Meu Funeral encerra primeiro ato com EP Tropicore Hardcal

Conversamos com a banda sobre o EP e os próximos lançamentos

Arte: Bruna Loures / Downstage

Com uma história atravessada pela pandemia, os músicos Lucas, Pepe, Dan e Pedro chegaram finalmente ao final do que eles mesmos chamam de “primeira fase” da Meu Funeral. Com um EP de quatro faixas e um clipe, o grupo prepara o terreno para os próximos passos. 

Falando um pouco sobre a história que trouxe o grupo até aqui, Lucas lembra da origem do casamento com a Universal, que hoje é a gravadora da banda: “Em 2018 a gente lançou nosso EP pelo selo do Henrique Badke (Carbona) e logo depois a Universal procurou a gente. A gente trocou ideia, conversou, acabou que não rolou mas também não foi uma porta fechada, ficou ali no mais ou menos. Quando foi final de 2019 o Henrique foi trabalhar na Universal e aí já eram duas pessoas lá dentro querendo a banda” e conclui com uma pitada de humor que é característica da banda, “Aí sim que a gente assinou com eles, em Março de 2020. E essa é a piada. A gente assinou o contrato uma semana antes do lockdown”.

Mas nem só de frustrações se resumiu a pandemia. Durante o período a banda produziu e lançou diversos materiais em parceria com Abraskadabra, Francisco, El Hombre, e até o dançante single Dançar, com participação de Tati Quebra Barraco. Sobre essa última, Lucas lembra, “A gente não tinha essa ideia de subverter tudo, foi mais uma ideia que surgiu, a gente convidou ela e ela topou.”

Ele continua: “Foi muito maneiro ver que todas as partes ficaram felizes com o resultado […] Lembro de ligar pra ela e perguntar ‘você quer colocar um beat na música?’ e ela responder ‘não, eu quero rock’”.

Sobre a sonoridade do novo EP, Tropicore Hardcal,  Lucas comenta: “Esse EP vem mais punk um pouco. Tem umas músicas mais sérias, mas também tem zoeira. Tem uma criticazinha ácida à cena do rock que acho que vai incomodar algumas pessoas – e espero que isso aconteça -. Mas sintetizando, é o final dessa fase que começou lá em 2019, teve uma pandemia no meio”. 

E dando uma pista do que vem pela frente, Pepe completa indicando um segundo ato ainda mais eclético da Meu Funeral, “Eu acho que a partir da finalização desse trabalho, fechando esse ciclo, é que a gente tá conseguindo, para os próximos lançamentos, introduzir ainda melhor as misturas dos gostos de cada um. Então dos materiais que a gente deve lançar daqui até o final do ano vai dar pra sentir isso melhor.” 

A banda atualmente está gravando seu primeiro álbum. E Pepe adiantou um pouco do que podemos esperar: “Vai ser o primeiro lançamento com essa formação da banda. Então é o primeiro trabalho com todo mundo dando ideia, dando pitaco. Tem a influência de cada um. Então é um disco que abre novos caminhos, mas claro, sem perder a nossa identidade.”