12 bandas que mantém a cena underground gaúcha viva

Como um dos polos brasileiros do underground, o Rio Grande do Sul é o berço de grupos antigos e de novas bandas emergentes que respiram o hardcore

Arte: Carol Moraes / Downstage

Quando falamos da cena underground brasileira, não podemos deixar de falar da capital gaúcha, Porto Alegre, a cidade onde uma das maiores bandas da cena do país nasceu: a Fresno. Mas não só no município se concentra a produção hardcore, punk rock e emo do sul do país – muito pelo contrário. 

O estilo musical e de vida que envolve o hardcore se espalha por diferentes regiões do Rio Grande do Sul. Está presente em cidades como Montenegro, Bagé e Pelotas, por exemplo, assim como na região metropolitana de Porto Alegre, como Canoas, Esteio e Novo Hamburgo. Ao longo dos anos, diversas bandas foram formadas e, ainda hoje, algumas permanecem em atividade, sem falar do surgimento de novos grupos que fazem questão de manter a cena underground gaúcha viva. 

Vem com a gente conhecer algumas e conferir uma playlist com todas elas!

Altroz

Fundada em 2019 na Capital gaúcha, a Altroz apresenta como bandeira o hardcore e o emocore. Sua proposta é transitar entre o sentimentalismo e a agressividade dos dois gêneros, embrionários da década de 90. Não à toa, o sentimento de nostalgia toma conta do corpo quando se escuta uma das músicas do conjunto. Em 2021, o grupo formado por Lucas Bento (vocais), Diego Hertzog (bateria), Juan Patric (baixo), Lucas Sanches (guitarra) e Angelo Rossini (guitarra), lançou seu primeiro EP Ponto de Partida com cinco faixas.

Atemiz

Há 12 anos em atividade, a Atemiz foi formada em Porto Alegre no ano de 2010. Hoje, o grupo de pop punk formado por Guto Gaelzer (vocal e guitarra), Nick Motta (vocal e baixo), Gui Wildner (guitarra) e Roger Decke (bateria) já possui três discos de estúdio e mais um EP ao vivo lançado. Algumas das principais influências são All Time Low, New Found Glory e blink-182, além de algumas mais recentes como Neck Deep, Real Friends e State Champs.

Atrack

Sendo uma das pioneiras do gênero pop punk nos pampas gaúchos, a Atrack surgiu em 1997 em Porto Alegre, contribuindo para o impulsionamento do estilo no sul do país. Influenciado por bandas como NOFX, Coheed and Cambria, blink-182 e Paramore, o grupo é formado por Felipe Lazzari (vocal e baixo), Rodrigo Johnson (guitarra), Wagner Donat (guitarra) e Carlos Waltrick (bateria) e levanta a bandeira antifascista. Em atividade há 25 anos, já lançou seis álbuns, tendo, inclusive, se apresentado nos Estados Unidos e também na Argentina. 

Canzone

Formada por Lucas Arruda (vocal e guitarra) e Otávio Dutra (bateria), a Canzone está em atividade desde 2014, quando surgiu em Bagé. Misturando rock alternativo com pop punk, indie rock e emo, a dupla lançou seu primeiro álbum Labirinto em 2016. O segundo álbum Luz nasce em 2021, ainda que as músicas tenham sido gravadas em 2018. A busca por inspiração no meio do caos são as temáticas presentes nas faixas, que mesclam letras profundas e sentimentais com rock alternativo. 

Cor do Invisível

Desde 2013 em atividade, a Cor do Invisível surgiu em Canoas com a proposta de apresentar um conjunto de rock alternativo com influências que vão de Sonic Youth a The Strokes, passando por clássicos brasileiros, como Chico Buarque. Formada por Jerônimo de Lima (vocal e guitarra), Luiz Paulo Zanovello (baixo), Matheus Marchewski (guitarra) e Monir Cruz (bateria), a banda já lançou dois EPs: Laser D’água (2020) e Se as coisas não tivessem nome (2013).

