Joyce Manor segue com sua essência em 40 oz. to Fresno

Em um disco com menos de 20 minutos de duração, o trio mostra novamente que não precisa de músicas longas para dizer o que precisa ser dito

Capa: Epitaph

Quem é fã de Joyce Manor e não aguentava mais esperar por músicas novas da banda já pode comemorar e muito! Sem lançar um álbum de inéditas desde 2018, a banda californiana – formada por Barry Johnson na guitarra e no vocal, Chase Knobbe também na guitarra e Matt Ebert no baixo e no backing vocal – chega com o 40 oz. to Fresno para mostrar que não está para brincadeira.

O disco conta com 9 faixas, sendo uma delas a já conhecida Gotta Let It Go, cujo clipe já está no mundo desde abril deste ano. A maioria das canções chega a ter nem 2 minutos, totalizando um pouco mais de 16 minutos de duração para o álbum inteiro, mas os fãs de Joyce Manor já estão acostumados a seus discos curtos e sabem que o trio não precisa de muito para passar sua mensagem.

Foto: Dan Monick

Souvenir inicia o álbum já com um riff marcante que dá vontade de dançar. A letra é simples, mas facilmente relacionável a quem a ouve, provocando uma identificação de imediato com aqueles que têm sua obsessão que os levam ao erro (quem nunca?).

Em seguida vem a misteriosa NBTSA, que, além do nome nada óbvio, já chega na primeira frase com Barry perguntando se pode contar um segredo. E, apesar dele não revelar o que aconteceu a ele na noite passada, durante a música podemos decifrar o código do título da faixa: NBTSA é a sigla para “never be the same again”, estrofe repetida várias vezes na canção.

Ao contrário de NBTSA, Reason to Believe deixa o mistério de lado e parte para a obviedade, trazendo as frustrações de um amor que parecia ser verdadeiro. E, embora a faixa três fale sobre um tema comum na música, desilusão amorosa, a canção vem com uma estrutura nada clássica nem repetitiva, visto que nem refrão ela tem.

Foto: Dan Monick

You’re Not Famous Anymore também não vem com mistérios e tampouco com eufemismos. É um deboche bem escancarado misturado com um “tapa na cara” para alguém que perdeu a fama e vive agora uma vida comum. Se é melhor ser famoso ou não, eu não sei dizer, mas certamente Joyce Manor prefere estar vivendo da música a trabalhar em um supermercado.

Em Don’t Try, a banda mostra que de fato esse disco começou a ser escrito durante a quarentena, mostrando o desânimo e a confusão interna que provavelmente o mundo inteiro passou em 2020. É uma boa canção para pôr para fora toda a frustração que a pandemia gerou, com uma batida que dá vontade de balançar pelo menos o pé.

A faixa seis é nada mais e nada menos que o primeiro single do disco, Gotta Let It Go. Com uma melodia ímpar, Gotta Let It Go é para dar aquela sensação de alívio ao se fazer algo que geralmente é tão difícil, mas às vezes necessário: deixar ir.

A faixa seguinte, Dance With Me, até poderia ser uma música romântica, devido ao título, mas é na verdade uma mensagem para alguém que possui um vício que não consegue deixar de lado. Para isso, o pedido de Barry é simples: “venha e dance comigo”.

Did You Ever Know?, por outro lado, já deixa explícito seus sentimentos por mais um amor (ou seria o mesmo?) que não deu certo, questionando a pessoa a manda se ela fato fazia alguma ideia de seu sentimento tão profundo, deixando nada para trás.

Por último, mas com certeza não menos importante, Joyce Manor volta com o mistério em Secret Sisters para encerrar o disco de forma satisfatória, direto ao ponto, seja o que for que ele queira saber dessas irmãs secretas…

40 oz. to Fresno definitivamente mostra que Joyce Manor ainda vai crescer muito, sendo fiéis à sua essência musical, que segue a mesma desde o início, e provando que é uma promessa para o mundo do pop punk.
Para fãs de: Good Charlotte, Copeland, blink-182