Drug Church aposta na dicotomia e faz comeback sólido com Hygiene
O quarto álbum da banda traz uma miscelânea de influências sem se distanciar do hardcore
Uma década de estrada e quatro álbuns de estúdio. Esse é o currículo da Drug Church. Depois de uma espera de mais de três anos desde o último, e bem sucedido, disco, Cheer (2018), o grupo de Albany faz o seu retorno em um álbum com 10 músicas inéditas.
A missão do novo álbum é a de manter o nível alcançado em Cheer, considerado um salto em polimento e sonoridade da banda. E no dilema entre se manter fiel a uma fórmula de sucesso e inovar em um novo trabalho a Drug Church opta por fazer os dois.
Em termos sonoros, Hygiene carrega muitos dos elementos do seu antecessor de 2018, com elementos clássicos do hardcore e uma pitada de grunge, para além do refino que foi tão elogiado no álbum de 2018. Dessa vez, porém, podemos perceber características dos mais variados gêneros temperando o álbum.
Fun’s Over, por exemplo, traz a estética de rock alternativo que lembra as músicas dos grupos Pixies e Dinosaur Jr. Já Plucked tem riffs de new wave, enquanto Detective Lieutenant carrega linhas de baixo que poderiam ter sido emprestadas do The Cure.
Mas nem todo o álbum é composto por essa miscelânea e estilos. Em Piss & Quiet, por exemplo, o que temos é o mais clássico e simples hardcore. Já em Million Miles of Fun temos o outro lado do punk. Aqui uma sonoridade mais pop e limpa serve de pano de fundo para a letra bem construída que, nessa faixa, leva o protagonismo.
De uma forma geral o álbum é bastante dicotômico. Desde a tentativa de aliar a entrada de novos elementos e influências à fórmula de sucesso do álbum anterior, até mesmo na sonoridade que é, ao mesmo tempo, expansiva, encorpada, bruta, porém extremamente refinada. Para ilustrar, seria como ver um urso dançando balé. E se saindo muito bem nessa tarefa.
Para fãs de: IDLES; Pixies e Dinosaur Jr