Story of the Year retorna ao Brasil após 12 anos e mostra o peso e a força de seu legado
Em um bate-papo com o Downstage, a banda falou sobre seu aguardado retorno ao país como parte do I Wanna Be Tour, sua volta às raízes e muito mais

Diretamente de St. Louis, o Story of the Year se consolidou como um dos nomes mais relevantes da cena emo-screamo. Famosa por suas performances explosivas e intensas, a banda carrega, em mais de 20 anos de estrada, uma discografia sólida, com álbuns que já se tornaram clássicos do gênero, como o icônico Page Avenue (2003). Integrando o line up de peso da segunda edição do festival I Wanna Be Tour, o Story of the Year faz o seu aguardado retorno ao Brasil, passando por Curitiba (23), Rio de Janeiro (27) e São Paulo (29 e 30).
Em entrevista ao Downstage, o guitarrista Ryan Phillips e o baterista Josh Wills falaram sobre seus primeiros shows no país após 12 anos, seu último álbum Tear Me To Pieces (2023), sua amizade com o Yellowcard e muito mais.
O Retorno às raízes com Tear Me To Pieces
Após experimentar novos caminhos e sonoridades nos álbuns The Constant (2010) e Wolves (2017), o Story of the Year fez um “retorno às origens” com Tear Me To Pieces (2023), resgatando a sonoridade que os consagrou e, consequentemente, entregando um de seus melhores trabalhos nos últimos anos.
“Tear Me To Pieces” traz a essência da banda, mas também entrega uma sonoridade fresca e atual. Um dos responsáveis por esse resultado foi o produtor Colin Brittain.
“Eu acho que tem muito a ver com o produtor que escolhemos. Colin Brittainn produziu Tear Me To Pieces e ele cresceu ouvindo nossa banda, e ele era uma parte-chave em focar no som e na direção, meio que nessa visão que ele tinha do que ele entendia sobre a nossa banda quando cresceu ouvindo a gente. Eu acho que ele tinha muito a ver com isso”, conta o guitarrista Ryan Phillips.” O resultado foi um trabalho que se tornou um dos favoritos da banda, segundo Ryan e Josh:
“É meu álbum favorito de todos os nossos álbuns. É como o Ryan disse, conseguimos tirar do passado o que começamos a fazer inicialmente com um olhar fresco, essencialmente. O produtor nos ajudou muito porque ele ficava lá e dizia: ‘Olha, galera, eu cresci ouvindo a sua banda, isso é o que seus fãs querem ouvir de vocês agora’. Então, isso trouxe o melhor em todos nós e as músicas refletem isso, e eu estou super orgulhoso disso.”

Esse olhar no passado é refletido, inclusive, na capa do disco, que faz uma referência direta a arte do já clássico Page Avenue (2003), afirmando que a banda se reconectou com suas raízes emo-screamo.
E o disco novo?
No primeiro show que a banda fez no Brasil, no dia 23 de agosto, na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, eles mencionaram que um álbum novo está a caminho, deixando os fãs curiosos com os próximos passos da banda.
Durante a entrevista, tentamos conseguir algum spoiler sobre o material novo, mas Ryan e Josh não puderam falar muita coisa sobre o assunto.
“Mas nós vamos estar lançando uma música relativamente em breve. Então, qualquer um que está ouvindo ou assistindo isso, apenas fique atento. Mas, em termos de datas, não podemos dar nenhuma informação ainda”, afirma Ryan.
“Eles nos disseram que não podemos dizer nada”, complementa Josh.
Amizade e videogames
Ao fazer parte do line up de um grande festival como o I Wanna Be Tour e ao ter mais de 20 anos de estrada, o Story of the Year já dividiu o palco com vários artistas. Alguns estão na ativa há mais tempo, mas a banda afirma que o clima em grandes festivais é de amor e diversão.
“Há algumas pessoas que nós nunca conhecemos antes. Mas todos que nós vemos, é tudo amor. É superdivertido. São momentos bons. Eu acho que muitas das bandas que fazem festivais com a gente estão por aí há mais tempo que nós. Nós somos todos velhos agora. Mais velhos. Então, qual é o ponto de ter alguma estranheza? Nós estamos todos aqui para tentar fazer a mesma coisa, ter um bom tempo e fazer um bom show”, comenta Josh.

