Pardon My French: 10 anos de um clássico absoluto do Easycore
O álbum que mostrou a evolução da Chunk! No, Captain Chunk! completa sua primeira década em 2023
Quando o quinteto de Paris decidiu gravar seu álbum de estreia intitulado Something For Nothing eles sabiam sobre o que iriam cantar e queriam mostrar ao mundo suas músicas. Musicalmente falando, o primeiro álbum do Chunk! No, Captain Chunk! é um produto de sua época. Seu som remete muito a aquilo que era lançado no início da década de 10 com suas letras recheadas de temas como sentimentalismos adolescentes, festas, amizades e sobre nunca desistir de suas lutas pessoais.
Neste primeiro trabalho, conseguimos sentir um certo amadorismo já que o disco foi produzido pelo próprio vocalista, Bert Poncet no maior estilo “do it youself” no qual aprendeu sobre como produzir pesquisando em livros e na internet. Obviamente que isso não é um ponto negativo e este primeiro trabalho está longe de ser mediano. Aliás, ele é uma excelente trilha sonora para uma boa festa na piscina devido a seu som pesado mesclado com o alto astral característico do gênero.
Este trabalho teve uma repercussão excelente e em 2011 a banda assinou com a renomada gravadora Fearless Records, que possuía nomes como Motionless in White, Pierce the Veil e I Prevail.
Isso fez com que os horizontes dos meninos festeiros fossem ampliados, e não muito tempo depois, começaram a trabalhar em seu segundo álbum.
O sucessor de Something For Nothing
Pardon My French é descrito por Bert Poncet (vocal) como “Uma evolução direta do primeiro trabalho”. E isso é muito visível, visto que temos agora uma banda mais madura, mais técnica e que definiu um novo caminho a ser seguido.
A produção do álbum ficou a cargo de ninguém menos que Joey Sturgis, um renomado produtor de bandas de metalcore que conta com mais de 100 álbuns produzidos (dentre eles podemos citar os clássicos do Asking Alexandria e Hollow Bodies do Blessthefall, só com estes lançamentos sabemos que este cidadão é um gigante!)
Tendo a produção cuidada por outra pessoa, Bert se dedicou mais na composição das novas canções e assim mostrou a que a banda veio. Toda a experiência adquirida nas turnês foi utilizada de maneira magistral aqui.
And here we go again!
Esta frase que dá início a primeira canção do álbum intitulada Restart (que foi a primeira single lançada deste trabalho) já nos empolga em seus primeiros segundos e temos aqui um riff coeso muito característico do metalcore. Devemos apreciar o talento de Éric Poncet (guitarrista) pois ele manda muito bem! Em diversas outras faixas encontraremos ótimos riffs que irão ditar o lado metalcore do disco.
Mostrando com muita energia o lado Pop-Punk da banda, Taking Chances foi a segunda single lançada. Essa é uma faixa que chama a atenção pois podemos sentir o carinho da banda para com suas canções. A música tem um refrão excelente e usa sem medo passagens melodiosas e os famosos gang shouts.
Mostrando mais uma vez o lado metalcore, Bipolar Mind é melódica e pesada na medida certa. Em sua letra encontramos uma espécie de pedido de ajuda de uma pessoa que sofre de bipolaridade que incessantemente diz que “há um demônio em sua cabeça”.
Talvez a faixa mais famosa do disco, Haters Gonna Hate é a definição perfeita do gênero Easycore. Seu refrão chiclete que parece ter sido criado com a finalidade de ter uma multidão de fãs cantando junto é algo lindo de se ouvir. A faixa possui um eletrizante breakdown que vai guiando o ouvinte até o seu fim épico, sem contar o espetáculo audiovisual que é seu clipe.
The Progression Of Regression é a música mais rápida do álbum. Conseguimos sentir uma certa influência do hardcore californiano em certas partes, juntamente de passagens melodiosas e bons breakdowns para não perder o costume. Seguido dela temos a faixa-título Pardon My French e aqui a banda utiliza mais uma vez da fórmula dos breakdowns seguidos de passagens melódicas. Não é uma faixa ruim, mas por se tratar da faixa-título poderia ser mais memorável.
