Fresno retorna aos palcos da I Wanna Be Tour para celebrar sua melhor fase

Arte: Carol Moraes

Em 2024, a Fresno foi responsável por abrir todas as datas da I Wanna Be Tour às 11h da manhã, fazendo com que uma legião de fãs formasse filas cedo para não perder nenhum segundo dos shows. O saldo não podia ser melhor: apresentações incríveis e lotadas, e até elogios rasgados de nomes como Simple Plan, Plain White T’s e The Used.

Neste ano, o trio repete a dose, e é a única banda a retornar ao lineup. Agora em um horário nobre, às 19h10, a Fresno promete um dos shows mais esperados da edição. Conversamos com Lucas, Vavo e Guerra sobre a I Wanna Be Tour 2025, o impacto do álbum Eu Nunca Fui Embora, a campanha pelo Grammy Latino.

A Era Eu Nunca Fui Embora

Mesmo após anos de exposição em rádios, televisão e revistas, é justamente agora, sem o respaldo de uma grande gravadora, que a Fresno vive seu melhor momento, segundo a própria banda. O álbum Eu Nunca Fui Embora é uma prova disso.

“Com certeza é o melhor momento da nossa carreira”, confirma Vavo. “É quando a gente se estabelece como uma banda grande, que faz bons shows e consegue viver com a tranquilidade de planejar próximos lançamentos, próximos álbuns, porque temos certeza de que o fã vai seguir acompanhando a gente.”

E os fãs, de fato, são parte essencial dessa história. O próprio título do álbum é uma declaração de fidelidade mútua: a banda nunca foi embora, e o público também não.

Quando foram anunciados para o horário das 11h da edição de 2024, o público fez fila para não perder nenhum segundo do show — em especial a estreia do single “Eu Nunca Fui Embora”, que era apresentado ao vivo pelas primeiras vezes no festival.

Sobre esse relacionamento, Vavo conta: “A gente tem uma legião de fãs muito, muito fiel à banda, como poucas bandas têm. E no show, eles querem essas músicas novas.”

“Pra gente, então, cada turnê sempre é muito legal por causa disso. Cada vez que entra um disco novo, entram seis, sete, oito músicas inéditas na turnê, e cada show fica marcado por aquele álbum específico.”

Ele antecipa: “Agora a gente tá batendo um ano e meio de álbum e de turnê também. Deve ir pelo menos até o final do ano, até a gente lançar alguma coisa nova”. Fica a pergunta: será que teremos material novo em breve?

A corrida pelo Grammy Latino

A Fresno já foi indicada uma vez para o Grammy Latino com o álbum Revanche. Agora, a banda sonha em repetir (ou superar) o feito com Eu Nunca Fui Embora, e até lançou nas redes sociais a campanha For Your Consideration.

“O Grammy é um negócio que tem uma representatividade dentro da indústria, e é um bagulho que a gente nunca ganhou”, diz Lucas. “Nesse [disco] a gente tá indo com mais afinco porque de fato seria seria incrível né pra coroar não só o álbum, mas o momento da história da banda”.

E conclui, brincando: “Seria massa, a gente não uma gravata borboleta ainda, mas a gente adquire, ou aluga, sei lá [risos]”.

I Wanna Be Tour 2025

Única banda a figurar no lineup das duas edições da I Wanna Be Tour, a Fresno tem uma ligação direta com o festival. “É justamente o festival que diz respeito ao segmento do qual a gente é tão relacionado pelas pessoas”, diz Lucas. “Se tem um movimento musical na qual existe um lugar de fala pra nós é o emo, sabe”.

Em 2024, o trio foi anunciado como a primeira a tocar no festival, às 11h da manhã. A reação do público, em um primeiro momento, foi pedir que a organização mudasse os horário. Mas logo a história mudou, e a plateia transformou o primeiro horário em uma celebração.

“Óbvio que botaram uma banda que tem popularidade [que somos nós] em primeiro pra trazer gente lá pro começo” relembra o frontman, “tanto que em São Paulo, principalmente,

nem conseguiu se botar todo mundo que estava lá para dentro a tempo do show”. 

“Tinha gente cantando na fila”, lembra Guerra.

Agora em 2025, a Fresno sobe ao palco às 19h10, sendo os últimos brasileiros a se apresentar.

“[As expectativas] tão lá em cima! É bom que a gente faça tudo direito agora”, brinca. “Vamos fazer o nosso show de sempre só que com a galera que não é a de sempre, né,

que é uma galera bem maior”, conclui o vocalista.

A relação com as outras bandas

A edição de 2025 da I Wanna Be acontece nos dias 23 de agosto em Curitiba, e 30 de agosto em São Paulo. Novamente, a produtora 30e caprichou no lineup e trouxe grandes atrações da cena, de diferentes gêneros e épocas.

Mas a Fresno não esconde que estão ansiosos para assistir os clássicos. “Pô a gente é uns emo meio velho”, brinca Lucas, e relembra “Eu e o Vavo, a gente viajava ali pra praia tipo (isso quando a banda já tinha se formado, mas ainda era uma banda de colégio), eu lembro da gente pegar violão e ficava tocando Yellowcard, que era uma banda que a gente tinha recém descoberto”. Aliás, a Fresno já abriu os shows deles em 2006, em São Paulo. “Vai ser um bagulho muito especial, e se os caras se lembrarem da gente, ótimo!”.

E assim como para boa parte do público, o Fall Out Boy é um dos mais esperados pelo trio. “Tem uma fase que eu acompanhei e que eu gosto muito”, segue o vocalista, “e eu também sei do tamanho da importância da banda e até do Pete [Wentz] na criação e em todo momento que o emo aconteceu.”

Entre os fatores que fazem da I Wanna Be algo diferente de outros festivais está o clima entre as bandas. “Tá todo mundo bem em casa, e sempre se promove essa falação

se troca de ideias. Ano passado, todo mundo tava ali junto, acessível e trocando ideias. Isso foi muito incrível!”

Setlist da I Wanna Be Tour

Com 25 anos de estrada, 10 álbuns e muitos sucessos, montar o setlist é sempre uma tarefa delicada.. “[Nossos fãs] não ficam presos a hits do passado, eles reclamam quando a gente não toca uma música do disco novo”, conta Vavo.

Por isso, a banda pretende tocar as músicas que já estão bem ensaiadas, mas não descarta a possibilidade de novidades. “A gente tem um show que já tá muito azeitado, e até tem testado algumas coisas nesses shows mais recentes.”

“Nesse meio tempo a gente fez um um show tocando só as coisas de uma era pré-histórica da banda, e a gente tá vendo se alguma coisa a gente resgata, entendendo também qual é a natureza daquele público”.

Na edição de 2024, Lucas ainda participou dos shows do The Used e do NX Zero. Este ano, existe chance de dividir o palco com o Dead Fish, já que a faixa “Essa Vida Ainda Vai Nos Matar” é uma parceria entre as duas bandas.

“Uma coisa que eu aprendi é que o maior culpado de um show ser foda é o público”, reflete Lucas. “Esse é o momento de palco que a gente mais esperava no ano. Vai ser um grande triunfo.”

A Fresno se apresenta na I Wanna Be Tour nos dias 23 de agosto em Curitiba, e 30 de agosto em São Paulo, às 19h10. Ingressos à venda no site Eventim