FELICITY mostra pop punk diversificado e ousado em Dear Universe

Banda vai além do pop punk tradicional e entrega disco de estreia cheio de experimentações

Capa: Adventure Cat Records

Diretamente de Orlando, na Flórida, a FELICITY vem lançando ao longo dos anos singles e EPs, preparando seu público para o tão esperado full length. Lançado no dia 16 de julho de 2021, Dear Universe mostra uma banda disposta a explorar novas possibilidades e sair do comum, resultando em uma grata surpresa para os fãs de pop punk.

Diferente de seu último EP, Old Habits (2020), que tem uma sonoridade mais pé no chão e não se arrisca em furar a bolha do pop punk tradicional, Dear Universe não tem medo de experimentar e isso fica evidente ao longo das 11 faixas presentes no álbum. O disco conta as melhores e piores experiências vividas pelos cinco integrantes da banda. 

(Foto: Anthony Catalano)

Logo na faixa de abertura, a ótima Carpe Diem, já é possível perceber as novas experimentações da banda. Com um instrumental bem marcante, a música surpreende com sua dinâmica diferenciada. A canção começa climática com seus sintetizadores, fica intensa e depois caminha para um refrão grudento com seus “Na na na na”, que fixam facilmente na cabeça do ouvinte. Uma faixa cheia de transições, todas bem assertivas e bem pensadas. 

Em Hit and Run, a banda chega com mais atitude. A música segue uma estrutura mais linear, crescendo aos poucos para então surpreender com vocais rasgados e um refrão explosivo. É possível notar flertes com o post-hardcore, bem pontuais e bem alocados. Facilmente um dos destaques do álbum.

Pendulum consegue pontuar bem os momentos de peso e contrastar com a melodia pop presente nos vocais. Na música, a FELICITY se aproxima das bandas de metal alternativo, que sabem mesclar riffs pesados com vocais limpos e com uma melodia mais radiofônica. 

Com um baixo pulsante, Ghost Town se aproxima mais do pop punk e da sonoridade explorada em Old Habits. Ainda assim, a faixa guarda seus momentos de peso e espaço para berros precisos. É preciso pontuar que a FELICITY é uma banda que sabe fazer ótimos refrãos, todos bem cativantes e “chicletes”.

O álbum então cai em um momento pop de arena na canção You Got This. Outro belo momento do disco, onde a banda coloca sua personalidade e transmite uma mensagem positiva. A banda explica que a letra é sobre não desistir quando as dificuldades aparecem. 

The Weather volta para o pop punk, com uma melodia muito gostosa e com algumas transições ao longo da faixa. É uma daquelas músicas que aquecem o coração do ouvinte.  O álbum perde um pouco de força em Wish You Weren’t Here, que diferente das faixas anteriores, não se arrisca e segue a fórmula padrão do gênero. 

Começando como uma baladinha voz e violão, Lonely Nights ganha corpo rapidamente e conta com belos backing vocals femininos, que deixam a música mais rica e harmônica. 

Highs & Lows é uma balada pop que fica apagada no final do álbum e não se destaca muito. A faixa C’est La Vie encerra o disco muito bem, com aquele clima de despedida e deixando um gostinho de quero mais. 

Em Dear Universe, a FELICITY prova que é possível inovar dentro do pop punk e se aventurar em diferentes experimentações sem medo errar. O álbum é diversificado e consegue caminhar por diferentes camadas, surpreendendo o ouvinte e segurando sua atenção ao longo do trabalho. Dear Universe é certamente um dos lançamentos mais interessantes e coloca a FELICITY como um nome promissor e criativo dentro do pop punk. 

Para fãs de: Brooklane, Brave New World e The Young Hearts