Anberlin, completando 20 anos, nos presenteia com seu novo EP, Silverline
Quatro anos após sua reunião, e oito anos após seu último disco, Anberlin se mostra versátil e dinâmico em seu novo trabalho
Passear pela discografia de Anberlin é uma montanha-russa de emoções. Desde 2002 a banda entrega atualizações em cada um de seus trabalhos e se mostra atual, como em Lowborn, lançado em 2014. Se reunindo em 2018/2019, o grupo voltou aos palcos, confirmando que estavam preparando um novo trabalho, e este trabalho finalmente chegou. Silverline, com 5 músicas, é o primeiro passo para a nova fase de Anberlin.
Abrindo o EP, Two Graves começa pesada. Lançada em formato de single em 2021, a sonoridade mistura riffs densos, bem marcados, com um ótimo trabalho do sintetizador. Até o primeiro refrão, a linha vocal de Stephen Christian fica em contraste com a bateria e sintetizadores, trazendo uma tensão crescente até a explosão, na qual a banda toda se mostra presente. A letra é regada de potência sobre vingança, perdão e falsos ídolos e heróis. Nessa oscilação musical, um trabalho eletrônico bem pontuado é encontrado no final da faixa, encerrando na potência correta.
Nothing Lost é a famosa faixa que começa com a bass line. Deon Rexroat entrega uma linha constante, acompanhada de sintetizadores. Sendo a faixa mais distinta, com uma pitada gótica em seu início, o tom vocal se faz em uma parábola, tendo sua potência máxima aproveitada antes do último refrão. Em uma crescente, Nothing Lost possui uma característica mais pausada, com explosões pontuais e com uma sonoridade que vai te fazer assobiar o refrão por semanas.
Chegando na metade do disco, Body Language diminui o ritmo e é uma marca importante para desacelerar. Os sintetizadores acompanham a voz em uma batida mais ritmada e marcada, com uma letra sexy e uma levada intimista. A terceira faixa pega o melhor do pop e abraça com acordes harmoniosos na guitarra, novamente em uma crescente, interrompendo perto do fim e voltando com a potência de uma onda quebrando no mar.
Quase fechando o disco, Asking carrega uma letra sobre a neurose, nostalgia, acolhimento e travar guerras que não nos correspondem. Mantendo a linha de sintetizadores, nesta faixa, o baixo se faz mais presente, sendo uma unidade de ritmo importante. O teclado é um complemento emocional, sutil, mas fazendo toda a diferença, segurando nossa mão e nos levando para mostrar a potência emocional do vocal de Stephen Christian.
Batendo o martelo da nova fase de Anberlin, Circles, lançada como single em julho de 2022, encerra o EP com um peso semelhante à Two Graves. A suavidade não deixa enganar, dividindo o vocal com uma dualidade eletrônica, a faixa foi feita para ser tocada ao vivo. A narrativa é explosiva, o refrão pede um coro composto por milhares de vozes, pontuado por acordes pausados, o que facilita a digestão sonora. Todas as novidades soltas das faixas anteriores se fazem presente em Circles, demonstrando a expertise da banda e que seu hiato não foi em vão.
Agraciados por Silverline, Anberlin entrega um EP recheado de novidades, iluminando o novo caminho que o grupo deseja seguir. Embora estejam testando novas técnicas e novos conceitos, a banda se faz presente sem estar datada e demarca o território do alternativo.
Para fãs de: Emery, The Classic Crime e Acceptance