O Story of the Year e o Yellowcard são grandes amigos, tanto que, no show de Curitiba o vocalista Dan Marsala pediu para o público mostrar o dedo do meio para o Yellowcard quando eles subissem no palco. Ele ainda afirmou que as bandas eram muito amigas e que gostaria de fazer essa brincadeira com eles. Josh e Ryan falaram um pouco mais sobre essa proximidade de longa data, que se reforçou com o retorno do Yellowcard aos palcos:
“Desde que nós lançamos o Tear Me To Pieces e eles tiveram seu retorno, nós fomos capazes de fazer muitas viagens juntos. E ficamos mais próximos como amigos e passamos tempo juntos. Foi superdivertido.”
O Story of the Year já fez parte da trilha sonora de grandes jogos de videogame, como Need For Speed Underground, que trazia a faixa “And The Hero Will Drown”, o que ajudou a popularizar o som da banda. Josh comentou sobre a importância de suas trilhas sonoras para apresentar novas bandas para os jogadores:
“Mas videogames são um ótimo caminho para as pessoas descobrirem novas músicas, porque é sempre uma coleção aleatória de bandas e artistas que estão em um videogame. E não é apenas que esse videogame só tem hip hop ou só tem música rock. São muitas coisas diferentes. Eu acho que é um ótimo caminho para as pessoas descobrirem novas músicas.”
O aguardado retorno ao Brasil
A última passagem do Story of the Year pelo Brasil foi em 2013, com a turnê que celebrava 10 anos do lançamento de Page Avenue. Após uma longa espera, os fãs finalmente foram contemplados com o retorno do grupo para uma série de quatro shows, sendo dois no festival I Wanna Be Tour (São Paulo e Curitiba) e dois side shows do festival: o primeiro no Rio de Janeiro, ao lado do Yellowcard e Fall Out Boy, e o outro em São Paulo, ao lado do Yellowcard e Neck Deep.
A banda pode se reconectar com os fãs brasileiros e comentou sobre os shows que fizeram em Curitiba, no dia 23 de agosto, e no Rio de Janeiro, no dia 27 de agosto, além de destacar a energia especial dos shows e público da América do Sul:
“Ótimos. Foram ótimos. Há um entusiasmo pela música aqui que nem sempre é o mesmo. É um pouco mais elevado do que em outros lugares do mundo. Eu não sei por que, mas especialmente para a música pesada na América do Sul. Há uma razão para que todas as bandas, especialmente na parte mais pesada, gostem muito de vir aqui. Sabe? É algo especial aqui.”
Sobre uma turnê solo no Brasil, a banda adiantou que adoraria, mas que não tem nada sólido planejado ainda. Josh ainda ressaltou que não vê motivos para não voltarem, já que adoram o país e que os fãs sempre foram ótimos em todas as passagens do grupo por aqui, mostrando que a relação com o Brasil é de muito carinho. Como, até o momento da entrevista, a banda ainda não havia feito as apresentações em São Paulo, Josh e Ryan deixaram um recado para os fãs da capital paulista:
“Estivemos aqui há mais de 10 anos. E… nós estamos muito animados. Esses shows vão ser muito bons. Até agora, eles foram ótimos. Cara, espera até você ver o set do Yellowcard. O set é… eu quero dizer, nós somos muito melhores (risos). O set deles é tão bom. Quando você vir o show, vai saber do que estou falando. O jeito como eles tomaram muito tempo construindo o set. O Fall Out Boy tem toda essa pirotecnia e todas essas coisas loucas. É um show realmente bom. Nós estamos muito felizes em fazer parte disso. Honestamente. Neste momento, nós somos uma banda há mais de 20 anos. E o fato de que nós ainda podemos fazer isso é super legal. E a única maneira de fazer isso é se as pessoas forem aos shows. Então, a todos em São Paulo, obrigado adiantado por virem aos shows. É por isso que nós conseguimos fazer o que fazemos.”