Retrospectiva Downstage 2021: Álbuns

Foi um ano bem proveitoso no quesito álbuns, tanto em âmbito nacional, quanto no internacional

Arte: Giovanna Zancope / Downstage

Por Fábio Forni, Luis Antonio, Bia Vaccari, Camila Brites, Marina Torres, Fernanda Manon, Hugo Daflon, Carol Monteiro e Vini Pereira

Quem não gosta daquela sensação de esperar pelo full de uma banda, ainda mais depois de consumir vários singles ao longo da campanha de lançamento? Ou até mesmo conspirar sobre temáticas, assuntos abordados, número de faixas, identidade visual? Há quem diga que consumir álbuns completos hoje em dia está fora de moda, mas ainda existem fãs saudosistas que além de esperar pelo álbum, compram o mesmo quando é lançado, isso se já não garantem na pré-venda, né? Tudo por amor a música e ao trabalho proveniente do underground.

2021 foi um ano bem proveitoso no quesito álbuns, tanto em âmbito nacional, quanto no internacional, entregando diversos trabalhos de extrema qualidade, movimentando maravilhosamente bem a nossa cena.

A equipe do Downstage se reuniu para destacar em um listão, alguns dos lançamentos que mais chamaram atenção neste ano de 2021, que não deixou nem um pouco a desejar. Saca só!

Make Yourself At HomeAbraskadabra

Os curitibanos do Abraskadabra deram o start em uma nova fase assinando com a Bad Time Records e lançando o ótimo Make Yourself At Home. A banda que já um dos maiores expoentes do skacore no Brasil, reafirma sua importância na cena com mais um trabalho de altíssima qualidade. O disco tem o alto astral característico da banda e do gênero, mas também abre espaço para novas influências, além de fazer críticas certeiras ao desgoverno atual. Um baita lançamento para os fãs de ska.

Fim – Human Kraken

Um dos principais nomes do metalcore nacional, a Human Kraken trouxe peso, melodia e conceito em seu último trabalho, o sólido e imponente Fim. Abordando o fim da vida, o álbum ainda traz faixas inspiradas por diferentes mitologias, além de críticas à religião e ao governo. Uma obra completa e com um nível de qualidade acima da média. As músicas presentes em fim mostram uma preocupação e um cuidado excepcional, além de contar com muito peso e melodia. Sem dúvidas um dos destaques da música pesada no cenário nacional.

Decomposição – Manger Cadavre?

Figurando entre os principais nomes do hardcore crust nacional, o Manger Cadavre? segue lançando trabalhos brutais e extremamente relevantes. Em Decomposição, a banda aposta em uma sonoridade mais arrastada e pesada, resultando em um trabalho diferente e interessante. A qualidade das faixas é absurda, sendo um dos destaques do cenário underground nacional. Os vocais da Nata são incríveis e o disco abre espaço tanto para músicas de protesto como para canções que falam de sentimento. Mais um disco sensacional na discografia do Manger Cadavre?.

Bodies – AFI

Se reinventando mais uma vez, o AFI lançou em 2021 um de seus melhores trabalhos. Bodies é elegante e minimalista, mesclando ao som da banda elementos de música gótica e do pós-punk, além de trazer uma estética retrô e com referências dos anos 80. Davey Havok coloca mais uma vez sua personalidade nas canções, que apesar de olharem para o futuro, preservam as origens do AFI. Um álbum completo, que mostra uma banda em uma de suas melhores fases.

Coming Down – Jail Socks

Em seu disco de estreia, o Jail Socks faz um trabalho excepcional e se mostra um dos nomes mais promissores do emo atual. Com músicas que prezam pela melodia e sentimento, Coming Down é tranquilamente um dos álbuns mais inspirados do gênero. A banda conseguiu surpreender a todos, mais uma vez, e trazer um trabalho com melodias vocais lindas, um instrumental bem trampado e letras bem sentimentais, sobre relacionamentos, ansiedade e a luta de superação diária pra se tornar um ser humano melhor e mais maduro. A obra emociona a cada faixa, deixando o ouvinte imerso no oceano de sensações que Coming Down consegue provocar no público. Uma obra intensa e calorosa, que mostra o talento de uma banda segura do som que faz.

