15 bandas que mantém a cena da baixada santista viva

Do Pop Rock ao Grindcore, a cena do litoral paulistano está repleto de talentos

Arte: Carol Moraes / Downstage

Quando se fala sobre música da Baixada Santista, muito se lembra do Chorão e, consequentemente, do Charlie Brown Jr. Que a banda fez com que o lado artístico de Santos tivesse mais atenção, sobretudo da mídia, não há questionamentos. No entanto, a cena caiçara segue rica e com diversos artistas novos e cheios de história para contar.

Dessa vez, em mais um capítulo do +55 (DS), viajamos para uma região de pouca altitude, mas com um forte apelo artístico e bastante identidade na cena musical. Pertinho da beira do mar, quase com os pés na areia, estão bandas que mantém a cena underground da Baixada Santista vivíssima, e que você definitivamente deveria conhecer. Confira!

Bayside Kings

Começar essa lista sem o nome mais importante para a cena do hardcore hoje soaria até injusto. O Bayside Kings surgiu em 2010 em Santos e, o resto, é história: em quase 12 anos de atividade, a banda já lançou dois álbuns de estúdio e três EPs, contando com o extraordinário EXISTÊNCIA, liberado nas plataformas digitais no segundo semestre do ano passado e marcando a entrada da banda nas composições em português.

Fora todos os anos de estrada, tanto nacionais quanto internacionais, a banda hoje conta com uma comunidade sólida de fãs, além de ter um peso quase que crucial na história do underground brasileiro.

Atlante

A Atlante surgiu em 2016 de um sonho de dois moradores do Morro do José Menino, em Santos, mas pertinho de São Vicente. Depois de algumas tentativas de formação, Yago Jacques e Kevin Willian encontraram num trio, junto a Raphael Santana, o formato de banda ideal que tanto procuravam.

Em 2019 com dois EPs de estúdio lançados na carreira até então, Yago e Kevin viram-se como um duo novamente após a saída do baterista. Com a chegada da pandemia, no entanto, a Atlante optou por dar uma pausa nas atividades, mas garantindo que o “até logo” pode vir muito em breve.

Zimbra

Uma das maiores bandas do Brasil, a Zimbra também é um dos tesouros que a cidade de Santos pode chamar de sua. O grupo surgiu em 2011 e lançou em 2013 o marcante O Tudo, O Nada e O Mundo, tido até hoje como o favorito de muitos fãs, seguido pelas obras Azul e Verniz, este lançado em 2019.

Com uma bagagem que inclui apresentações no Lollapalooza, Rock in Rio, trilha sonora de séries de televisão e shows lotados, a Zimbra dividiu com os fãs em 2020 o EP Lua Cheia/Claro que o Sol. No entanto, foi em 2022 que a banda abriu uma nova fase, com uma nova gravadora, para dividir com o público o quarto disco de estúdio: Sala Dois.

Garage Fuzz

Com mais de três décadas de atividade, o Garage Fuzz já passou por diversas turnês, gravações ao vivo e dividiu com o público os mais diversos lançamentos. Recentemente, a banda liberou o EP Let the Chips Fall, com três faixas inéditas e a presença de Victor Franciscon (ex-Bullet Bane) nos vocais, iniciando uma fase completamente nova na banda.

O grupo atualmente cumpre uma agenda de shows em São Paulo (abrindo inclusive para os argentinos do Boom Boom Kid, em junho) e dividindo o palco com outras bandas da cena, mostrando que a atualização na formação tem muito a render ainda.

Karma 13

Formada em 2016 na cidade de Santos, os meninos da Karma 13 uniram-se pela simples vontade de fazer música. Apresentando alguns shows juntos, a banda chegou a entrar em hiato, mas com o período de isolamento social em 2020, a motivação juntou-se à criatividade para dar origem ao que viriam a ser os primeiros trabalhos autorais do grupo.

O resultado foi uma dupla de singles lançados há dois anos e o excelente EP Tudo Certo pra Dar Errado, com quatro faixas inéditas, liberado no fim de 2021. Agora, a Karma 13 já retorna aos palcos com material novo e pronta para somar à cena do easycore nacional.

Missão Lunar

A Missão Lunar lançou logo no comecinho da pandemia de COVID-19 o seu álbum de estreia homônimo, com onze excelentes faixas profundamente instrospectivas e que flertam bastante com uma sonoridade mais experimental. Após mudanças em suas temáticas, sons e composições, o grupo santista agora prepara-se para lançar seu mais novo trabalho full com o público.

A banda descreve a nova fase repleta de “arranjos objetivos, que se equilibram entre sensibilidade e agressividade, e as letras emotivas, que adotam uma forma mais vigorosa de pessimismo”.

Superbrava

Diretamente de São Vicente, a Superbrava apresenta um som derivado do emo, hardcore, pop punk e o que mais der na telha. O grupo está em atividade há pouco tempo, desde meados de 2018, e mesmo com pouco tempo de estrada já dividiu com o público o excelente Todas as Cores, em 2019, antecipado pelos singles Verdadeiro Eu e a faixa que dá nome ao trabalho.

No entanto, foi no ano passado que a banda deu um passo mais maduro e confiante em sua sonoridade e lírica com o EP Natural, composto por cinco faixas inéditas.

