. Com 30 anos de carreira e uma vasta discografia, já se encontraram dentro do som que fazem e estão confortáveis e seguros com sua sonoridade. A banda lançou no último dia 10 de setembro de 2021, seu décimo álbum de inéditas, intitulado No Way out but Through.

(Imagem: Divulgação)

Após um período de 5 anos sem lançar material novo, lançando um disco acústico nesse período, o belíssimo Hold Fast: Acoustic Sessions (2018), o Face To Face retorna com 12 faixas do mais puro punk rock melódico.

No Way Out But Through segue a mesma métrica dos últimos trabalhos da banda, continuando em sua zona de conforto e sem grandes mudanças musicais, o que não é algo ruim no caso do Face To Face. Pelo contrário, os californianos são referência no gênero e fazem um punk rock cirúrgico e viciante, fazendo a alegria dos fãs que sabem que não vão se decepcionar com um novo trabalho da banda.

É claro que eles já experimentaram novos caminhos e diferentes sonoridades anteriormente. Um belo exemplo é o álbum Ignorance Is Bliss (1999), onde o F2F tirou o pé do acelerador e fez um som calcado no emocore e com pinceladas de rock alternativo.

Mas em No Way out but Through, o som energético, rápido e melódico que já se tornou marca registrada da banda é o que predomina.  Abrindo com Black Eye Specialist, o instrumental carregado de melodia já prepara o ouvinte para a jornada punk que é o álbum. A faixa remete aos momentos menos acelerados da banda, mas entrega toda a energia contagiante característica do F2F em um refrão marcante.

A faixa título, primeiro single de trabalho, traz o instrumental acelerado clássico do punk rock. Os vocais de Trever Keith se destacam na música e o refrão com seu “Oh Oh Oh”, já entrega que essa vai ser uma das melhores para executar nos shows. A Miss is as Good as a Mile, puxa para o hardcore californiano, onde a melodia aflora abertamente.

A dobradinha Blanket Out e Anonymous são faixas com a cara do Face to Face. Rápidas, melódicas e com refrãos poderosos. Chegando na metade do álbum, Ruination Here We Come transborda punk rock. A canção é facilmente uma das melhores do disco, injetando uma boa dose de energia no ouvinte.

Long Way Down é aquela típica faixa para inspirar. Com linhas bem trabalhadas e uma métrica sólida, é mais um acerto dos californianos, abrindo, claro, para um refrão que gruda na cabeça. Vertigo-Go abre com uma linha poderosa de baixo, pavimentando para um mix de sentimentos quando o instrumental todo é apresentado. Aquela faixa com a cara e o RG do Face To Face.

(Imagem: Divulgação)

Questionando o ser e o estar, a coesa You Were Wrong About Me se mostra mais calma e brilhante, crescendo após a ponte e explodindo nos nossos ouvidos com os já citados “Oh, Oh, Ohh”, impecável! Spit Shine e This Is My Vanishing Act carregam a essência do punk rock, mais uma vez mostrando o lugar que o Face To Face ocupa nessa bagunça toda: são rápidas, contestadoras e diretas.

O disco encerra com a virtuosa Farewell Song, nos despedindo do full no maior estilo nostálgico, nos transportando para o passado com a ambiência presente no seu redor, provando mais uma vez o quão a banda consegue ser intimista dentro de suas composições, sempre se firmando e reafirmando com um dos grandes nomes do punk rock mundial.

No Way out but Through é fruto de uma sintonia incrível que rola dentro do Face To Face, mostrando o quão em forma o quarteto está dentro, e fora dos estúdios de gravação. Sempre se reinventando sem perder a essência no qual os trouxe até aqui, é de se esperar sempre coisas incríveis vindo dessa condecorada banda.

Para fãs de: NOFX, Bad Religion e Belvedere.