GLOW ON – Turnstile

O Turnstile lançou um dos discos de hardcore mais viciantes do ano. Com influências da sonoridade feita nos anos 90, porém, misturando outros gêneros musicais e resultando em algo moderno, atual e diferente. GLOW ON é um álbum acessível e cativante, com músicas que grudam na cabeça do ouvinte e instigam o mesmo a não ficar parado enquanto ouve o álbum. Pode se dizer que o Turnstile lançou um clássico instântaneo e que ainda vai fazer barulho no meio (e também fora) hardcore por um bom tempo.

You’re Welcome – A Day To Remember

Apostando em uma sonoridade mais pop e acessível, o A Day To Remember saiu de sua zona de conforto em You’re Welcome. Mesmo puxando para o pop, a banda consegue entregar ótimas canções e manter o nível de qualidade alto. O disco abre espaço para experimentações e não abre mão das influências de pop punk e post-hardcore, que são marca registrada da banda. Um álbum que vai agradar os fãs com a mente aberta e com o coração mais receptivo.

MODO FUFU – Meu Funeral

Com sacadas muito criativas, críticas bem ácidas e muito bom humor, MODO FUFU conquistou o coração dos fãs desde o primeiro play no álbum. É o tipo de disco que você consome sem perceber que acabou e começou a repetir, quando menos percebe está cantando junto. Por isso esse álbum é um dos destaques do ano.

Salto Grande – O Carlos

Com muita personalidade, o grande Carlos Fermentão lançou seu primeiro álbum solo que carrega seu nome. Com muitas referências e dinâmicas muito bem elaboradas, viajamos nesse universo todo que saiu de uma mente brilhante. Um álbum com letras incríveis, sejam elas mais sentimentais ou críticas bem pontuais. Salto Grande é, com certeza, um dos destaques do ano.

Novidade Média – Sugar Kane

Novidade média é o álbum do Sugar Kane que veio surpreender todos os fãs da banda. Seguindo no mesmo pique de letras incríveis e instrumentais mais Sugar Kane do que nunca, a banda cada vez mais se consolida como o “vinho do hardcore”, ficando melhor a cada ano que passa.

Slowly Getting Better – Calling All Captains

Desde o lançamento do primeiro single desse álbum, já se esperava algo impressionante. O maior trunfo de Slowly Gettin Better é a combinação perfeita de letras bem emotivas com instrumental muito pesado, embaladas pela voz poderosa do vocalista, fazendo desse álbum de estreia, um dos melhores do ano.

Bless My Psyche – Sincere Engineer

Sincere Engineer é uma banda que sempre teve um estilo autêntico de se comunicar e prender o público em suas músicas. Em setembro deste ano, lançou seu segundo álbum, o Bless My Psyche. O trabalho combina muito bem a profundidade emocional do emo, a racionalidade humana sobre as coisas e energia que só o punk consegue agregar. Destaque para a faixa de abertura, Trust Me.

Tell Me About Tomorrow – Jxdn

Tell Me About Tomorrow é a mistura perfeita entre a bagagem de Travis Barker e o gosto pelo novo de Jaden Hossler. Ao ser o primeiro nome a assinar com a DTA Records, Jaden debutou em todas as plataformas com a ajuda do experiente baterista de Blink-182, que além de apostar cegamente no garoto de apenas 20 anos, deixou sua marca no disco em forma de sample em A Wasted Year, fazendo referência à icônica Feeling This. Tell Me About Tomorrow é jovem, divertido e carregado de emoções. 18 faixas podem parecer muito para um álbum inaugural, porém o tempo voa durante os quase 44 minutos de acordes cativantes e composições autênticas.

SUCKAPUNCH – You Me At Six

Completamente diferente de qualquer lançamento anterior, SUCKAPUNCH traz consigo a grande essência de You Me At Six. Subtraído de experiências conturbadas e da crença de uma possível última gravação do quinteto, o sétimo álbum de estúdio da banda inglesa se consolidou como um dos melhores de 2021 ao fugir da mesmice enquanto dança entre os gêneros eletrônico, punk e alternativo, sem perder suas raízes extraídas do emo pop. Josh Franceschi dá seu toque pessoal em faixas como Glasgow e Finish What I Started, atribuindo vulnerabilidade ao disco. Honesto e diverso, SUCKAPUNCH se caracterizou como o trabalho mais fiel e adulto do grupo de Surrey até então.

