Uma noite de fortes emoções. Foi assim que, no último dia 12 de fevereiro, no John Bull, casa de shows situada em Curitiba, aconteceu o segundo show da turnê CAØS 202, que estava programada para acontecer no ano de 2020, mas com a pandemia de Covid-19, teve de ser adiada. Tudo apontava para que aquela noite, fosse uma noite inesquecível. E sim, ela foi.

A noite começou da mesma forma que acabaria, uma experiencia de lavar a alma em melodias e letras. Yago Jacques fez sua apresentação com arranjos simples de violão, mas que tinham toda a carga emocional para fazer a sua voz brilhar. Vocalista da banda paulistana Atlante, esta foi sua estreia em formato acústico, tornando ainda mais especial a noite, para o músico.

Com letras lindas e sua voz que ia do canto suave, até a explosão de potência e sentimento, parecia que o cantor havia hipnotizado toda a plateia, que ficou toda em silencio para ver Yago cantar sentimentos.

Logo em seguida, mais uma estreia. O Rubro, dupla curitibana de música alternativa, também fazia sua estreia nos palcos, tocando pela primeira vez suas músicas autorais, e cativando de cara aqueles que ainda não conheciam a banda. Preenchendo a casa com sua apresentação que, além dos dois músicos talentosos, contava com o apoio de trilhas pré-gravadas, com bateria eletrônica e outros elementos, para deixar o som ainda mais encorpado.

No decorrer do set, a dupla ainda tocou um dos sucessos da banda Britânia Bring Me The Horizon, Drown, transformando o salão em um canto uníssono.  O Rubro além de ter músicas muito bonitas e um carisma ímpar, ainda chamou a atenção por suas melodias vocais bem trabalhas com duas vozes, que parecem ter nascido uma para completar a outra. Em suma, um abraço sonoro.

A noite poderia ficar ainda mais especial do que já caminhava. Se o dia 12 de fevereiro foi de inícios, ele também proporcionou o encerramento de um ciclo, e o nascimento de outro. Isto por que Bruno Silos, baterista da banda Cefa fez o seu último show com a banda ali, naquele palco, naquele dia, mas antes de assumir as baquetas, agradeceu a banda, os amigos, os fãs e todos aqueles que um dia já cruzaram seu caminho. E para completar, chamou sua companheira para cima do palco, e rolou até pedido de casamento. E a noite não estava nem na metade.

O John Bull já estava em êxtase com toda a carga emotiva que havia rolado, quando a música ambiente vai se esvaindo, e a luz se apaga. Chegou a hora da banda Cefa subir ao palco. Após uma breve intro, a banda explodiu com a faixa Impulso, presente no último disco do quarteto, o Caos, que foi tocado na íntegra no decorrer da apresentação. Poder tocar em casa é sempre uma alegria. “Não tinha como essa turnê começar, sem passarmos por Curitiba. Tocar em casa é sempre muito especial pra gente”, comenta Caio Weber, vocalista da banda.

Conforme ia passando o tempo, o público ia ficando cada vez mais entregue ao set que a banda preparou. Músicas que tem o poder de entrar dentro do coração, machucar, acalmar e ensinar, essas é a linha que a banda segue e que fez com que seu som navegasse por tantos lugares, dos quais já navegou.

Atrelado as músicas mais recentes, a banda também tocou faixas dos álbuns O Fantástico Azul Ao Longe, e também da sua coleção de singles, intitulada Alúmen, causando nostalgia na plateia, que puderam acompanhar todas as transições dentro da banda, até chegar aquele momento que estavam vivenciando.

Uma das características mais marcantes de assistir um show da Cefa, é poder desfrutar e presenciar a entrega que a banda proporciona em cima do palco. Não existe momento calmo, parado. Existe emoção, choro, risada, alegria e euforia o tempo todo, sempre na dose certa, não deixando um momento sequer passar despercebido. Fato que na faixa O Que Sobra do Adeus, a banda toda se emocionou enquanto o instrumental rolava, espelhando o sentimento para o público, que não conseguiu conter as lágrimas junto da banda.

A noite terminou com as faixas Desabafo e Silenciosas Como A Neve, entregando um abraço carinhoso em cada um que estava ali, transformando aquele momento em algo único e que, com certeza, nunca sairá da cabeça de quem estava lá.