Onde Vou Agora?: Terno Rei bem pertinho e cheio de histórias pra contar

Documentário chega para celebrar os 10 anos de atividade da banda paulistana

Capa: Reprodução / Balaclava Records

Onde Vou Agora?, questiona a banda paulistana Terno Rei no título de seu primeiro documentário que tem como finalidade celebrar os 10 anos de atividade. A produção, dirigida por CINZA e Daniel Barosa, intercala em sua narrativa depoimentos exclusivos dos integrantes com imagens de arquivo e, é claro, uma live intimista do grupo que revisitou faixas de toda a sua discografia.

Indicado tanto para quem acompanha Ale Sater, Bruno Paschoal (“Sad Bruno”), Greg Maya e Luis Cardoso (Loobas) desde o início como também para quem foi fisgado pelo extraordinário Violeta em 2019, o filme entretém, emociona e acima de tudo aproxima o público da banda que vem ganhando o país a cada dia que passa. Onde Vou Agora? é íntimo, com os depoimentos tão leves e descontraídos como num bate-papo, mostrando Terno Rei em sua mais pura essência.

(Foto: cesinha)

A abordagem intimista, com os depoimentos gravados na casa de Bruno e Greg em São Paulo (cenário de muitas memórias da banda na última década), casam-se e complementam-se com os registros do arquivo pessoal dos integrantes em toda a narrativa — que embora não sejam muitos, cumprem bem a tarefa de ilustrar momentos cruciais dessa história. Essa simplicidade de contar os eventos e deixar com que o público imagine por si só ainda é capaz de criar proximidade com os espectadores, permitindo-os que assim criem suas próprias memórias.

A direção de CINZA e Daniel Barosa mesclada às imagens captadas de Caio Mazzilli e Eduardo Matsuzaki e finalizadas com a montagem de Lou Alves criam, por si só, uma experiência que ressoa de forma muito particular em cada um: seja um fã, um amigo, um parente ou até mesmo alguém que até hoje não ouviu falar do Terno Rei. Tão natural quanto sentar-se para contar uma história ou escrever uma carta cheia de memórias, Onde Vou Agora? transborda emoção nos quatro cantos da tela e divide, sem verniz, preocupações, medos e aflições que o quarteto viveu ao longo desses dez anos.

(Foto: cesinha)

Com os capítulos divididos em intervalos com as músicas tocadas ao vivo, o filme começa com Yoko, a primeira faixa do álbum que mudou a carreira da banda: Violeta, mas mesmo com essa introdução de aquecer o coração dos fãs, não demora tanto para o longa arremessar o público para meados de 2010 e revisitar momentos cruciais que tornaram Terno Rei o que é hoje.

Passando por Vigília, Essa Noite Bateu como um Sonho, primeira apresentação ao vivo a shows internacionais, a saída do integrante Victor Tombo e até mesmo o momento decisivo pós-turnê no Nordeste que fez a banda voltar para dentro de si e questionar se deveria continuar em atividade, Onde Vou Agora? emociona pela sua proximidade e cuidado em contar essa história. Seja por momentos de dificuldade ou triunfo, a banda não olha com amargor para seu passado e reconhece que todos os passos dados até ali formaram-nos o que é hoje.

Seja com “vozes que falam que o retorno é como andar para trás” ou de um “belo horizonte daqui de longe”, uma coisa é certa para o questionamento Onde Vou Agora?, feito no título: quando se trata do Terno Rei, é sempre adiante. E agora, encerrando um ciclo de dez anos, há garantia que ainda existe muita história para ser contada.

Onde Vou Agora? está em exibição no Museu da Imagem e do Som de São Paulo nesta quarta-feira (1). O documentário será lançado em breve na íntegra por meio do canal no YouTube da banda.