Life In Your Glass World – Citizen

Oscilando entre o indie rock e o emo alternativo, Life In Your Glass World faz jus a melancolia característica de Citizen, que se mostrou consolidado e confiante apesar de líricos excessivamente emotivos e auto críticos. Embora o trio americano esteja sem um baterista oficial há dois anos, a estrela do quarto álbum do grupo é, ironicamente, a bateria. Cada uma das 11 faixas se apresenta de maneira distinta e singular, fazendo com que o disco nos faça querer dançar independentemente da agressividade presente nas composições e nos vocais de Mat Kerekes.

Happier? – Volumes

Com um som inovador e consistente, Volumes renasceu como uma fênix em Happier? Um álbum que marca uma fase devastadora da banda com a morte trágica de seu ex-guitarrista em 2020, mas que consegue trazer a essência da banda com a dupla vocal de Michael Barr e Myke Terry. Com composições fortes, toda a produção do álbum traz um misto de melodias e riffs que te fazem viajar e pedir mais.

For Those That Wish To Exist – Architects

Mais melódico e com composições indagadoras, o nono álbum de estúdio de Architects mantém o espírito da banda ao mesmo tempo em que os reinventa. 5 anos após a morte do antigo guitarrista Tom Searle, For Those That Wish To Exist representa um passo à frente em relação ao passado sombrio do grupo, que ressurgiu das cinzas com 15 músicas de sonoridade inovadora, riffs consistentes e refrãos arrebatadores. Liricamente inspirado no cenário pandêmico e em questões climáticas, o quinteto inglês soube entregar um disco bem conceituado e profissionalmente produzido com a ajuda de grandes colaborações como as de Mike Kerr e Simon Neil.

This Is How The World Ends – Badflower

Badflower soube como ensinar a ver o lado positivo de situações ruins em seu segundo álbum de estúdio. Com melodias de arrepiar e letras melancólicas, a banda trouxe o melhor do pop punk em This Is How The World Ends e deixou o público mais do que satisfeito. Um verdadeiro passaporte para outro mundo.

Helpless – Axty

Com uma produção completamente independente, Axty fez a sua estreia na cena nacional de uma forma surpreendente. Com um som absurdo, melodias de arrepiar e letras inspiradoras, é impossível não gostar de Helpless e se emocionar ouvindo.

Flowers for Vases / Descansos – Hayley Williams

O segundo álbum solo da frontwoman do Paramore chegou para os fãs de surpresa em fevereiro, logo no início de 2021. Depois de Petals for Armor, esse disco da Hayley tem um tom mais sombrio e foi produzido desde 2017, com temáticas próprias da vida da cantora, como seu término com Chad Gilbert, guitarrista do New Found Glory. O álbum fala de luto, de perda, de deixar ir o passado. É catártico, doloroso e um marco na carreira solo da Hayley, já que mostra um lado mais maduro da cantora em 14 faixas extremamente melancólicas.

Eternal Blue – Spiritbox

Eternal Blue é o álbum de estreia do Spiritbox e fez valer todo o hype criado em torno dele. Ele revelou a capacidade do grupo em mostrar suas diferentes tonalidades sem perder a sua principal essência. É um disco consistente, com vocais e instrumentos que te deixam em êxtase do começo ao fim. Existem faixas pesadas, leves e diferentes de tudo aquilo que já escutamos, e que só o Spiritbox foi capaz de unir. Eternal Blue é sobre se conectar com a beleza de mundo catastrófico e não se limitar a um gênero do metal em específico. Além de criar uma atmosfera amigável com o pop e o eletrônico, de uma forma única.

Dark & Beautiful Secrets – Normandie

Dark & Beautiful Secrets é o terceiro trabalho da banda e é considerado pelos integrantes como o mais intimista de toda a discografia. É um álbum que mostra maturidade e o verdadeiro som do Normandie. Com letras simples e honestas, instrumentos incríveis e vocais matadores. A reprodução do álbum é fluida e natural, deixando sempre a sensação de querer mais. A mistura do rock alternativo, post-hardcore, com batidas pop, eletrônicas e as referências, ainda que sutis, do metalcore levam a uma imersão incrivelmente positiva. Dark & Beautiful Secrets é um álbum que não tem segredo, mas é perceptível que foi pensado nos mínimos detalhes para agradar a todos.

