Vencer o cotidiano, desarmar o desanimo e sempre entender que a paixão move todas as coisas. É nesse sentido que os paulistanos do Dinamite Club, ou pros íntimos só “Dina”, banda de pop punk brazuca, fundada em 2010, volta mais uma vez aos holofotes trazendo em sua nova formação, muito amor e criatividade para compartilhar com a galera.

É assim que Peras, Márcio, Jaime e, agora também, Pedro, iniciam mais uma etapa na vida da banda, lançando seu mais novo single, o estonteante Se melhorar não estraga, prometendo ainda mais para esse resto de 2022. O Downstage bateu um papo com o vocalista e baixista da banda, Bruno Peras, sobre essa nova fase do Dina, saca só!

Fechar e iniciar ciclos nunca é fácil, ainda mais em meio ao caos que foi o lockdown provocado pela pandemia de COVID-19. Muitas bandas sofreram baixas e tiveram que se reestruturar, mas de certo modo, em um olhar positivo, isso pôde trazer efeitos benéficos. “Foi bom pra oxigenar as ideias, revisar vários conceitos. Não era algo que queríamos, mas foi necessário e bom, no fim das contas”, ao mesmo tempo que perder uma constância as vezes atrapalha, mas a rotina ajuda a resolver na maior parte das vezes, né? “Nunca fiquei tanto tempo sem tocar, fazer show, ensaiar. Foi bem complicado. Mas é igual andar de bicicleta. Depois que retoma, é rapidinho pra voltar ao que era”, comenta Peras.

Com a reformulação de ideias e conceitos, também veio a entrada de um novo membro na banda, oficializando a chegada de Pedro Melara, assumindo o posto de guitarrista ao lado de Márcio. Assim como na penúltima “dança das cadeiras” que trouxe Jaime para o Dinamite Club, não houveram dúvidas quanto a escolha de Pedro. “A gente passou por um primeiro processo dele tirar as músicas que são predominantes no set. Meio que pra ele entender a linguagem, e se apropriar da linguagem, dos riffs e tal. Ele agrega com a linguagem dele, e troca bastante na hora da composição”, tudo isso sem perder a essência do que é o Dinamite Clube! “Tem muitas ideias dele para as próximas músicas que são coisas muito boas. Então, o Dinamite Club segue sendo Dinamite Club, agora com duas cabeças novas que vão agregar a nossa história”, afirma Peras.

Ainda falando sobre composição, algo que é muito notório são as letras focadas no cotidiano do jovem-adulto, fato que conversa diretamente com o ouvinte da banda. Esse tempo recluso fez com que a banda mantivesse o feeling, mas de uma outra forma. “Graças a quarentena, pude reparar que era hora de olhar um pouco pra dentro e falar um pouco na primeira pessoa”, algo que ficou marcado dentro da vida de todos que passaram por isso, além de podermos olhar com mais facilidade pra dentro de nós mesmos.

“Autocrítica as nossas insatisfações, nossos questionamentos. Então dá pra dizer que esse próximo ciclo vai trazer uma outra visão”, explica Bruno. “Não é sempre que vai dar bom e também é tóxico insistir em dizer que vai ficar bom. Acho que estamos numa fase mais ‘revoltado’ com algumas coisas e, por que não, com nós mesmos”, Márcio, guitarrista do Dinamite, complementa.

2022 é o ano de recomeços e de virada para o Dinamite Club. E se existe alguma dúvida da vontade desses caras, pode esquecer! “Tudo que a gente quer é voltar aos shows, voltar a conectar com os amigos que colam nos nossos shows e sempre caminham com a gente”. E material? Podem esperar mais coisa boa vindo por aí também. “Já temos algumas demos adiantadas, criando, sempre em movimento. Mostrar pro mundo que ainda estamos vivos, carregando esse nosso sonho chamado Dinamite Club, em nome de todos que passaram e construíram essa caminhada com a gente até aqui. Perdemos a comemoração dos 10 anos, mas queremos chegar nos 15 “daquele jeito” hahahaha”, Peras finaliza de forma contagiante.