menores atos é ainda mais intenso e introspectivo em seu novo EP ‘Lúmen’

Banda carioca expressa uma realidade nua e crua de SP de uma forma metafórica e um tanto solitária

Capa: Flecha Discos

Músicas tristes e introspectivas são a marca registrada de menores atos, e com o EP Lúmen não foi diferente, na verdade, se intensificou de uma forma mais fria, solitária e nublada, como o clima que a Grande São Paulo proporciona.

O EP conta com cinco faixas que foram escritas logo que a banda do Rio de Janeiro se mudou para a Cidade da Garoa. A mudança climática foi tão marcante para os integrantes, que acabou impactando diretamente na composição de todo o álbum. 

Foto: Pedro Ribas

Breu já se mostra completamente discrepante dos outros álbuns do trio. É uma faixa densa, carregada, mais lenta e com um peso enorme enquanto, metaforicamente, descreve o clima de SP e a própria falta do Sol. Se alguém tentasse descrever essa cidade de alguma forma, não seria tão assertivo como essa faixa, que expressa de uma forma fria e úmida a vida de quem mora nela.

Muro já começa com uma batida um pouco mais animada e os riffs trazem uma melodia mais suave e tranquila. Entretanto, a letra é triste e retrata uma realidade que poucas pessoas conseguem enxergar: os obstáculos que elas mesmas colocam diante de si para conquistar o que almejam. É natural, é invisível, não tem como perceber, mas está lá o tempo todo. E mesmo que esses obstáculos sejam reais e palpáveis, como alguém poderia realmente ver?

Aquário tem uma melodia marcante e intensa, que te faz viajar pelas estrelas do universo. É algo único, uma sensação de êxtase, principalmente no refrão. Apesar de uma letra mais lamentosa e emotiva, cada verso te cativa e te prende, trazendo uma calmaria e tranquilidade que faz desejar que a música jamais termine.

Queda tem uma melodia consistente em relação ao EP inteiro. Ela complementa todas as outras faixas de uma forma que não fique monótono e nem mais do mesmo, mas é como se toda a frieza e solidão que o Lúmen traz fossem apenas um delírio de uma pessoa que perdeu a sua luz interna.

Finalizando o EP, Lúmen começa com um ritmo mais suave, uma batida bem lenta, um baixo preciso e uma guitarra mais tranquila e constante. Na letra, a faixa se inicia triste, nublada, sem esperança, cansada da chuva incessante dia após dia, mas termina otimista, com uma chama acesa dentro do peito, com o tão esperado sol batendo na janela.

Foto: Julia Magalhaes

Frio, triste, solitário, calmo, cativante, suave, emotivo, intenso e real. Assim é Lúmen, assim começa uma nova fase para menores atos que, com poucas músicas, nos trouxe um uma outra perspectiva, um novo jeito de olhar para dentro de nós mesmos.

Para saber mais sobre o Lúmen e essa nova fase da banda, confira a entrevista exclusiva que o trio carioca deu para o Downstage.

Para fãs de: Terno Rei, Cefa e Black Days