The Architect – Eidola

The Architect tem algo para todos os gostos dos fãs de música pesada. Em seu novo trabalho, o Eidola explorou novos caminhos musicais. Mesmo sem fazer reinventar a roda, conseguiram atualizar sua sonoridade e abrir o caminho para novos fãs. O grupo soube experimentar na medida certa, entregando um trabalho bem competente, deixando os fãs curiosos com os próximos lançamentos. O álbum possui uma natureza melancólica, que compartilha um conjunto de experiências profundas e pessoais de Andrew, vocalista da banda, além de conseguir captar com maestria o que cada membro tem de melhor. Todas as faixas são consistentes, é difícil querer pular alguma, mesmo tendo algumas em destaque.

Tóxico – Sebastianismos

O álbum marca o reencontro do baterista da Francisco, el Hombre com suas raízes no punk rock. Recheado de participações e com letras que narram a angústia e a saudade que deram o tom desse ano de pandemia e isolamento social, o disco é extremamente fácil de se ouvir. E podemos dizer que não seria absurdo que tivesse 4 ou 5 canções a mais.

Vou Ter Que Me Virar – Fresno

Vou Ter Que Me Virar, lançado em novembro, foi colocado por muitos como o álbum mais musicalmente maduro da banda. Com uma grande variação de estilos, o disco agrada tanto aqueles fãs com gosto mais clássico, como na balada dançante Já faz tanto tempo, com participação de Lulu Santos, quanto os fãs de um rock mais gritaria na ópera rock Grave Acidente.

What It Means To Fall Apart – Mayday Parade

O álbum marca os 16 anos da banda, o que coloca o grupo como uma das mais longevas bandas de pop punk nascidas no começo do século. Musicalmente o disco mescla a identidade consolidada pela banda nesses 16 anos com pinceladas de aventuras por novas influências como na música If My Ghosts Don’t Play, I Don’t Play com uma pegada entre o metal e o emo que poderia facilmente ser assinada pelo Black Veil Brides.

lately I feel EVERYTHING – WILLOW

O quarto álbum de estúdio da cantora conta com participações de nomes consolidados como Travis Barker, Avril Lavigne e do grupo Cherry Glazerr, além de nomes em ascensão como Ayla Tesler-Mabe e Tierra Whack. Com canções que se tornaram verdadeiros hits como transparentsoul e GROW, o disco tem tudo para se tornar um marco da nova geração do pop punk.

Postcards – Weatherworn

Uma das surpresas de 2021 foi o álbum Postcards, da banda Weatherworn, nas playlists autorais do Spotify. A banda resgata um pouco do pop punk de duas décadas atrás, com fortes influências de The Get Up Kids e Taking Back Sunday. Aqui vemos um sentimentalismo discreto e brincando com metáforas em sua composição de versos curtos, cantados em vocais duplos. O disco carrega uma narrativa consistente que toma conta de ponta a ponta, entregando um segundo trabalho de estúdio fechado e com 31 minutos proveitosos de se ouvir.

Bittersweet – Those Without

Falando em narrativas, o que os suecos do Those Without fizeram em Bittersweet, álbum de estreia foi justamente isso: construir uma história com início, meio e fim sustentada pelo desenvolvimento emocional do eu lírico. Com quatro singles impecáveis antecedendo o trabalho, a banda marca seu lugar como um dos nomes mais promissores do Easycore para 2022.

Gone Are the Good Days – Chunk! No, Captain Chunk!

“Já faz bastante tempo, e eu sei disso”. É assim que os franceses do Chunk! No, Captain Chunk! iniciam Bitter, a primeira faixa do seu quarto disco de estúdio. “Desaparecidos” desde 2015, a banda deu pequenas pistas que estava em estúdio no ano passado, e em 2021, entregaram disco cheio de conceitos e com uma estética meio retrô, mas produzido de forma totalmente independente que flerta tanto com o nostálgico quanto com o novo. São quase 45 minutos mergulhados num experimentalismo que brinca com elementos tradicionais do grupo francês como se fossem easter eggs, estabelecendo um comeback e tanto para o Chunk! No, Captain Chunk!

