Rise Against se preocupa com as gerações futuras em Nowhere Generation

Referência do punk/hardcore no mainstream, o Rise Against aborda mais um tema pertinente em seu poderoso disco de inéditas

Capa: Loma Vista Recordings

Consolidado como um dos grandes nomes do hardcore no mainstream, o Rise Against vem construindo ao longo dos anos uma discografia sólida e coesa. Abordando temáticas políticas e sociais, a banda sempre se preocupou em entregar uma mensagem relevante para seus ouvintes. Em seu mais recente lançamento, Nowhere Generation, o Rise Against apresenta uma abordagem diferente, ao tratar do peso e pressão que a geração atual coloca sobre todos.

(Imagem: Reprodução / Instagram @riseagainst)

O vocalista Tim Mcllarth explica em entrevistas que o tema geral de Nowhere Generation é a geração dos que foram afetados por vários fatores que visam manter as pessoas para baixo. Tim comenta sobre como a atmosfera atual empurra a linha de chegada para longe das pessoas, mesmo com todo o esforço praticado para alcançar esse objetivo. 

Com problemas diários como aquecimento global, tiroteios em escolas, mudanças climáticas e a pressão imposta pelas mídias sociais, que cobram um estilo de vida que ninguém pode alcançar, Nowhere Generation é sobre acordar com toda essa pressão e como lidar com isso.  O músico também destaca que a geração millennial é uma das mais afetadas por todos esses fatores e se preocupa com as gerações futuras. 

O álbum carrega toda a personalidade do Rise Against, com um instrumental afiado e vocais que prezam pela melodia. The Numbers, faixa que abre o disco, tem uma sonoridade que conversa com os últimos trabalhos da banda, onde o punk/hardcore melódico já característico do Rise Against se torna ainda mais presente. 

Com um ritmo mais lento, Sudden Urge tem um refrão marcante e energético. A faixa título tem aquela melodia radiofônica que torna o Rise Against acessível para qualquer público. Sem dúvidas um dos melhores momentos do álbum, já que a banda é sempre assertiva em seus singles de trabalho.

A acelerada Talking To Ourselves mostra como eles são competentes em fazer canções que grudam rapidamente na mente do ouvinte. A faixa é extremamente cativante e trabalha muito bem suas variações e andamentos. Broken Dreams, Inc. deixa a veia punk da banda aflorar. Rápida e urgente, a canção certamente vai agradar os fãs mais old school, principalmente pelo instrumental veloz.

No formato voz e violão, Forfeit quebra o ritmo do álbum em uma balada cheia de atitude, onde a performance vocal de Tim Mcllarth se destaca e impressiona o ouvinte. Monarch é de tirar o fôlego, injetando novamente aquela boa dose de hardcore/punk rápida e urgente. Apesar de serem boas músicas, Sounds Like e Sooner Or Later não se destacam tanto dentro do disco. Ambas ficam meio apagadas, o que mostra como o nível de qualidade da obra é alto. 

Middle Of A Dream e Rules Of Play encerram o álbum com maestria. Duas músicas poderosas e com muita energia, além de destacar muito bem o lado melódico do Rise Against, que certamente é um dos seus pontos fortes. 

(Imagem: Reprodução / Instagram @riseagainst)

Nowhere Generation é um dos grandes lançamentos do cenário punk/hardcore em 2021. O disco soa pesado, rápido e melódico na medida certa, mantendo a qualidade durante seus quase 42 minutos de duração. O Rise Against continua afiado em suas composições, sempre prezando em trazer uma mensagem necessária e que traga uma reflexão para o ouvinte.  Soando mais coeso que seu antecessor, Nowhere Generation tem tudo para se tornar um favorito entre os fãs da banda. 

Para fãs de: Face To Face, Alkaline Trio e Bad Religion