High Wind explode em novidade e expectativa em Windwvker
Quarteto formado por integrantes do blessthefall surpreende em EP de estreia
Não se sabe ao certo o que aconteceu com o blessthefall; a banda permanece unida, ao que parece, mesmo sem lançamentos inéditos desde 2018. No entanto, esse silêncio parece não ter afetado criativamente Jared Warth (baixo e gutural) e Elliott Gruenberg (guitarra e backing vocal), que agora unem-se com o atual baterista de turnê da banda, Conor White e o produtor Ryan Daminson (com um currículo de respeito que inclui The Word Alive e Memphis May Fire) para formar o quarteto de post-hardcore High Wind.
Diretamente de Phoenix, cidade do Arizona, a banda pode ser facilmente comparada a uma joia rara descoberta no amontoado de novidades que se acotovelam semanalmente nas playlists editoriais do Spotify. O projeto nasceu de uma saudade de Elliott e Jared dos palcos e, ao que tudo indica, tem como veia principal a diversão e o prazer de fazer música por si só.
“Alguns fãs de Zelda que queriam escrever música”, descreve o quarteto em suas redes sociais, transparecendo muito bem o que move o espírito de cada um dos músicos por trás desse novo projeto: a diversão, o sentimento de novidade e o respeito por aquilo que faz o coração de cada um bater mais forte.
Sem gravadoras ou empresários por trás, a High Wind entrega um trabalho polido e coeso em seu EP de estreia, Windwvker, que curiosamente tira seu nome da faixa que o abre. Esta que propõe uma experiência similar à sensação de assistir à sua banda favorita subindo no palco, o frio na espinha de vivenciar algo que mudará sua vida por completo e marcará sua mente como nada igual.
Windwvker é surreal. O início prepara o ouvinte como um prólogo, que não demora a dar as boas-vindas aos berros de Jared — carregados de energia, saudade e anseio pelo novo. O refrão explode nos versos limpos de Elliot, mas que logo tem seus vocais convidados a gritarem junto ao seu colega de banda.
O EP segue para Ragnarok, a faixa do meio, com elementos mais eletrônicos e modernos. Dessa vez, o gutural de Jared é acompanhado quase que o tempo todo pelos vocais limpos de Elliot. É uma faixa curta, com uma letra menor do que o usual, o que exige muito mais criatividade para a banda lidar com uma quantidade menor de versos — mas executam a tarefa muito bem.
Fechando o trabalho, há Iron Throne: o ápice de Windwvker. Os vocais de Jared ganham muito mais exposição e Elliot parece curtir acompanhá-lo como se viajasse ao seu lado, no banco do passageiro, mas dá um show nos acordes de guitarra. Há a sensação do divertimento, do conforto em fazer algo novo ao mesmo tempo que se mata uma saudade.
Soando como um hobby (bastante levado a sério) ao mesmo tempo que deixa uma enorme expectativa sobre o que está por vir, a High Wind deixa aos fãs de blessthefall uma novo alô, com capricho de ponta a ponta e uma atmosfera de novidade.
É um trabalho rápido, de apenas três faixas e menos de dez minutos, mas que embora pareça na superfície, não há indícios de nada feito às pressas: é um começo curioso, de qualidade e nomes fortes por trás que levam tudo com leveza e entusiasmo. Windwvker merece ser reproduzido com atenção aos versos, vocais e detalhes que fazem da banda um nome forte para ser uma das melhores revelações de 2022.
Para fãs de: Crown the Empire, The Word Alive e, é claro, blessthefall