Dear Universe – FELICITY

Quando se trata de surpresas, não há nada mais gratificante do que descobrir algo que agrade seus ouvidos e coração simultaneamente. FELICITY, a banda da acalaroada cidade de Orlando, na Flórida, traz um som tão quente quanto suas raízes. Numa carta aberta ao universo, Dear Universe brinca com pensamentos sobre a efemeridade da vida na intro Carpe Diem que explode em Ignite e não demora para revisitar novamente essas ideias em C’est La Vie. É Easycore em sua mais pura essência, e uma estreia pra lá de bem feita.

Em Carne Viva – Zander

Repleto de significados e coração, foi em 2021 que o Zander decidiu dividir com o público seu melhor trabalho e marcar mês a mês de maneira diferente, com fases, cores e metáforas, Uma verdadeira viagem musical. Em Carne Viva marca o melhor trabalho da banda de rock independente que mesmo já tendo um nome consolidado na cena do underground nacional, não se cansa de arriscar e inventar. Repleto de participações especiais e letras que expõem as mais dolorosas agonias humanas, o trabalho marca o quarto disco de estúdio dos cariocas. Um lançamento que é um clássico instantâneo de uma das bandas mais influentes da cena.

The Greatest Mistake Of My Life – Holding Absence

Holding Absence é daquelas bandas de amor ao primeiro play. Após a qualidade entregue em seu álbum de estreia homônimo em 2019 e os singles que antecipavam o segundo trabalho de estúdio, as expectativas para The Greatest Mistake of my Life estavam altíssimas. Uma vez que a distância entre a expectativa e a realidade é o tamanho da frustração, os ingleses do País de Gales provaram mais uma vez que não existe essa palavra no vocabulário dos fãs. O trabalho é reflexivo e poderoso e aborda a volta por cima de emoções tristes e sombrias, ao mesmo tempo que sabe muito bem trazer à tona composições sobre sentimentos ruins sem cair no senso comum.

Roll with the Punches – Brooklane

Ainda que o pop punk hoje possua ramificações, ainda há aquelas bandas que entreguem o sentimento único de segurança ao estar voltando para casa. O Brooklane surgiu com o pé na porta, abraçando de maneira calorosa o pop punk que explodiu nos palcos dos festivais underground no início de 2010 e não demorou quase nada para dividir com o público seu álbum de estreia: Roll with the Punches. Abordando temas característicos do gênero como ansiedade, pertencimento e até mesmo frustrações amorosas, o trabalho se distribui em excelentes 13 faixas, contando até mesmo com as participações especiais de Jason Lancaster e da banda We Set Signals.

PUTZ – putz

Novo nome do rock alternativo, a banda Putz dividiu com o público o disco de estreia homônimo, sob produção há quase dois anos, apenas aguardando um momento para ver a luz do dia. Cheio de metáforas e uma narrativa tão abstrata, a mente de Gi Ferreira visita e revisita lugares do subconsciente humano para trazer à tona emoções tão líquidas quanto a água que tanto aborda em seus versos. É uma viagem para dentro de si mesmo, mas cujo itinerário é guiado pela mente e coração da vocalista.

There’s a Ghost in Every Place – A Morning After

Às vezes o algoritmo das plataformas de streaming nos entregam boas surpresas, e nesse fim de 2021, There’s a Ghost in Every Place foi uma delas. Inteiramente instrumental, o projeto autoral de Augusto Diniz que leva o nome de A Morning After viaja pelo lo-fi e traz elementos do samba e do hip hop. O trabalho é coeso e com muito cuidado em cada uma das faixas, de uma forma que transborda até a arte de sua capa e estética de todo o disco.

Rock Jr. – eliminadorzinho

Rock Jr. reflete a inquietude da mente humana numa sonoridade com linhas de baixo firmes e guitarras distorcidas e faixas que vão da calmaria, à explosão de sentimentos. É um retrato do psicológico do jovem urbano, preso numa rotina em que o tempo urge e que escorre pelos dedos tão rápido que os trinta anos já batem à porta. Tudo isso contextualizado na atmosfera energética de uma metrópole que nunca dorme.

Keepsakes & Reminders – Youth Fountain

Entrega, sentimento e muita intensidade. Essas são as principais características do segundo álbum de estúdio da banda Youth Fountain, projeto solo do músico canadense Tyler Zanon. O visceral Keepsakes & Reminders, traz consigo 14 faixas, que vão desde o emo, até um pop punk com pitadas bem cadenciadas de post-hardcore. Relatando fatos do cotidiano, além de expurgar seus demônios interiores, Tyler entrega um ótimo álbum que chamou muito a atenção após o seu lançamento. Destaque para a faixa Century.

