Rio Rock Tour constrói uma máquina do tempo no Vivo Rio
Carregado de nostalgia, o evento supera as barreiras da pandemia e revive memórias de tempos áureos do riocore
Não é exagero dizer que, de todos os presentes em um Vivo Rio lotado, não havia uma pessoa sequer que não estivesse voltando ao passado no último domingo. Depois de 14 anos, o Rio Rock Tour voltou a ser realizado na cidade maravilhosa reunindo algumas bandas já aposentadas e outras que sobreviveram ao passar do tempo.
A primeira banda a se apresentar foi o Upsidown. No mesmo Vivo Rio em que se despediram em 2009 os já não mais meninos da zona norte do Rio entregaram um show cheio de energia. O show, que foi encurtado para compensar o atraso no início, certamente merecia uma casa mais cheia, mas precisou se contentar com o público que aos poucos chegava.
Em seguida o palco recebeu a Asterisco Zero. A banda que se reunia pela primeira vez depois de 15 anos teve os planos atrapalhados ainda por efeitos da pandemia. Com caminhos cruzados com a também aposentada Scracho, pretendiam ter a participação de Diego no show.
Infectado por COVID-19 o ex-vocalista da Scracho não pôde comparecer. Mas nada que impedisse a homenagem que foi feita com uma plateia emocionada cantando Mais Um Dia.
Já no fim da tarde, o show da banda Diwali encheu o Vivo Rio de amor. Embalados por sucessos que foram trilha sonora de namoros no começo dos anos 2000, o grupo contagiou a plateia. Rolou pedido de casamento no palco e uma homenagem a Elza Soares, falecida no último dia 20 de janeiro.
Com sucessos como Eu e Você em Quadrinhos e Quando Você Menos Esperar, gravada em parceria com o Bonde da Stronda em 2009, a banda, que já havia se reunido em 2019, conseguiu mesclar a nostalgia de 20 anos atrás com o amadurecimento que só os 30 e poucos anos trazem.
Abrindo a segunda metade do festival, Darvin, uma das poucas bandas da noite que permaneceu ativa por todo esse tempo, entregou um show que mesclava os sucessos do começo do milênio com trabalhos lançados ao longo dos últimos anos. O público, que parecia mais interessado em realmente voltar no tempo, respondeu melhor aos clássicos como Noite no Cais e Pensa em mim.
Com um estilo muito mais próximo do reggae, Seu Cuca fez o show mais pacato da noite. A apresentação, que teve os picos nos hits Deixa Ser, Não Há e Já Que Você Não Me Quer Mais, deu a temperatura ideal para resgatar o fôlego de uma plateia que dançava e cantava desde às 16h.
Devidamente recuperado, o público do Vivo Rio presenciou uma apresentação de lavar a alma da banda Dibob. Mesmo desfalcado do guitarrista Miguel, outro que não pôde comparecer em decorrência da COVID-19, a banda entregou o melhor show da noite.
Com direito a um cover improvisado de Zóio de Lula, do Charlie Brown Jr, e a participação surpresa de Mc Mãe no palco, a banda levou o público ao delírio com sua versão de Nosso Sonho.