Color Decay se consagra como um dos melhores álbuns de The Devil Wears Prada

Depois de uma sequência gloriosa do Zombie EP, a banda quebra expectativas com um álbum melancólico porém energético

Capa: Solid State Records

De Dear Love: A Beautiful Discord até o The Act a banda sempre inovou e nunca teve medo de explorar diferentes facetas do metalcore e essa foi sempre a identidade do TDWP, não se limitando a um único rótulo ou fórmula.

Em Color Decay não é diferente. Os mais profundos sentimentos são explorados, passando por breakdowns insanos até melodias mais tocantes, a vontade de ouvir a próxima faixa nunca diminui justamente por nunca haver uma previsão do que está por vir.

(Foto: imanigivertz)

O grande exemplo disso é Exhibition que começa a obra de forma exemplar e energética. Com a mistura de um refrão gigante, uma letra decadente e um breakdown de tirar o fôlego, é entregue o início perfeito para o álbum.

Salt, terceiro single do álbum, continua a impressionar todos os ouvintes. Novamente, começando energética com 3 guitarras acompanhando uma melodia única com quebradas na sequência pelo primeiro refrão da música, bem calmo, deixando clara a construção de um hype incessante e crescente até o ato final da faixa que se finaliza de forma grandiosa.

Watchtower, segundo single do álbum, é uma das músicas mais pesadas (instrumental) de Color Decay. Com uma letra que conta a história de um fim trágico de um relacionamento se entrelaçando com um sintetizador bem destacado e uma guitarra que cresce até um breakdown cadenciado e cheio de poder, o ouvinte consegue sentir a mais profunda melancolia que a faixa busca passar.

Com um riff estridente e marcante, Noise faz jus ao seu nome, sendo impossível de não se escutar no último volume do fone. A música se destaca pela mistura de sentimentos que ela causa e você não consegue decidir se bate cabeça com o instrumental impecável e gigante ou se chora pela letra sem esperança e que gruda na cabeça na primeira escutada.

Quebrando a onda de músicas rápidas e pesadas temos Broken, último single lançado para o álbum, que conta sobre o vício em álcool e drogas de uma forma que toca o coração de qualquer pessoa que ouse se aventurar pela faixa. A música ainda conta com uma construção fenomenal até uma ponte que se estende para o último refrão, finalizando de forma triste porém vigorosa. Sem dúvidas, uma música para acender a lanterna do celular no show e se emocionar junto à banda.

Sacrifice foi o lead single de Color Decay e se encaixa de forma perfeita no meio do mesmo. A faixa fala sobre um relacionamento abusivo e sobre como as pessoas podem mentir e mudar fatos para se sobressair. A letra profunda conta com um instrumental de cair o queixo e a soma dos vocais berrados e sujos de Mike Hranica e os cleans tocantes de Jeremy DePoyster harmonizam graciosamente, construindo até o último refrão e caindo em um breakdown memorável e encorpado.

Em Trapped é possível ver onde o amor pode chegar. Dentro da letra da música temos uma carta de amor, uma história sobre alguém sofrendo com seus demônios internos e que recebe ajuda de seu companheiro(a). A faixa é linda, cativante e emocionante, tem alma e uma melodia hipnotizante e, com certeza, é um dos pontos mais altos da obra.Tendo um instrumental e construção únicas, Time, quarto single do álbum, tem um tom diferenciado. Os versos são quase que falados ao invés de cantados e você consegue sentir a criação de uma história se formando e se desenrolando com cada riff e cada palavra.

Com um tom triste e devastador, Twenty-Five traz novamente a vontade de chorar e se emocionar. A faixa fala sobre mudanças e decisões que dividem os caminhos e como isso pode afetar as pessoas ao redor. É uma faixa forte em letra e história, com um instrumental suave e, assim como Time, um vocal mais falado, levando a um fim grandioso e digno de lágrimas de todos que escutarem.

Fire mantém o tom estabelecido por Twenty-Five trazendo uma letra de indignação e raiva. É uma música quase acústica, focando muito nos vocais limpos e nos sintetizadores, menos intensa na questão musical e mais suave, sendo um leve suspiro e preparação para o que está por vir em Hallucinate, trazendo uma linha de baixo consistente, camadas de guitarras maciças e poderosas e uma melodia vocal mais calma, porém bem presente.

(Foto: imanigivertz)

Trazendo o fim de Color Decay, Cancer é inesperado e soturno, assim como a própria doença. A letra é pesada e pessoal, fala resumidamente sobre a morte do herói do eu lírico e como ele gostaria que sua morte fosse resultado de um câncer e não de um suposto suicídio. É uma letra difícil de não se comover quando você a entende e possui uma finalização inesperada e mórbida que pede aos ouvintes que cuidem de si mesmos e daqueles que os são próximos.

 Color Decay é triste, potente e inovador. Um álbum que pega todas as melhores características de 17 anos de existência do TDWP e as transforma em emoção pura e vivida. Escutar cada faixa, uma seguida da outra, é uma experiência única e impossível de não se impressionar, sorrir e chorar com o passar de cada segundo. É, sem sombra de dúvidas, um dos melhores álbuns do ano e, talvez, o melhor da discografia dos meninos de Ohio.

Para fãs de: Underoath, The Word Alive e Woe, Is Me