Lost In The Wave – Landmvrks

Com certeza um dos grandes álbuns lançados em 2021, o Lost In The Wave dos franceses da banda Landmvrks, explodiu logo nos primeiros dias do do seu lançamento. Com ótimos singles como a faixa título do álbum, Rainfall e Silent, a trinca se posiciona como uma das melhores sequências do ano. Contando com 10 faixas no total, o som vai desde um metalcore muito bem executado, um toque de beatdown e até algumas linhas de hip hop, transitando entre o inglês, e a língua mãe dos caras. Se você ainda não conhece o Landmvrks, corre dar o play imediatamente!

Posture & The Grizzly – Posture & The Grizzly

E foi aos 45 do segundo tempo de 2021 que os americanos de Connecticut, Posture & The Grizzly, resolveram dar sequência ao excelente I Am Satan, de 2016. Com um álbum homônimo, o grupo um tanto subestimado e com um pouquinho mais de 10 mil ouvintes mensais liberou quinze faixas que usam e abusam da dupla de vocais na medida certa e resgatam o tanto que amamos do midwest emo.

This House is Too Big, This House is Too Small – Brutalligators

Diretamente do sudeste da Inglaterra, o quarteto Brutalligators dividiu com o público seu álbum de estreia em novembro, This House is Too Big, This House is Too Small, mais um para a prateleira dos amantes do midwest. Muito mais do que um trabalho sobre términos de relacionamentos, o disco traz desabafos sinceros sobre decepções, injustiças mundanas e o famigerado “tudo dando errado”. Há muito acontecendo e muito a se admirar, como guitarras distorcidas e vocais até mais agressivos, formando um trabalho completo e trazendo um nome para o midwest que definitivamente vamos ficar de olho.

Galleons – Galleons

Voltando com seu terceiro álbum, a banda parte russa, parte australiana, Galleons deu vigor à sua mais nova fase com um disco homônimo que mostra o porquê são tão bons ao misturar post-hardcore às melodias e progressões. O trabalho é intenso e possui uma paisagem sonora tão impecável quanto a sua arte de capa, variando entre picos de energia e riffs vibrantes. Uma banda que, com certeza, merece seu play em 2022.

Within Each Lies the Other – As Everything Unfolds

Diretamente do Reino Unido, a banda As Everything Unfolds usa e abusa dos vocais da frontwoman Charlie Rolfe no álbum de estreia Within Each Lies the Other. Nome fortíssimo no streaming inglês, o sexteto tem tudo para ser um dos nomes mais potentes do post-hardcore atual. O primeiro disco traz conceito e estética que vão além das onze faixas de sua tracklist e transbordam para todo o trabalho visual e até mesmo o figurino do grupo, com intensidade e melodia na dose certa e o gostinho de “quero mais” em sua conclusão.

Let The Bad Times Roll – The Offspring

O Offspring veio com um trabalho coeso e com ótimas músicas em Let The Bad Times Roll. Depois de derrapar em seus últimos discos, os veteranos do punk rock dos anos 90 se mostram inspirados novamente e dispostos a lançar um álbum relevante. Mesmo com alguns pontos negativos, LTBTR mostra que o Offspring ainda tem muita chama pra queimar e mostra um saldo bastante positivo, principalmente em relação a seus lançamentos anteriores.

Welcome to Horrorwood: The Silver Scream 2 – Ice Nine Kills

Lançando a parte 2 do excelente The Silver Scream, o Ice Nine Kills entrega mais um disco completo e que transcende a música, ampliando a experiência do ouvinte para o audiovisual e para as referências presentes nas letras das músicas: The Silver Scream 2 é uma montanha russa de emoções e sonoridades, onde a banda mistura elementos de vários gêneros musicais, criando um som único e diferenciado. A banda que é conhecida por buscar inspiração em filmes de terror, traz em seu novo trabalho referências a clássicos do terror como Resident Evil, Psicose, American Psycho, Hellraiser entre outras obras do horror. Sem dúvidas um dos destaques do ano e um prato cheio para os amantes da música e do cinema.

