Modern Error cria o seu próprio universo em Victim of a Modern Age

Banda britânica traz um som formidável em seu álbum debut

Capa: Rude Records

Bandas que são formadas por irmãos são sempre uma surpresa de tirar o fôlego. E não podia ser diferente com Modern Error. Formada pelos irmãos gêmeos britânicos Zak e Kel Pinchin, a banda veio para transformar completamente a forma de sentir a música underground europeia.

Victim Of A Modern Age traz um som peculiar que te transporta para uma paisagem sonora totalmente etérea e com distorções violentas que são capazes de te despertar os mais profundos sentimentos. O álbum te cativa do começo ao fim e é extraordinário em toda a sua essência. Sem dúvida, um dos álbuns mais bem elaborados que tivemos no começo de 2022.

(Foto: Ashley Bea)

Todas as faixas te prendem de uma forma diferente e única – a música que abre o álbum, [I] Modern Age, já é capaz de te levar para o mundo alternativo do álbum, despertando diversas emoções como a própria síntese da euforia, também já dando abertura para a faixa Error Of The World, que traz uma melodia hipnotizante e um lírico angelical, além de toda uma estrutura sonora com uma qualidade de arrepiar.

A Vital Sign é uma das faixas mais surreais do álbum. A melodia é estarrecedora e o vocal é perfeitamente equilibrado e consistente. Tudo nessa faixa é de tirar o fôlego, podendo se tornar uma das principais, senão a mais querida do álbum.

O refrão de Exit Obscured / Restricted To The Earth tem uma energia cativante e eufórica. É aquela faixa que faz o público querer ouvir várias vezes sem parar, enquanto Curtain Call é mais melódica e suave, transportando todos para fora do espaço-tempo.

Lull é uma das faixas mais diferentes do álbum e que pode dividir opiniões. Um pouco mais parada, a música conta com somente o vocal mais robotizado, sem instrumental.

(Foto: Ashley Bea)

The Truest Blue é genial em toda a sua composição. Com um refrão mais chiclete, é impossível não se apaixonar por ela e se deixar levar pela sua melodia esmagadora. É diferente, única, peculiar e tudo o que o post-hardcore estava precisando para entrar em uma fase mais moderna.

(Foto: Ashley Bea)

Only One tem uma melodia mais nostálgica. Ela faz o público se sentir dentro de uma balada underground dos anos 90. O vocal é impecável e o instrumental traz uma composição bem diferente que encaixa muito bem com toda a ideia da música. Faz com o que todos fiquem com uma vontade maluca de dançar sem parar com a música no último volume.

It’s Just A Feeling é outra faixa bem diferente, trazendo um universo único dentro dela. É intensa, irresistível e com uma energia caótica, mas de uma forma boa de sentir. É a típica música de festa underground que o público pira aos cuidados do álcool.

Euphoria / Visions Of Ecstasy tem um começo lento, mas com uma intensidade surpreendente. Faz o público querer mais da faixa, ansiar por algo enlouquecedor e, quando o refrão chega, não deixa a desejar. A música passa uma energia de euforia, como diz o título, e de algo além do nosso mundo. Faz todos viajarem e sentir o infinito dentro de si. As sensações são inexplicáveis.

New Age finaliza o álbum de estúdio com chave de diamante. Ela começa bem lenta, com uma energia mais suave e então… Estoura completamente. Cada faixa do álbum tem sua peculiaridade e seu mundo, e todas elas se completam, construindo um universo paralelo e cheio de vida.

Victim Of A Modern Age é esplendoroso em toda a sua essência. É um álbum que vai dividir opiniões, mas que quem souber como ouvir vai se surpreender. Quem está em busca de autoconhecimento vai se identificar com muitas das letras e quem gosta de ouvir coisas diferentes vai se apaixonar por Modern Error de primeira.

Para fãs de: Loathe, Circa Survive e Underoath.