Em Between Your Lines a banda consegue prender o seu ouvinte com o seu ritmo um pouco mais “pulante” do que as demais faixas. É uma excelente faixa que é capaz de erguer até aqueles que não estão afim de dançar um pouco.
Pesada é a melhor definição para I Am Nothing Like You. Os riffs dessa faixa se destacam por serem mais pesados que o habitual do álbum. Destaque aqui para o excelente trabalho de Mathias Rigal (baixista) que consegue somar ainda mais peso no conjunto musical como um todo!
Reasons To Turn Back é sentimental e um tanto quanto introspectiva. A faixa faz questão de tocar em assuntos que nos fazem refletir como por exemplo: Qual o sentido de seguirmos nossos sonhos de infância se as vezes eles não irão nos levar a lugar algum? Profundo isso.
Imagine agora que você está viajando confortavelmente em um carro, olhando as paisagens pelo vidro e no horizonte há um belíssimo pôr do sol. So Close Yet And So Far é a música que se encaixaria perfeitamente como trilha sonora do momento descrito acima. A faixa transmite uma sensação nostálgica inexplicável. Certamente um dos pontos altos deste trabalho!
Saindo da vibe calma e nostálgica, Miles And Decibels já chega chutando tudo com sua velocidade e energia. A faixa passa por momentos cheios de energia com sua vibe Pop-Punk e vai se acalmando conforme atinge seus últimos momentos, mostrando que mesmo chegando no fim do álbum a banda ainda estava inspirada.
The Best Is Yet To Come é a última faixa deste maravilhoso disco. E podemos dizer que é uma excelente escolha para fechar este trabalho. Ela tem tudo aquilo que este álbum ofereceu: Bons riffs, berros, breakdown e um refrão hipnotizante. Porém, seu maior destaque com certeza absoluta é seu último minuto no qual a banda consegue criar uma atmosfera sentimental que de alguma forma prende seu ouvinte e o faz cantar junto. Simplesmente impecável.
E, como o próprio nome da música diz, O Melhor Ainda Está Por Vir, prometendo o retorno dos nossos queridos Parisienses com trabalhos ainda mais memoráveis.
Origem do nome do álbum
A expressão que dá nome a este trabalho é comumente utilizada em países falantes da língua inglesa quando alguém diz um palavrão e pede perdão logo em seguida. Mas, como a banda chegou a conclusão de que este seria o nome do álbum?
Segundo Mathias Rigal (baixista) em uma turnê da Vans Warped Tour ele e Justin Aufdemkampe, guitarrista do Miss May I, estavam conversando até que em um dado momento Justin começou a falar sobre esta expressão da qual Mathias desconhecia até o momento. Após alguns minutos de conversa, Mathias retorna a seus colegas de banda e conta sobre a nova expressão aprendida. Para a sua surpresa, todos gostaram tanto da expressão que decidiram batizar o futuro álbum dessa maneira.
De que cor era o Cavalo Branco de Napoleão?
A imagem utilizada como capa deste álbum é a famosa pintura de Napoleão cruzando os alpes feita pelo artista Jacques-Louis David, um grande representante do período Neoclassicismo.
Um fato interessante é que a banda de certa forma optou por censurar os olhos de Napoleão e seu cavalo (que aqui está branco) e se notarmos ao fundo, existem alguns pássaros que parecem ter sido rabiscados por uma criança em idade pré-escolar.
A banda nunca deixou claro qual a razão dessa pintura em específico ter sido selecionada, mas, levando em consideração o nome do álbum, podemos ter algumas ideias.
Never give up on what you want
De um grupo de amigos que criaram uma banda a pessoas maduras que nunca perderam seu espírito da juventude, Chunk! No Captain Chunk é uma banda que merece ser ouvida a exaustão. Suas músicas conseguem cativar o ouvinte e imergi-lo em um mundo de boas emoções.
Nunca se esqueça da letra de Taking Chances:
“It’s never been to late for you
To change you fate.”