O que sobrou da Tristeza Vol. 1Vidaincerta

Uma verdadeira viagem íntima ao universo particular de Giba, que aqui assina sob o pseudônimo Vidaincerta, seu primeiro álbum fala sobre o caminho da depressão e a cura dentro de cada uma das músicas. É um trabalho especial, resultado de um esforço coletivo do selo TRISTEZAMOB e que visa tentar mudar o mundo das condições atuais em que vivemos.

Retrofit – Settle Your Scores

Conforto, nostalgia e toda a sonoridade que amamos no pop punk: é exatamente isso que Retrofit, o primeiro álbum do Settle Your Scores entrega. A banda de Cincinnati junta forças aqui com ninguém menos que Nick Ingram (Hawthorne Heights), e volta 100% às suas raízes. Há tudo por aqui: refrões que grudam na cabeça, letras que falam sobre o tempo passar tão rápido como se escorresse pelas mãos e uma sonoridade que promete agradar todos os fãs de pop punk.

Sinto Muito – LAVOLTA

Diretamente do ABC Paulista, a LAVOLTA é uma banda que nasceu em São Bernardo do Campo e teve toda a estética de seu mais novo álbum, Sinto Muito, trabalhada em conceitos de dualidade: entre emoções à flor da pele e pedidos de desculpas, expandindo novas possibilidades na sonoridade da banda, Sinto Muito visa explorar todos os significados de seu título. Com influências do emo e do indie contemporâneo, o álbum marca de vez a chegada da banda ao cenário do rock independente.

In a Dream – Suntitle

Lançado em novembro, In a Dream é o primeiro álbum de estúdio do Suntitle. O trabalho foi antecipado por três singles e acabou fechado em dez faixas que completam pouco menos de meia hora. A duração, no entanto, não impacta nem um pouco em seu resultado final: a banda aqui oferece uma experiência energética e que vai de um extremo a outro em poucos minutos. São picos de intensidade que prometem explorar toda a capacidade dos vocais de Dan Pasela.

Lost Souls – Caskets

O Caskets é uma boa descoberta para quem acabou caindo no aleatório do YouTube após assistir a muitos videoclipes do Normandie. Após uma mudança de nome no meio da campanha promocional de seu álbum inaugural, os ingleses trazem aqui de tudo um pouco que os fãs de metalcore tanto amam no gênero. Pode soar um pouco como muito na zona de conforto, mas é uma boa estreia para uma banda que enfrentou tantas dores de cabeça em seu início. A produção é ótima e ambiciosa e explode em refrões fortes e energéticos. Se você ainda não conhece, vale o play em Lost Souls.

Manic – Wage War

Uma obra de arte em formato de disco. É assim que podemos chamar Manic. Ao contrário do que vimos no lançamento de Pressure, nesse álbum é possível ver a inovação de uma banda extremamente sólida no cenário do metalcore, mas que não deixou a sua essência super pesada para trás. Com 11 faixas e aproximadamente 36 minutos, o Wage War mostrou que é possível encontrar o equilíbrio perfeito entre seus trabalhos antigos aliado à experiência de coisas novas, como toques eletrônicos e versos de rap. É possível encontrar das faixas mais pesadas às mais tristes melodias.

Sleeps Society – While She Sleeps

SLEEPS SOCIETY é o quinto álbum de estúdio do While She Sleeps e leva o nome do Patreon da banda. O disco mostra porque o While She Sleeps é um dos nomes mais importantes do metal moderno atualmente. Sem medo de experimentar o novo, o grupo continua abordando temáticas importantes em suas letras e mantém o peso de seus riffs e vocais. A angústia pessoal é transplantada ao longo de 11 faixas, que mostram o potencial do While She Sleeps, mas que com certeza ainda não chegaram ao ápice da sua potência. É incrível a forma como o metalcore consegue se misturar com o metal eletrônico e o pop metal, tudo funciona muito bem, pois foi pensado estrategicamente, nos mínimos detalhes. Os gritos de união e resistência do While She Sleeps tem uma real força real nesta obra.

Don’t You Feel Amazing – Trash Boat

O Trash Boat é uma banda que, a cada álbum, consegue surpreender cada vez mais. Suas duas últimas obras foram incríveis, e com essa não foi diferente. Don’t You Feel Amazing? vai muito além de uma mudança de sonoridade para a banda, mas também aborda questões como saúde mental e autoconfiança.