Vidaincerta coloca família como tema central de mixtape
Brasil Emo Drill, Vol. 1 narra as dificuldades de sustentar uma família vivendo de arte
Depois de uma estreia convincente em O Que Sobrou da Tristeza, Vol. 1., álbum do ano passado, o músico afunila a temática em um segundo trabalho que, apesar de mais curto que seu antecessor, traz, com objetividade, as angústias e incertezas de um artista que é pai de família.
Em comparação com o álbum anterior, que parecia pretender apresentar as diversas faces e potências de Vidaincerta, o Brasil Emo Drill, Vol.1. é objetivo e centrado. Sem prelúdio, interlúdio e poslúdio, o disco acaba por ter 6 faixas (metade do anterior).
O verso inicial da primeira faixa, Por Mais Que Eu Esconda, traz em si o título de todas as faixas do álbum. Nos versos seguintes, fica evidente que a música (e parte do álbum) trata da angústia por trás da auto responsabilização de um pai “Me sentindo atrasado pro compromisso de poder viver a vida confortável que eu e minha família merecem ter”.
A segunda faixa do disco, Me Sinto Perdido, mais uma vez temos família e a carreira musical como temas centrais. A música, que mistura vocais acelerados com trechos mais melódicos tem nos versos “Eu não tive mãe mas meu filho vai ter avó presente” o músico trazendo a público seus dramas familiares e a preocupação em fazer com que a experiência de seu filho seja diferente.
Em Ancorado temos a temática de saúde mental. Na música, Vidaincerta cita os problemas com a depressão e coloca seu filho como um forte aliado nas retomadas para seguir em frente: “Buscando um motivo forte pra que meu filho não dependa de sorte”.
De uma forma geral o álbum é simples nos beats e deixa os holofotes para as letras bem trabalhadas e a capacidade vocal de Vidaincerta, tanto em ritmo quanto em melodia. A temática é, mais uma vez, pesada e expositiva e nos leva para um lugar de compartilhamento das dores do músico.
Para fãs de: Fequettia; Aak e D3cker