Noite Cinza

Um dos mais marcantes nomes da baixada é formado majoritariamente por mulheres e trata-se da Noite Cinza. A banda é um tanto nova, com o primeiro EP Cinza, composto por sete faixas, sendo lançado em 2019. No entanto, no primeiro ano de atividade, o grupo já marcou presença em palcos do litoral, capital e interior de São Paulo, além de participar de um festival local de Santos.

A banda ainda possui três clipes lançados no YouTube e participou do projeto Pop Pauleira, gravando uma versão rock de Ao Vivo e a Cores.

Depois da Tempestade

Diretamente de Santos, Depois da Tempestade existe desde 2012, ou seja, completará uma década justamente nesse ano. A banda descreve sua sonoridade como rock alternativo, mas não há limites para a galáxia criativa em que é mergulhada. Durante a sua carreira, o DDT já dividiu o palco com bandas internacionais como o Silverstein e o The Word Alive.

O grupo possui dois álbuns lançados, Eleva e Multiverso, respectivamente em 2013 e 2017. Seus trabalhos mais recentes são os singles de 2020, Creo (Eruca Sativa) e Conceitodissonante e o EP ao vivo Depois da Experience, de 2021.

Surra

Outro nome bastante tradicional do underground nacional é o Surra, e há quem não saiba que a banda foi formada em Santos. O power trio nasceu em 2012 numa fórmula bastante explosiva, resultado da combinação do Thrash Metal, Grindcore, Death Metal entre muitos outros gêneros que conversem com o principal objetivo da banda: tocar de forma rápida e agressiva.

Com shows marcados para os próximos meses, o Surra mantém-se ativo também dentro do estúdio: em 2021, liberou o disco Ninho de Rato, com 12 faixas, dando sequência às 13 canções de Tamo Muito na Merda, lançado mais cedo no mesmo ano. Para fechar, o trio ainda dividiu com os fãs no último trimestre o single Um Gole de Ácido.

Vidaincerta

Se você era fã de Analisando Sara, definitivamente deve saber quem é Giba, que agora assume o pseudônimo artístico Vidaincerta. Dando vigor ao emo rap brasileiro no litoral paulista, o cantor, compositor e produtor ainda serve de mentor para uma série de novos artistas com o selo musical Tristezamob, idealizado e fundado por ele.

Até então, Giba já lançou diversos trabalhos, mas há de se destacar seu mais recente álbum O Que Sobrou da Tristeza Vol. 1 de 2021 e a mixtape Brasil Emo Drill, Vol. 1, desse ano.

Hibalta

Dessa vez do Guarujá, a Hibalta é uma banda que visa trazer um frescor para o rock alternativo nacional, com uma sonoridade que flerta bastante com o pop rock. Formada em 2017, o quinteto oferece canções românticas e leves em seu repertório, mas que também entregam o aconchego e solidariedade à famosa “bad” na mesma medida.

[Nota da autora: misturar na mesma playlist com as músicas da Zimbra é choradeira na certa]

Até então, a banda possui um repertório completo de singles e EPs, incluindo o mais recente e ótimo Sobre Nós, que conta com os singles que o antecederam: Dois em Um e Te Ver Partir.

Maipo

“Rock alternativo caiçara”, como os próprios integrantes descrevem, a Maipo teve um momento de pausa desde a sua formação ao momento atual, mas que agora, definitivamente, voltou com bastante surpresas. Um silêncio após 2017 ocupou a história do grupo, que havia lançado o EP autointitulado, com cinco faixas.

No entanto, em 2022, a banda retorna com tudo “depois de diversas tempestades, de caminhos diferentes, de alegrias e tristezas, nós voltamos com novos sons, novos objetivos, novas companhias em nossa caminhada.” Para a nova fase, com atualizações na formação, um novo single para servir de pontapé inicial: Venha Medo, que já adianta tudo o que vem por aí.

UELO

Uma das bandas mais bombadas da Baixada, a UELO passou por um update e tanto durante o período de isolamento social e resolveu trazer uma sonoridade puxada para o pop nessa nova fase. Após três singles em 2020, o quinteto apostou com tudo numa linguagem diferente para o single Saudade, do ano passado.

Em 2022, os meninos liberaram ainda Tanto Faz, que já dá um gostinho do que vem por aí na carreira da banda. No entanto, o grupo deixa bem claro quais são os seus próximos passos com influências de bastante peso em suas referências, como All Time Low e The 1975.

Navy Blue

Para fechar, a banda Navy Blue também é um nome que não poderia ficar de fora dessa lista. Diretamente de São Vicente, o grupo de hardcore existe desde 2015 e logo no segundo ano da carreira, liberaram o EP Things We Write About, com cinco faixas inéditas.

No entanto, em 2021 a banda deu início a uma fase completamente nova com o single Heavy, que logo foi sucedido por Leaving Home em 2022, com uma sonoridade mais voltada para o pop punk e um refrão cativante.

O +55 é um projeto que visa dar mais atenção às bandas nacionais de cada região do Brasil. Abaixo, você confere uma playlist inteiramente dedicada à cena da Baixada Santista: