Turnstile: A trajetória de um dos nomes mais relevantes e originais do hardcore atual

Responsável por um dos principais lançamentos do cenário hardcore em 2021, o Turnstile vem consolidando seu nome dentro da cena e conquistando uma nova legião de fãs

Arte: Giovanna Zancope / Downstage

O hardcore é um gênero musical em constante evolução, sempre se renovando ao longo dos anos e apresentando novas bandas que não tem medo de inovar. Sem dúvidas, o Turnstile é um nome que veio ganhando cada vez mais notoriedade na cena a cada lançamento. Formada em 2010, na cidade de Baltimore, Maryland, a banda mostrou toda sua energia e intensidade no EP de estreia lançado em 2011, o visceral Pressure to Succed, lançado via Reaper Records.

(Foto: Jimmy Fontaine)

O hardcore pulsante e de tirar o fôlego ganhou ainda mais corpo em seu segundo EP, o ótimo Step To Rhythm (2013), que já inseria, mesmo que timidamente, ideias novas na sonoridade do Turnstile. Em 2015, a banda colocou na pista seu primeiro full, o alucinante Nonstop Felling, também lançado via Reaper Records. Em Nonstop Felling, a banda já tinha uma personalidade musical bem definida e característica, absorvendo as melhores influências do hardcore/punk e mesclando a sua própria identidade. Com esse lançamento a banda ganhou mais exposição e fez turnês com nomes como Superheaven e New Found Glory.

Na sequência, lançaram o EP Move Thru Me (2016), que teve um bom desempenho na Billboard Heatseekers Album, ficando em décimo quarto na lista. Ganhando cada vez mais notoriedade e reconhecimento, o Turnstile começa então a trabalhar em seu segundo álbum, que viria a ser lançado por uma grande gravadora, reforçando ainda mais a grande exposição do grupo.

Lançado pela Roadrunner Records e com produção de Will Yip, Time & Space chegou nas pistas em fevereiro de 2018. Mais um álbum arrebatador e energético, mostrando que o Turnstile estava em constante evolução e com a criatividade aflorada. Mesmo calcado no hardcore, o som da banda abre espaço para experimentações e olha para o futuro, o que acaba sendo um dos diferenciais do Turnstile. Time & Space é aquele disco de hardcore/punk que te coloca pra “dançar”, sendo praticamente impossível ficar parado ao ouvi-lo.

Com seu nome já consolidado no cenário hardcore, o Turnstile não teve medo de inovar e experimentar em seu terceiro disco. A banda saiu fora da sua zona de conforto e com isso ampliou seus horizontes, fazendo seu som chegar em novos lugares e públicos. É impressionante ver como eles conseguiram manter sua essência, reverenciar suas influências e abraçar novas oportunidades em um trabalho que viria a ser um dos destaques de 2021 e o começo de uma nova fase em sua carreira.

Essa nova fase marca não só o futuro da banda, como o do próprio hardcore e do punk em si. Vemos diversas bandas inovando e experimentando outros subgêneros em seus trabalhos como pop, rock alternativo, nu metal, hip hop, mas nenhuma delas consegue ser tão abrangente e fazer isso de uma forma tão impecável como o Turnstile.


Em GLOW ON, a banda não só molda o futuro como vai se remodelando ao longo de todo o seu formato, abrindo portas para a exploração musical de um jeito único – algo que nunca antes foi visto no mundo do hardcore/punk. É nítida toda a reinvenção do gênero que a banda traz nesse seu último trabalho. Algo que vai de uma simples introdução de lo-fi a progressões mais alternativas e um intensivo R&B.


O que o Turnstile traz nesse álbum pode não ser para quem curte mais do hardcore tradicional e é isso o que o torna tão intrínseco. Essa nova fase da banda mostra que os caras sabem muito bem o que estão fazendo e onde querem chegar. O objetivo é nítido. A criatividade, a forma de escrever para um público mais distinto, aliás, isso é uma das características mais marcantes do álbum: músicas que podem ser ouvidas por qualquer pessoa.


GLOW ON é cativante, acessível e intenso. O público pode esperar muito dele no Lollapalooza para cantar e gritar a plenos pulmões, porque “If it makes you feel alive, well, then I’m happy to provide!”Blackout.
E para ter uma sessão mais intensiva da banda, a gente recomenda o Tiny Desk que os caras lançaram agora no começo do ano. Vale a pena a ver, porque está sensacional. Esse show promete!