Di Ferrero explora dualidade em primeiro disco solo

Cantor prepara-se para show de lançamento em São Paulo, no dia 10 de junho

Arte: Munique Rodrigues / Downstage

Di Ferrero já tem o nome e viajou para diversos gêneros musicais em sua carreira solo. Foram diversos singles lançados, EPs, canções regravadas e surpresas — “só faltava” um álbum. Sonho antigo do músico, 🙁 UMA BAD UMA FARRA 🙂 chegou no início do mês de maio, junto a um amontoado de lançamentos internacionais como Simple Plan e Three Days Grace.

O trabalho, no entanto, traz muito da essência de Di Ferrero e seus sonhos do âmbito profissional, além de flertar com sua história no NX Zero e trazendo um pouco da nova geração do pop mainstream para suas músicas. Há misturas e misturas por todo o canto: seja na parte visual, conceito e sonoridade. O cantor pensou em tudo na hora de transparecer seu “eu” para as 12 faixas que transbordam pelos quatro cantos do disco e hoje refletem o momento da carreira de Diego para o público.

Logo depois de lançar as Di Boa Sessions, que contaram com participações de Thiaguinho, Lucas Silveira e outros músicos, a pandemia de COVID-19 engoliu o Brasil e o mundo. Foi no momento de isolar-se em casa que Ferrero refletiu sobre a etapa que encontrava-se em sua vida, tanto profissional quanto pessoal.

“Tive um tempo de luto e depois comecei a compor”, revelou Diego numa entrevista exclusiva ao Downstage. “[Foram] umas músicas que não são as do álbum ainda porque estavam meio estranhas, uma vibe meio dark. A partir do momento que eu consegui ver uma luz assim no fim do túnel todo mundo falou ‘Cara acho que vai rolar uma vida daqui a pouco, né?’, então eu comecei a escrever [de novo].”

A mudança ocorreu por dentro e por fora: Diego mudou-se para Florianópolis e passou a compor canções mais orgânicas, direto do violão. “Eu estava feliz”, relembra. “Fazia músicas pra cima — claro que a bad sempre estava também ali presente. Tanto que o nome do disco leva isso. E aí eu falei: ‘Cara, que foda. Eu acho que eu tenho um caminho aqui’.”

Essa conceito de opostos que fazem do emocional do ser humano algo tão complexo é representado pelo símbolo do yin-yang no trabalho de Ferrero. Na cultura chinesa, o item representa um par de forças ou princípios fundamentais do universo, ao mesmo tempo antagônicos e complementares, em perpétua oscilação de predominância.

“Por mais que eu planeje qualquer coisa ou por mais que eu vá vivendo qualquer coisa, não tem nada nada que eu programe, que esteja na minha mão”, reflete o cantor. “Então quando você é obrigado a parar, se ver no espelho e tal… eu tive que escolher o que eu gosto mesmo de fazer, porque eu não quero mais perder tempo.”

Nasce o primeiro álbum de Di Ferrero

Produzido pelos Los Brasileros (Dan Valbusa, Pedro Dash e Marcelinho Ferraz) e proprietários do selo musical Head Midia, o trabalho chegou ao mundo com 12 faixas, incluindo participações que trazem um pouco de todas as gerações da música: Badauí, do CPM 22; Vitor Kley, Clarissa e Junior Lima.

A nova Era de Di Ferrero, no entanto, foi escolhida para nascer com o single Aonde é o Céu, em que o vocalista apresenta no videoclipe sua mais nova banda para o mundo, com Bruno Genz Prado, Vítor Peracetta, Hodari e Dan Valbusa. Além disso, o material ainda teve de servir como uma prévia para um identidade e conceito totalmente novos, mas sempre olhando com carinho para suas raízes.

“Foi muito natural pra mim”, adianta. “As pessoas falam sobre rock hoje e, imagino que cada um vai pensar de um jeito né? Meu pai vai falar que banda de rock é os Beatles, meu enteado vai falar que é Twenty One Pilots… Mas essa geração… não é só a guitarra, são as atitudes e a linguagem.”

“E essas pessoas todas ali, elas fazem parte dessa linguagem”, complementa.

“O jeito de lançar que é importante. Não adianta a gente só fazer um som e não não pensar como é que ele pode sair porque o que vai amplificar o lançamento vai ser a minha forma de investir nele, o jeito que eu vou fazer — não pode ser robótico”, comenta.

A dualidade em UMA BAD UMA FARRA

Ferrero comenta que chegou a pensar em dividir seu disco em dois, como se um capítulo fosse para representar os momentos tristes e, o outro, momentos mais alegres. “Mas eu acho que nem a vida é assim, e nem o álbum poderia ser”, relembra.

“É mais literal mesmo, é a montanha russa, tudo o que engloba todo o álbum”, explica. “E como a gente encara isso? Ninguém é feliz o tempo inteiro. Ainda mais, seria chato se fosse. É mais tipo, como que a gente vai passar isso?”

Di Ferrero prepara-se para o show de lançamento de UMA BAD UMA FARRA em São Paulo, no dia 10 de junho de 2022. Ingressos podem ser adquiridos aqui.