MAGNOLIA PARK mostra sua cara e suas cicatrizes em Halloween Mixtape

Álbum de estréia do grupo traz referências que vão do pop punk ao hip hop

Capa: Epitaph

Em seu primeiro álbum Halloween Mixtape, o grupo de Orlando se apresenta para o grande público como uma das novas caras do pop punk. Após a popularização de singles lançados ao longo de 2021, que contavam inclusive com participações de Kellin Quinn, o disco lançado em outubro entrega referências clássicas do pop punk mas mescla bastante com outros gêneros, simbolizando a complexificação do gênero.

(Foto: Jessica Griffith)

Fugindo das clássicas músicas de três acordes, o grupo tem na formação tantos membros quanto blink-182 e Green Day somados. A presença de sintetizadores e elementos eletrônicos, além de influências do hip hop, colocam a banda muito mais próxima do lado pop do pop punk.

Apesar do nome, as músicas do álbum não têm temática de terror – ao menos não em sua forma clássica -. Liricamente, o álbum trata de temas como depressão, saúde mental e até mesmo do fim do mundo. Nenhuma surpresa considerando o contexto em que foi lançado, um ano ainda marcado pela pandemia de COVID-19 e pelo isolamento social. 

Musicalmente podemos perceber as mais diversas influências, o que torna o Magnolia Park um tanto quanto diverso e “não-rotulável”. Em Back Home, por exemplo, temos uma balada que muito lembra as batidas dançantes de The 1975. Enquanto isso, em faixas como Liar e Back to My Bullshit, temos a mistura de baterias rápidas com pitadas de hip hop, lembrando muito o trabalho de Machine Gun Kelly no álbum Tickets to My Downfall.

Entrando mais a fundo nos versos nós temos em 2009 “I wish I could die!”, de onde partimos para “I don’t fucking care! If I die tonight!” na música Tonight, seguido por “just fucking kill me” em 10 For 10. Apesar de pesados, os versos são introduzidos em refrões pop punkescos que não transmitem a real intenção e soam como o clichê “I hate this town”. No geral, a impressão que fica é que a seriedade da discussão sobre saúde mental se perdeu na medida em que virou só um verso em um refrão chiclete.

Apesar disso, a banda acerta demais ao abordar temas como a violência policial e o racismo na faixa Kids Like Us, temas que são raramente abordados por músicas do gênero pop punk pela pouca visibilidade que pessoas pretas têm na cena. A banda dessa vez acerta em passar nos versos a angústia e seriedade que o tema pede. E assim fecham o álbum com uma canção que soa como um tapa na cara. 

Para fãs de: blink-182, Machine Gun Kelly e Stand Atlantic