Forte Norte está viva e mostra suas Cicatrizes

Com nova formação, a Forte Norte lança o primeiro single de seu próximo EP chamado Impulso

Arte: Aline Valença / Downstage

A Forte Norte está em atividade desde 2012, quando ainda atendia pelo nome de Vallente. Carregando fortes influências de Grunge, Stoner e Modern Rock, a banda segue fazendo sua história na cena underground brasileira, superando obstáculos e apostando na teimosia, nunca desistindo e acreditando em seus sonhos.

Dando início a uma nova fase, a Forte Norte, agora com nova formação, se prepara para colocar no mundo seu mais novo trabalho, o EP Impulso. Cicatrizes é o primeiro single de trabalho e já nos mostra que vem muita coisa boa por aí. Em entrevista ao Downstage, a banda contou sobre os detalhes do single, do EP e ainda deu spoilers de algumas novidades que estão por vir.

(Foto: Filipe Nevares)

Mantendo apenas os guitarristas Pedro Quintana e Wagner Alexandre da formação antiga, a Forte Norte vem como uma nova formação para lançar seu novo trabalho. Com a saída do antigo vocalista em 2018, a banda lançou o EP Itinerante, que conta com convidados especiais para executar os vocais. O projeto acabou sendo lançado no meio da pandemia e contou com nomes como Elliot Reis, Dadds, Gabriel Martins, Enrico Minelli e com Felipe Lahm, que foi anunciado como novo vocalista da banda quando o single Itinerante foi lançado.

Para a gravação de Impulso, a banda contou com a ajuda de seu antigo colega de banda, Carlos Casagrande, que gravou as bateras do EP. Atualmente a Forte Norte se encontra com sua formação estabelecida, com a presença de Junior Winne na bateria e Eduardo Zeineddine no baixo.

As restrições que o período de isolamento social trouxeram não chegaram a afetar negativamente o processo de produção da banda, já que os músicos já estavam familiarizados com o trabalho remoto. “Nós já tínhamos em casa alguns equipamentos que nós conseguiríamos levar pro estúdio algo bem elaborado”, conta o vocalista Felipe. “Então esse processo de produção, criação, tanto de letra quanto de melodia, foi algo que foi mais fácil, porque foi uma época que a gente se aproximou demais devido a pandemia e a gente tinha um lugar, um laboratório, entendeu?! Então a gente foi testando muitas coisas, algumas músicas a gente via que a gente ia levar para o EP, outras a gente sentia que ia ter um segundo momento pra essa gravação, a gente ia ajustar algumas coisas” complementa o vocalista.

Foto: Filipe Nevares

Com isso, o grupo já conseguia levar para o estúdio algo bem estruturado, fazendo os ajustes finais lá. A produção musical do EP foi toda da Forte Norte, contando com a mixagem e masterização de Max Matta, no estúdio LAB Sound em Piracicaba.

Impulso é um trabalho muito importante na carreira do grupo, já que foi a saída que eles encontraram para não acabar com a banda. “O Impulso foi a nossa resposta pra não parar com as atividades da banda. Essa banda sempre foi extremamente importante pra gente, especialmente para mim e para o Wagner porque a gente tá aqui já tem quase 10 anos né?!” comenta o guitarrista Pedro Quintana.

A banda que não se deixou derrubar com a saída do vocalista e aproveitou para lançar um projeto diferenciado, viu seus planos vetados pela pandemia, ficando sem um direcionamento. Foi então que os músicos se organizaram e pensaram em seus próximos passos. “A gente se situo da nossa situação de pandemia, situação de cada um e falou ‘Cara, a gente precisa fazer esse EP, precisamos gravar material novo pra que a gente possa estar prontos quando tudo melhorar’, e a gente não tinha a menor ideia de quando ia melhorar mas a gente precisava ter alguma coisa pronta” relembra Pedro.

Foto: Filipe Nevares

Por ser uma banda muito produtiva, o grupo não se deixou abater e mesmo sem uma formação completa na época, levou a ideia adiante e começou a trabalhar no EP. Levando o conceito do salto de fé, onde você se joga para algo, visando atingir um paraíso e nesse salto você estar passando por cima do inferno, para então chegar nesse destino, era algo que conversava totalmente com a trajetória da FN. Tudo isso reflete a vontade da banda de continuar em atividade e fazer parte de um circuito, uma cena e conquistando cada vez mais público e fazendo muitos shows.

Cicatrizes é a porta de entrada para esse novo trabalho. “Cicatrizes é a que mais se aproxima do DNA Forte Norte. Então assim, se você já ouviu FN antes, se você já ouviu os nossos singles, se você já ouviu Itinerante, quando você ouvir Cicatrizes, você vai sentir essa proximidade” explica Pedro, sobre a escolha do primeiro single.

Como as outras faixas levam o FN para outros caminhos, já que a banda não quer entregar um trabalho mais do mesmo, Cicatrizes ainda faz esse link entre a fase mais antiga e a mais atual, com um instrumental mais fiel as raízes do grupo. Além da letra da música conversar com a história da banda, que mesmo com todas as cicatrizes continua seguinte em frente, um manifesto de retorno.

A banda ainda adiantou que após o lançamento do EP em agosto, ainda tem mais surpresas para os fãs. “Claro que temos planos de fazer um show de lançamento, mas nada disso concreto ainda” solta o guitarrista Pedro. “E este ano ainda, a gente pretende gravar outro EP” revela o músico. Os fãs da Forte Norte podem ficar ansiosos, já que a banda está cheia de planos e mais viva do que nunca.