The Offspring mostra que ainda tem o que dizer em Let The Bad Times Roll
Quebrando a espera de quase 9 anos por material inédito, o The Offspring prova que ainda é relevante e competente em seu décimo álbum de inéditas
Após um período de quase nove anos sem lançar um disco de inéditas, o The Offspring finalmente entrega aos fãs seu mais novo trabalho. Let The Bad Times Roll é o décimo álbum na discografia da banda e chega para provar que o Offspring ainda tem muita lenha para queimar.
Com trabalhos excepcionais que os consagraram como ícones do punk rock, o Offspring sempre gera uma grande expectativa em torno de seus lançamentos. A banda vem entregando obras irregulares desde o lançamento de Splinter (2003), o que acabou deixando uma parcela de seus fãs desgostosos e alheios aos últimos materiais.
O fraco e esquecível Days Go By (2012), mostrou um Offspring pouco inspirado e sem a energia fervorosa que transbordava em todos os seus discos. Até mesmo nas canções com apelo radiofônico, terreno o qual a banda dominava com maestria, o resultado era bem decepcionante.
Let The Bad Times Roll veio para colocar o Offspring novamente em evidência e provar que a banda ainda consegue lançar trabalhos relevantes. This Is Not Utopia vem com um punk rock rápido e contagiante, remetendo aos bons momentos de álbuns como Conspiracy of One. Os vocais de Dexter Holland soam diferentes, mas é algo natural levando em consideração a idade atual do vocalista (55 anos).
A faixa título puxa para o lado pop radiofônico da banda e foi o primeiro single de trabalho do álbum. É uma música pop com refrão chiclete, porém, o Offspring parece ter perdido a mão para fazer esse tipo de composição. É uma canção fraca e enjoativa, pouco inspirada e que deixa a desejar se tratando de uma banda que emplacou hits sensacionais como Hit That e Pretty Fly (For A White Guy).
Com um início discreto, Behind The Walls ganha força e se destaca como uma das melhores faixas do disco. A dinâmica da canção é muito boa e carrega a personalidade do Offspring. Em Army Of One, a banda segue uma sonoridade linear, sem se arriscar muito, o que deixa a música sem brilho e apagada no álbum.
Breaking The Bones é empolgante e tem um refrão contagiante, outra que se destaca no álbum. O disco volta a derrapar em Coming For You. Mais um momento pouco criativo, onde a banda aposta todo o potencial da música no refrão, mas sem êxito algum.
Os naipes de metais dão as caras em We Never Have Sex Anymore. A faixa é bem divertida e conta com uma sonoridade diferenciada, acertando em cheio e funcionando muito bem. É o Offspring se arriscando criativamente e entregando um resultado extremamente positivo. In The Hall Of The Mountain King é uma rápida e divertida música instrumental.
The Opioid Diaries volta com o punk rock acelerado e energético. Outra faixa em que o Offspring brilha e resgata sua essência punk, deixando os fãs extasiados e com um belo sorriso no rosto. A sonoridade rápida e agressiva continua em Hassan Chop, com aquele refrão melódico que a banda domina com maestria.
Chegando na reta final do disco, temos uma versão intimista de Gone Away (lançada originalmente no álbum Ixnay On The Hombre, de 1997), onde os vocais de Dexter são acompanhados de um piano, deixando a canção com uma roupagem muito bonita. Talvez não agrade a todos, mas não chega a ser algo negativo para o disco, já que a banda costuma executar essa versão nas apresentações ao vivo. Lullaby encerra o disco de forma curta e interessante, fazendo jus ao seu título.
O saldo em Let The Bad Times Roll é positivo e o Offspring consegue tirar a má impressão causada pelos trabalhos anteriores. O álbum dá umas escorregadas em alguns momentos, com músicas fracas e pouco inspiradas, que acabam dispersando a atenção do ouvinte. Mas os momentos em que o disco acerta fazem a balança pesar para o lado positivo. Let The Bad Times Roll tem ótimos momentos e conta com ótimas faixas calcadas no punk rock.
O Offspring emplaca mais um álbum de qualidade em sua discografia e mostra que ainda é relevante no cenário musical. Let The Bad Times Roll é um disco com personalidade e deixa os ouvintes esperançosos para lançamentos futuros.
Para fãs de: Green Day, Goldfinger e Sum 41