menores atos deixa maus momentos para trás em show esgotado

Apresentação aconteceu no último sábado no Fabrique Club, em São Paulo, marcando a estreia da banda pela Powerline Music & Books

Foto: Bruno Valente / Downstage

Quando a pandemia de COVID-19 começou, o ano era promissor para o menores atos: a banda estava preparada para embarcar numa turnê pelo sul do país e acabava de vir de duas apresentações lotadas em São Paulo e no Rio de Janeiro; como se não bastasse, o trio ainda subiria nos palcos do Lollapalooza pela primeira vez em toda a sua carreira, meses após estrear no Rock in Rio.

(Foto: Bruno Valente / exclusiva para o Downstage)

Entrando sem pedir licença, o período de isolamento cortou a rotina da banda pela raíz duma forma que soava até pessoal. 2020 era promissor, cheio de expectativas; mas acabou tornando-se um ano frio e sem novidades para o grupo, que também não se comunicava mais com a mesma frequência de antes — justamente por não ter para o que olhar no horizonte.

No entanto, foi na noite de 4 de dezembro de 2021 que o vento parecia soprar para outra direção na vida do menores atos. Agora com a agenda de shows sendo aos poucos retomada (incluindo a apresentação no Lollapalooza), a data no Fabrique Club, em São Paulo, mostrou a Cyro Sampaio (guitarra/voz), Ricardo Mello (bateria) e Celso Lehnemann (baixo) que a quarentena foi apenas um período de muita espera, apesar de ser tomado por preocupações e angústias.

(Foto: Bruno Valente / exclusiva para o Downstage)

Aberto pela banda Putz, projeto paralelo do vocalista em conjunto com Gi Ferreira, Sarah C e Antonio Fermentão, a noite no Fabrique Club preparava-se para ficar na memória de todos os presentes. O público cantava cada verso das músicas (incluindo as recém-lançadas do EP Lúmen, como Breu e Muro) como se não soubesse quando teria aquela experiência novamente: de presenciar o menores atos vivo novamente.

A setlist, repleta de faixas que são capazes de levar o público às mais extremas emoções (com músicas como Doisazero, Miopia, Devagar e a icônica Sobre Cafés e Você) tomava conta do Fabrique Club e tornava-o lugar o único de São Paulo para se estar naquele momento. Não é equivocado dizer que assistir a menores atos retornando aos palcos entregou a sensação de um abraço apertado e não dado há muito tempo, mas também trouxe a sensação de que, alguma hora, vai ficar tudo bem.

(Foto: Bruno Valente / exclusiva para o Downstage)

A abertura de Putz

Para muitos, a noite do dia 4 de dezembro marcava o primeiro show pós-pandemia. E para a Putz não era diferente. A noite começou embalada com estrago, seguida de destrói, as mesmas faixas que abrem o recente álbum da banda, e que encantaram a todos que ali estavam, esperando por aquele tão aguardado momento.

A atmosfera era de acalento e todos pareciam vibrar na mesma sintonia. Era impossível não se deixar levar pela presença de palco de Gi Ferreira, que a todo momento fazia questão de interagir com o público e agradecer por estar realizando uma apresentação depois de todo esse tempo. Seus parceiros de banda se entregavam de corpo e alma a cada faixa e conseguiam passar a energia para o público.

(Foto: Julia Magalhaes / @jmag.photo)

Vale destacar os momentos em que tocaram quando saio de mim, a música mais famosa do novo trabalho e temporal, onde temos um solo de guitarra totalmente envolvente, misturado às vozes de Gi, que transformaram o Fabrique em um universo paralelo por alguns segundos. Foi uma grande abertura para um grande show que viria pela frente, e que deixou um gostinho de quero mais.