Na cena há mais de 20 anos, a Emery, banda de post-hardcore de Seattle, lançou seu primeiro álbum em 2004, o marcante The Weak’s End. Desde então, ela permanece se dedicando a entregar grandes obras, ao mesmo tempo que testa sonoridades e estilos diferentes para, assim, trazer algo inovador junto com elas.  

No dia 24 de junho de 2022, o quinteto lançou seu mais novo álbum, o nostálgico e enérgico Rub Some Dirt On It. Composto por 11 músicas, sendo 4 delas singles, ele carrega uma grande variedade instrumental, ao mesmo tempo que consegue homenagear a longa jornada da banda e, sobretudo, os fãs.

O disco abre com a música You Stole God From Me, faixa que mostra bastante da essência do grupo, sendo assim uma das mais pesadas do álbum. Além de ter um instrumental forte, ela é constituída por uma letra intensa, que conta uma história sobre desacreditar da fé em determinados momentos da vida. O ritmo frenético e aos gritos de Josh Head (vocalista e tecladista) envolvem a composição, conseguindo demonstrar raiva e angústia, sentimentos esses que a canção parece querer transmitir. Isso, com certeza, torna a faixa um dos destaques da obra e, ainda, dá alta expectativa para as que estão por vir.

Na sequência, há Concussion e Enemy (singles), que intercalam entre os mesmos sentimentos expressados na primeira música. Elas discorrem, seguidamente, sobre superação e raiva do passado e mantém os ritmos agitados citados no início do álbum.

Por outro lado, não é só de fúria que se vive Rub Some Dirt On It. Esse ponto pode ser notado em músicas mais calmas diante das que introduzem o álbum, como: Daniel, I’m Not Gonna Make It. Go Ahead Without Me. (single), Said Enough e Wizard. Porém, esse fator é realmente posto à prova com Stranger, faixa que traz melancolia e até um pouco de sofrimento, já que, além ter instrumentais mais leves, detalha vivências com o abuso da igreja.

O álbum fecha com Lovely Lady, faixa que surpreende, visto que ela é diferente de tudo que foi entregue não só nesse disco, mas em todos os outros da Emery. Seu instrumental lembra um pouco do gênero jazz, o que é totalmente inovador para a trajetória da banda e, ainda sim, conquista o público. Isso porque, do início ao fim, a música se encaixa com naturalidade na obra e se mostra madura.

Com nostalgia e maturidade, Rub Some Dirt On It entrega produções intensas em uma montanha russa que sobe e desce entre raiva e sofrimento. Suas composições são expressivas e se tornam ainda mais junto do instrumental que, por sua vez, soa com naturalidade mesmo intercalando entre tons leves e agitados.

Para fãs de: Scary Kids Scaring Kids, Saosin e Dead Poetic