Veteranos da hardcore, Dead Fish leva gênero para os palcos da I Wanna Be Tour 2025

Arte: Carol Moraes

A segunda edição da I Wanna Be Tour abriu as fronteiras para o hardcore nacional trazendo nada menos que Dead Fish, banda capixaba que caminha para os seus 35 anos de estrada, levando questionamento e energia para o palco do festival que tem como premissa ser uma viagem nostálgica para o público que viveu os anos dois mil. O Downstage trocou uma ideia com o vocalista Rodrigo Lima sobre a expectativa da banda, representatividade sul-americana e o que o público pode esperar no show do festival.

A turnê veio para revalidar uma estética, por momentos esquecida, por outros necessária: o emo. Dentro do universo do gênero existem outros ecossistemas que conversam direta e indiretamente, partilhando de sentimentos, pautas e lutas. Um dos primos do emo com certeza é o hardcore, gênero que fala por si só, seja melódico ou direto ao ponto, mostrando a importância de se ocupar espaços por vezes limitados. “Eu acho que pós-pandemia um tanto de coisas e um tanto de questões acabaram se tornando menores, principalmente as questões estéticas, do discurso e a coisa de se posicionar efetivamente como povo, como classe. Apesar do preço a ser pago, o caminho tá sendo muito importante e até bastante divertido”, comenta Rodrigo.

Foto: @andinho

A I Wanna Be Tour carrega um nome em inglês, acontecendo em terras brasileiras, levantando muitas questões e revivendo diversos momentos. De um lado, existe um público que até então era carente de festivais direcionados para o estilo. Do outro, bandas que usaram dessa força para se reafirmarem, como é o caso dos paulistas da Fake Number que também estarão nessa edição do IWBT. Mesmo trazendo bandas internacionais, existe também um espaço sulamericano extremamente forte no line up.

“Eu acho um desafio, eu acho importante, sabe? Eu vou priorizar, pode estar sendo chato até, mas eu vou priorizar ver as bandas brasileiras porque, afinal de contas, é a I Wanna Be Tour, mas é Sul América, é Brasil, é a nossa cor de pele, são os nossos dramas e tudo mais. Eu acho que tem um monte de banda estadunidense que é bastante generosa em entender que é pro mundo, mas eu quero ver minha sudacada, meus sul-americanos todos ali”, vibra o vocalista.

Expectativa para o festival

Agregando em diversidade e energia, o Dead Fish causa impacto e cativa o público que assiste os shows, sendo em festivais ou em casas fechadas. Para essa I Wanna Be Tour a banda com certeza está preparada e disposta a dialogar com as suas letras em formato de discursos político-sociais. “Primeiro, espero que eles se interessem por quatro maluquinhos com jeitão de velho e com discurso diferente. E, segundo, a gente não vai dar menos do que a gente deu a vida inteira. Nós vamos subir para fazer acontecer como sempre. Se 10 pessoas ficarem muito felizes, eu fico feliz. E se 10 mil ficarem felizes, eu também fico muito feliz. Vamos nessa!”, finaliza Rodrigo Lima.

A I Wanna Be Tour começa amanhã, em Curitiba, na Pedreira Paulo Leminski e na próxima semana segue para São Paulo, no Allianz Parque.