Las Ligas Menores estreia no Brasil em agosto com indie rock argentino e muito carisma

Banda, com currículo de Coachella, Lollapalooza e Primavera Sound Barcelona, toca em São Paulo, Jundiaí e Inhotim

Arte: Tayna Viana / Downstage

O quinteto argentino Las Ligas Menores, formado por Nina Carrara (tecladista), Pablo Kemper (guitarrista e vocalista), Anabela Cartolano (guitarrista e vocalista), Angie Cases Bocci (baixista) e Micaela García (baterista) chega ao Brasil pela primeira vez no mês de agosto para três apresentações no país.

Em entrevista ao Downstage, Pablo e Nina contaram um pouco sobre suas expectativas, influências da banda e planos para o futuro.

A banda independente, nascida em Buenos Aires, começou sua carreira há 11 anos e se conheceram ao frequentarem e irem juntos aos mesmos shows na cidade. O nome da banda, segundo Nina, foi inspirado pela música Major Leagues, do Pavements – uma das grandes influências da banda – mas com uma pequena mudança, pois não se sentiam parte das ligas maiores ao começarem.

O que começou como a primeira banda profissional dos membros, hoje em dia alcança grandes festivais como Coachella, Primavera Sound Barcelona e Lollapalooza, além de uma indicação ao Grammy Latino. Las Ligas Menores já pode se considerar não tão menor assim, e a demanda internacional de shows é a prova disso.

“Após os shows no Brasil, vamos passar três ou mais semanas na Espanha, e hoje anunciamos nosso retorno ao Chile. Estamos sempre planejando fazer mais shows, gostamos muito de tocar ao vivo”, comentou Pablo. “Já tocamos algumas poucas vezes nos Estados Unidos, mas normalmente nossa audiência é hispanofalante. Ir ao Brasil será algo novo para nós, mas vai ser divertido”.

Nina, que já esteve no Brasil com a família quando criança, conta que está animada para viajar e conhecer as pessoas através de uma perspectiva diferente da anterior, além de também querer conhecer melhor a cena independente e alternativa do país.

Foto: María Kazar

“Nós sempre escutamos MPB na minha família, meu pai sempre gostou muito de Caetano Veloso e Gilberto Gil, mas não conheço muitos nomes de uma cena semelhante a nossa. Não ouço falar de bandas parecidas, então estou interessada em ver e conhecer artistas atuais semelhantes a nós”, complementou a tecladista, que também se mostrou animada de estar junto de Rodrigo Amarantes no line-up do festival MECA.

Próximos passos e novos lançamentos

Além de planos de futuras viagens, Las Ligas Menores também está atualmente trabalhando em um novo álbum que promete trazer novidades e músicas especiais. 

“Acho que já estabelecemos um som característico nosso quando estamos tocando ao vivo. Nós sempre tentamos fazer algo especial, mas sem fazer parecer mais do mesmo. Vocês podem esperar algo relativamente novo nas músicas. Nós estamos nos esforçando muito e esperamos que isso possa ser sentido através das faixas”, comentou Pablo.

“Nós testamos várias coisas diferentes antes de começar a gravar o álbum, mas ainda temos muito a fazer. Por conta disso, é legal poder tentar coisas novas e nos surpreender com os resultados finais”, completou Nina.

Atualmente, a gravadora de Las Ligas Menores, chamada Laptra, pertence às bandas argentinas Él Mató a un Policía Motorizado e 107 Faunos, as quais sempre foram influências para os integrantes. Pablo também menciona Weezer, Pavement e Alvvays como referências sonoras para Las Ligas Menores, além de bandas dos anos 80 e 90 e da cena argentina em geral.

Apesar de terem certas referências e inspirações mais marcantes, Nina conta um pouco melhor sobre o processo de criação da banda.

“Às vezes você escuta um pequeno barulho em uma música e isso te inspira, mas para mim, tudo pode ser uma inspiração, é até difícil escolher algo em específico. Nós não procuramos ativamente por influências, elas vêm quando nós menos esperamos, é bem natural”, explicou Nina.

O segredo por trás do sucesso

Mesmo com mais de uma década de carreira, o fluxo de integrantes do Las Ligas Menores tem sido bem estável, e a grande harmonia entre os membros pode ser considerada um dos motivos que trouxe à banda tantas conquistas e uma sonoridade tão única.

“Quando você tem um objetivo em comum, tudo fica mais fácil. Nós estamos juntos há muito tempo, a banda cresceu e às vezes encaramos novos problemas que nunca vimos antes, mas quando percebemos que nosso trabalho afeta positivamente muitas outras pessoas e até mesmo outras bandas, tudo vale a pena”, contou a tecladista.

“Quando eu estou em um show e alguém vem até mim e diz que nós significamos muito para aquela pessoa, isso faz valer todo o trabalho que temos. Nem sempre é tão simples quanto parece, mas, para mim, vale a pena”, completou.

Foto: María Kazar

A química entre os integrantes também se deve à forma como a banda começou – conectados pela música desde o início – e a leveza nos trabalhos iniciais. Eles contam que, inicialmente, os ensaios eram como alguns amigos se reunindo para tocar músicas autorais, e isso tornou a banda mais orgânica.

“Fico muito orgulhosa de nós por chegarmos tão longe sem perdemos nossa essência de banda independente. É bem complicado alcançar esses lugares sendo uma banda indie quando você é seu próprio chefe, então fico feliz de poder dividir isso com outros artistas de outras origens e cenas diferentes”, revelou Nina.

“Nós nunca esperamos nada disso, então é muito especial. Muitos países diferentes escutam nossas músicas, e ter a possibilidade de visitá-los é incrível, então sempre tentamos entregar nosso melhor. Nós sempre nos sentimos muito bem-vindos, não importa onde estamos ou o tamanho do festival”, completou Pablo.

“Nossos fãs apreciam muito nossos esforços de tocar em diferentes lugares, e eu também gosto de ter a oportunidade de tocar para públicos que não nos conhecem e surpreendê-los, podendo tornar-se novos fãs eventualmente”, finalizou o guitarrista.

Apesar de todos os anos de estrada e inúmeros festivais internacionais, Las Ligas Menores continua com a mesma gratidão e empolgação com as ofertas que recebe, como se todas as oportunidades fossem sempre as primeiras.

“Sou muito grata por ter um trabalho que me permite viajar e conhecer novos lugares e pessoas. É muito especial tocar ao lado de bandas que você pode encontrar novamente alguns anos depois e ainda manter uma conexão.Também fico muito grata por ter um espaço para compartilhar minha arte e ser criativa”, contou Nina.

“No lado pessoal, continuamos mais ou menos os mesmos. A banda cresceu, mas a nossa essência permaneceu intocada”, completou a tecladista.

Las Ligas Menores vem ao Brasil para três shows, passando por São Paulo (SP) no dia 03/08 (Cineclube Cortina), Inhotim (MG) no dia 05/08 (Festival MECA) e Jundiaí (SP) no dia 06/08 (Sesc Jundiaí). Os ingressos estão à venda através do Sympla, Ingresse.com e pelo site oficial do Sesc SP.