Estragonoff

A Estragonoff é o retrato clássico de uma boa banda de pop punk. Formada em 2003 em Porto Alegre, carrega também influências do punk, hardcore californiano e ska, abordando temas do cotidiano de uma forma divertida. Já são dois EPs lançados, além de um álbum com dez faixas chamado Plano B. O mais novo single, lançado em 2021, é intitulado Dale, em alusão à famosa gíria gaúcha. A Estragonoff é formada por Giordano (vocal), Murillo (guitarra), Rafael (bateria) e Henrique (baixo).

Foolmax

Costurando influências do hardcore e do emo nacional com o pop punk californiano, a Foolmax tem como referência direta bandas como CPM 22, Dead Fish, Hateen, blink-182, New Found Glory e NOFX. Formada em 2011 em Montenegro, é composta por Thomas (baixo e vocal), Michel (bateria), Bruno (guitarra) e Marcos (guitarra e vocal). O último single da banda All In foi lançado em 2021 e eu duvido que você consiga ouvir sem querer cantar com toda a força dos pulmões. 

Marinas Found

Seguindo a clássica história dos amigos de infância que decidem formar uma banda, a Marinas Found surge em 2014 em Pelotas, com influências diretas do pop punk. Ao longo dos quase oito anos de formação, os integrantes passaram a incorporar diferentes elementos do hardcore, com referências brasileiras de Dead Fish e Sugar Kane. Hoje, é formada por Pedro Soler (vocal e guitarra), Eduardo Walerko (vocal e guitarra), Mike Pires (baixo e vocal) e Uarth (bateria). Em dezembro de 2021, a banda lançou o single Fodidaísmo, com tons de sarcasmo, críticas sociais e sentimentalismo.

Quem é Você, Alice?

Misturando sonoridades do atual cenário da música independente, tanto do rock nacional e internacional, surge em 2015 a banda Quem é Você, Alice?. Formado por Vitor Anakin (vocal e guitarra), Conrad G. Fleck (bateria), Vitor Pires (baixo) e Lorenzo Cordella (guitarra), o grupo lançou seu EP de estreia em 2020, falando sobre angústias da juventude, mas sem deixar a ironia e o bom humor de fora. As melodias misturam diferentes elementos de gêneros como bossa-nova e punk rock.

Templo De Sophia

Misturando elementos de stoner, pop punk, grunge e hardcore, a Templo de Sophia apresenta um material pesado, com um tom melódico que vai agradar quem curte um som com influências e aquele toque da década de 1990. Formada em 2019 por Perry (vocal e guitarra), Antonetti (vocal e guitarra), Miguel (baixo) e Mosley (bateria e backing vocal), a banda já possui oito live sessions, dois singles e um EP Apoplexia, lançado em 2020.

Teto das Nuvens

Com o primeiro disco lançado em 2020, a ex-Swansea – not the club decidiu se reinventar, apresentando um novo nome à banda e trazendo ao mundo o álbum Caso você esteja errado, com oito faixas. Teto das Nuvens, fundada em 2019, deixa as músicas em inglês para trás, mas mantém a inspiração em clássicos da cena emo, post-hardcore e do rock alternativo. 

Youngs Die Young

“‘Banda criada porquê os guri tava sem grana pra analista”, é assim que a Youngs Die Young se apresenta. Criado em Porto Alegre por Bruno Prévidi (guitarra e vocal), Marcos Maccagnan (baixo e vocal) e Guilherme Kessler (bateria), o conjunto reúne influências que vão do grunge, passando pelo punk, hard rock, hardcore e até mesmo o pop e o metal. Sua primeira apresentação aconteceu no final de 2018 e, desde então, vem se destacando por conta dos shows enérgicos e sua atmosfera abstrata e conflituosa. 

Ouça a playlist oficial da +55 (DS): cena gaúcha no Spotify: