Mais de 62 mil horas até aqui: o retorno do NX Zero

Após cinco anos de pausa em uma história que nunca teve fim, a banda vai rodar o Brasil em uma turnê comemorativa

Arte: Tay Viana / Downstage

Com edição de Camila Brites

A geração que cresceu nos anos 2000 sente falta de várias bandas que fizeram sucesso naquela época. O clima de nostalgia que tem invadido o mundo desde 2020, com a pandemia, trouxe de volta o desejo de presenciar, pelo menos mais uma vez, os shows dos nossos artistas favoritos daquele período. Mergulhados nessa atmosfera, diversos grupos da cena têm anunciado o retorno aos palcos no último ano e uma das mais esperadas pelos fãs finalmente deu sinal de vida na internet, em meados de janeiro.

NX Zero – formado por Di Ferrero, Dani Weksler, Gee Rocha, Fi Ricardo e Caco Grandino – quebra o hiato de cinco anos e finalmente volta aos palcos.

(Foto: César Ovalle)

No dia 18 de janeiro de 2023, a banda publicou em suas redes sociais um vídeo com um ar misterioso, mas que não enganou nenhum fã: a mídia, que soa como um remake do clipe de Além de Mim, lançado em 2006, confirma que a banda está enfim de volta! Além dele, cada integrante postou uma imagem com o logo da banda, o marcante NX, e a nova identidade visual com 22 estrelas, representando os anos de existência do grupo.

Para uma banda com mais de duas décadas de carreira e que atingiu o número de 1 milhão de streamings no Spotify no último ano, mesmo inativa, já era de se esperar uma continuação dessa história.

O diálogo com o público (e como tudo começou)

Formada em 2001, a banda, que até então se chamava NX Zero Granada, começou como power trio, sendo Dani o único integrante desde o início. Cerca de um ano depois, NX Zero lançou uma demo com três faixas, já com Fi na guitarra e Gee no baixo e backing vocal. Em 2004, com Yuri Nishida, o primeiro vocalista do NX, compartilhando os vocais com Di, foi lançado o primeiro álbum independente da banda, Diálogo?, com produção da Urubuz Records.

Já em 2005, chegou ao mundo um dos projetos mais marcantes da cena independente no Brasil, o Projeto Lado C, com NX Zero, Aditive e Sugar Kane. Esse disco, agora já com a formação clássica do NX, nasceu com a proposta de cada banda regravar a música da outra, além de trazer também algumas músicas inéditas. Foi devido a esse projeto que ganhamos os covers do NX para Crescer e Aceitar, do Aditive, e A Máquina, do Sugar Kane, ambas músicas muito queridas pelos fãs até hoje. 

Dividindo o território com bandas como Hateen e CPM 22, a banda já estava se destacando na cena underground de São Paulo e até mesmo de outros estados do Brasil. Nesse período, passaram a lotar shows no Hangar 110 e, aos poucos, foram criando seu espaço e conquistando um público fiel.

Com o crescimento do acesso a internet no dia-a-dia, o quinteto passou a acumular fãs pelo país inteiro através das redes sociais da época. Era apenas questão de tempo até o grupo conquistar de vez o amor da grande massa e se tornar referência no cenário musical brasileiro.

O nexo (nada) Zero

Como parte de uma grande gravadora, pode-se considerar o ano de 2006 como uma virada de chave na carreira do NX Zero. Foi a partir do disco homônimo que o grupo passou a participar de grandes programas de televisão e a ganhar premiações que costumam ser o sonho de qualquer pessoa que decide tentar uma carreira na música. Completando 17 anos de seu nascimento neste ano, o self-titled, lançado pela Universal Music, produzido por Rick Bonadio e Rodrigo Castanho, foi com certeza um dos acontecimentos mais impactantes do grupo.

Além de Mim, primeiro single lançado do self-titled, teve uma grande receptividade dos fãs e apreciadores da música emo brasileira, alcançando seu prestígio nacional. O segundo single lançado foi o que alavancou de vez a carreira da banda, Razões e Emoções grudou no público desde 2007 na forma de um hit atemporal, tendo pelo menos o refrão decorado por qualquer brasileiro, sem necessariamente ser fã. 

Como era de se esperar, a quantidade de fãs foi crescendo e, consequentemente, a agenda de shows também. A turnê rodou o Brasil e até hoje permanece como uma boa lembrança para os fãs que conseguiram ouvir esse disco na íntegra ao vivo, além de presenciar alguns momentos marcantes do show que só aconteceram nessa época, como os covers de The Reason e Umbrella e, claro, a “dança do Alligator”.

O DVD MTV 5 Bandas de Rock, junto com outras grandes bandas em destaque na época, também é um ponto que marca essa fase da banda.

A influência do Agora

Depois de ser um sucesso como lançamento no mainstream, NX Zero tem o desafio de lançar o segundo disco por uma grande gravadora, mostrando que eles não vieram para serem somente uma “febre” e depois desaparecer dos holofotes.

No início de 2008, os fãs foram prestigiados com o primeiro DVD individual da banda, o 62 Mil Horas Até Aqui, onde eles contam a história desde o início até o momento da época. 

Em julho do mesmo ano, o grupo trouxe ao mundo o Agora, que mostra uma face do NX que os fãs ainda não conheciam. Nesse disco, eles expressam suas novas influências durante o processo de composição.

(Imagem: Reprodução / Arsenal Music)

Nos shows, as faixas em destaque eram Inimigo Invisível e A Melhor Parte de Mim, que animavam e emocionavam a plateia, respectivamente, de uma forma que causava a espera ansiosa pelo momento dessas músicas nas apresentações. Os fãs também eram prestigiados com All Good Things, música de Nelly Furtado com participação de Di, que ganhou uma nova roupagem ao vivo e foi uma das grandes lembranças dessa turnê. Daqui Pra Frente, conhecida pelos fãs do NX desde a participação da banda no Família MTV, e Cedo ou Tarde, música-carta escrita em homenagem ao pai do Gee, foram grandes sucessos desse álbum.

Um segredo guardado a sete chaves

Em outubro de 2009, NX lançou o disco Sete Chaves. Esse álbum ganhou o coração dos fãs de imediato e, não à toa, é o favorito da maioria. O primeiro single lançado, Espero a Minha Vez, liderou a primeira posição nas paradas musicais do país, sendo a quinta música da banda a alcançar tamanho reconhecimento.

Com letras introspectivas, a banda mostrou que o segredo para seguir relevante é estar sempre em constante busca de referências no gênero emo e alternativo, como My Chemical Romance e Weezer. O Sete Chaves possui ao todo 14 músicas e é produzido por Rick Bonadio, sendo certificado mais tarde como disco de ouro pela Pro-Música Brasil, uma entidade privada que representa as principais gravadoras do mercado fonográfico do país.

Só Rezo, segundo single lançado, teve seu videoclipe gravado em uma das maiores favelas do Rio de Janeiro. Di Ferrero escreveu a letra com facilidade após visitar o estado e conhecer o trabalho do Afroreggae, bem como as comunidades Vigário Geral e Complexo do Alemão.

A criação desse disco foi tão intensa e importante para a banda que o processo de composição e gravação se tornou um DVD, lançado pela Multishow. A turnê, que agora misturava músicas do novo trabalho com clássicos dos anteriores que não poderiam ficar de fora, traz o melhor do NX para a experiência ao vivo. Com direito a Gee tocando teclado em Mais Além e homenagem a Michael Jackson após seu falecimento, a fase do Sete Chaves se tornou uma das mais apreciadas pelos fãs.

(Foto: César Ovalle)

O primeiro projeto paralelo

Buscando refrescar os sucessos que garantiram o pódio e reconhecimento do NX Zero, a banda entregou o Projeto Paralelo em 2010. Em uma entrevista à Jovem Pan, Di comenta sobre a origem do nome do disco, salientando que seu significado é literal, para que não gerasse estranheza ao público pela roupagem sonora alternativa.

Trazendo quatro faixas inéditas e 10 regravações, o álbum é um adicional significativo aos fãs. Onde Estiver, com participação de Freddie Gibbs, foi escolhida como primeiro single e Inimigo Invisível, com participação de Kurupt, Marcelo D2, PMC e Mi Vieira (Gloria), foi escolhida como segundo single.

Projeto Paralelo ganhou um DVD com 11 faixas e contou com vários outros nomes fortes da música como Chorão, Emicida, Negra Li e muito mais.

O que todos temos Em Comum

Marcando 10 anos de carreira, o NX Zero compreende que é parte da história das pessoas e da música brasileira através da troca de energia com os fãs.

Em 2011 a banda entrega um presente para seu público, um trabalho ao vivo muito rico, contando com um setlist que contempla seus maiores sucessos, além de duas faixas inéditas: Não é Normal e Essa Eu Fiz pra Esquecer. No palco, tiveram participações especiais que agregaram e fizeram do DVD uma festa. 

(Foto: César Ovalle)

Versões 2.0 do Projeto Paralelo também deram as caras. Nomes como Emicida, Rick Bonadio, Eric Silver, Rincon Sapiência e Tulio Dek fizeram a noite mais especial e, sem dúvidas, parte da história em comum do NX Zero.

Em 2012, o grupo lança o seu quinto disco de estúdio: Em Comum. Com 12 faixas, a banda traz singles como: Ligação, Hoje o Céu Abriu e Maré.

Buscando se aproximar de seu público, a banda entrega letras pensadas no cotidiano e com harmonias mais suaves. Contendo características disruptivas, o single Maré se diferencia dos trabalhos anteriores com arranjos inspirados em bossa-nova e rock alternativo.

Em uma entrevista, Gee Rocha contou que, depois do amadurecimento, passamos a enxergar a vida como ela realmente é, já que acontecem coisas boas e não tão boas, sendo parte do cotidiano adulto. Acrescenta também que, depois de 10 anos de NX, pensou em uma nova roupagem para a banda, acreditando que o Em Comum mostra isso. Além de que todos estavam com a ideia de querer somar, crescer e evoluir, em comum.

Eles estavam no começo de algo muito bom

Após uma mini-turnê pelo Japão, uma turnê acústica pelo Brasil e uma breve férias, NX retorna em 2014 com seu primeiro EP independente, sendo também o primeiro trabalho lançado depois de deixarem a gravadora.

(Imagem: Reprodução / NX Zero)

Focados agora em uma reconexão e uma busca por sair do automático, Estamos no Começo de Algo Muito Bom, Não Precisa Ter Nome Não trouxe músicas que não se encaixavam na identidade dos outros álbuns e seus conceitos, mas que a banda precisava expor ao mundo, não com a intenção de transformar em algo vendável, mas sim trazer a essência da música, expressar seus sentimentos e compartilhá-los com alguém que possa se identificar.

A escolha do nome do projeto é peculiar para alguns, mas significativa para muitos outros: um sentimento não precisa de identificação ou tagueamento, isso é assunto resolvido. E, se é algo bom, vamos seguir.

E assim a banda seguiu.

O norte dos integrantes (e o nosso)

Passado um período, o NX Zero lança o Norte, seu sexto álbum de estúdio, em 2015. Impactados pelo #NewMusicFriday, uma onda mundial que buscava considerar o lançamento de projetos musicais às sextas-feiras, a banda decidiu aderir ao modelo, trazendo ao mundo novas músicas do Norte todas as sextas até o lançamento do álbum em si. A turnê também percorreu todo o Brasil, agora junto da presença de Rafael Mimi, músico que passou a ser fixo nos shows desde a turnê acústica em 2013.

Em 2017, o NX Zero agraciou os fãs com o EP Norte Sessions, que traz uma releitura das músicas do disco e participações especiais das bandas Supercombo, tocando juntos Piloto Automático e Gole de Sorte, e Vivendo do Ócio, com Carranca e Breve Momento. A troca de experiências entre as bandas parceiras é muito bacana e tocarem juntos, combinando suas singularidades, entregam uma versão alternativa do que já era conhecida pelos fãs que buscaram um norte após o anúncio do hiato, em junho do mesmo ano.

Mesmo considerando e amando os seus irmãos de banda, Di Ferrero, em entrevistas, salientou a necessidade de se sentir bem fazendo e escrevendo músicas. Sem desavenças, com cada integrante em um momento e sintonia diferente, o NX Zero decidiu colocar um ponto e vírgula e trilhar caminhos diferentes.

Foto: César Ovalle

Um outro caminho

Diego (Di)

Di Ferrero, vocalista, deu início à sua carreira solo logo após o hiatus da banda. Em março de 2018, lançou seu primeiro single e clipe, Sentença, música que faz parte das setlists de seus shows até hoje.

Em 2020, lançou seu primeiro álbum, intitulado Sinais Sessions. Mas foi em 2022 que as coisas começaram a mudar e, sob o olhar de muitos, sua carreira finalmente alavancou.

O lançamento do álbum 🙁 UMA BAD UMA FARRA 🙂 trouxe hits, uma extensa agenda de shows e um ar de nostalgia, afinal, os maiores sucessos do NX Zero fazem parte das apresentações do artista.

Ao lado de Bruno Genz e Dan Valbusa (ex-integrantes da banda Cine) e Vítor Peracetta (Bad Luv e Day Limns), Di mostra que é realmente um frontman, animando a plateia e entregando uma presença de palco sem igual.

Quem teve a chance de ir a pelo menos um show da carreira solo do artista se vê impressionado. Não só pelo carisma em cima dos palcos, mas pelo comprometimento e dedicação de todos ali para entregar um show (em todos os sentidos da palavra).

Mesclando músicas do seu projeto solo com os maiores sucessos do NX – e uma palinha de Garota Radical e As Cores, em homenagem aos dois músicos que dividem seu palco – Di Ferrero faz com que todos pulem, cantem, se divirtam (e até mesmo chorem) enquanto se apresenta.

Di Ferrero no Oxigênio Fest (Foto: Day Mello)

E se engana quem acredita que esse carisma fica guardado só para os palcos. Diego, ao lado de sua equipe, faz sorteios frequentes para que seus fãs o conheçam nos camarins pela estrada, troquem algumas palavras e, claro, registrem esse momento tão marcante em uma foto. Essa é uma das formas que o artista encontrou para retribuir todo o carinho recebido ao longo desses anos e em uma tentativa de evitar agitações em frente a casas de shows, emissoras de televisão e rádios – e que quem acompanhava NX nesses momentos se recorda com facilidade.

Daniel (Dani)

O baterista continuou nos palcos, fazendo parte da banda da cantora Pitty, que também é sua esposa. Além disso, seguiu sendo parceiro de banda de Fi e Mimi e voltou a tocar com Yuri na banda O Trago, que também contava com Alessandra Labeque (The Mönic) nos vocais.

Em 2020, colocou no mundo seu projeto solo, WEKS, com três músicas inéditas ao lado das cantoras Day Limns, Karen Jonz e Karen Dió.

Leandro (Gee)

Destaque como vocal de apoio desde quando fazia parte do Gloria, Gee Rocha lançou em 2019 sua carreira solo, com a canção Nada Igual. Em seguida, a próxima música de trabalho foi Up / Down, mostrando que Gee estava disposto a experimentar de tudo até encontrar o caminho que seguiria.

Já em 2020, em parceria com Digão Bessa (ex-Dnaipes) na composição, Gee lançou sua terceira e última – até então – música solo, chamada Tudo é Como Tem que Ser, que rendeu um curso on-line sobre criação de videoclipes em parceria com Cropada, ministrado por Marcelo Borelli e César Ovalle.

Desde a pausa do NX até o “fim” da pandemia, Gee esteve fora dos palcos, fazendo somente algumas participações em shows de alguns artistas, como Luccas Carlos e até mesmo Di Ferrero, com quem também trabalhou como produtor musical, profissão que exerce desde antes da pausa do NX.

BAD LUV no Carioca Club (Foto: Day Mello)

De janeiro de 2022 até outubro do mesmo ano, o guitarrista fez parte da banda de Day Limns, junto com Johnny Bonafé, seu amigo desde os tempos de Gloria, e Vítor Peracetta, que tem se destacado na atual indústria musical. Juntos, fizeram shows em vários estados do país, como São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, entre outros.

Nesse mesmo ano, a banda Bad Luv fez sua estreia nos palcos em agosto, no Carioca Club, em São Paulo. A banda é formada por Stefano Loscalzo, Murilo Amancio e, também, Johnny e Peracetta. Gee começou como participação especial no primeiro show e acabou se tornando membro oficial da banda desde então, participando de todos os shows pelo Brasil na turnê com Kamaitachi. Ainda em 2022, o músico lançou seu novo projeto em parceria com Digão Bessa, OndaLua, com o single Luz, e que você pode ler a matéria no Downstage aqui.

Filipe (Fi)

Enquanto outros integrantes se dedicaram a trabalhar diretamente com música, desenvolver novos projetos e colaborar com outros artistas, Filipe decidiu seguir por um outro caminho. Embora ele não tenha parado com a música totalmente, pois teve bandas como O Trago (junto de Dani, Yuri e Mimi) e Meu Nome Não É Claudio, seu foco foi na área do empreendedorismo.

Di e Fi em show no Hangar 110 (Foto: Bia Vaccari)

Ainda com a banda em atividade, o guitarrista inaugurou o Goela Bar, em São Paulo, espaço que se transformou em ponto de encontro para fãs, amigos da banda e a casa do Goela Live Sessions, que abriu as portas para uma série de artistas independentes da cena apresentarem seu material.

Em janeiro de 2023, o Goela “ganhou um irmão”, o Escarcéu Bar. Um bar com uma proposta diferente do mais velho, focado na experiência de um boteco tradicional, com drinks e petiscos de qualidade para quem quer curtir a noite paulistana.

Conrado (Caco)

Caco Grandino buscou firmar os pés em um ambiente mais digital e empreendedor. Não se desconectando 100% da música, Conrado ingressou, em 2017, na Art Intel Media, um bureau de mídia com foco no planejamento e gestão de tráfego pago para o mercado de música e entretenimento e, sim, Di Ferrero é um dos artistas clientes.

Ainda no mundo musical, Caco se tornou membro do conselho e sócio investidor da strm, uma fintech que tem como objetivo acelerar carreiras musicais com investimento, ciência de dados e inteligência artificial.

Buscando espaço no ambiente de podcasts, apresenta o CriptoMix ao lado de Bruna Allemann. Com episódios semanais, Caco dialoga com o público sobre cripto, blockchain, Web3 e o futuro do dinheiro de uma forma acessível.

Um breve momento de saudade

Com sete álbuns de estúdio e todos esses anos de história, os integrantes não perderam o contato enquanto a banda não estava mais na ativa. Muito pelo contrário.

Houve alguns momentos em que ocorreram pequenos encontros da banda, mas nunca com a formação completa. Em meados de 2021, em uma festa particular de comemoração da carreira solo do Di, os meninos se juntaram e tocaram algumas canções marcantes da banda, mas sem a presença de Fi. Já em fevereiro de 2022, no primeiro show solo do Di no Hangar 110, o público pôde quase matar a saudade de um show do NX Zero, mas dessa vez quem não participou foi o Caco.

Di Ferrero e Gee Rocha no Hangar 110 (Foto: Bia Vaccari)

Gee Rocha, principalmente, fez várias aparições nos palcos ao lado de Di Ferrero em Porto Alegre e na grande São Paulo. Além do Di também já ter feito participação em show de Day Limns, quando Gee ainda era o guitarrista. O brilho nos olhos e a alegria dos dois músicos ao dividirem o palco mais uma vez envolvendo o público com as músicas do NX Zero sempre foi algo memorável para quem pode presenciar – e deixar a todos com um gostinho de quero mais.

A certeza de ser uma banda insubstituível

Com uma história tão intensa, dá pra entender por que os fãs nunca aceitaram a pausa da banda. Exercendo uma comunicação direta com seu público pela internet desde a época underground e também pessoalmente sempre que possível, criou-se de fato um vínculo muito grande.

Foto: César Ovalle

A verdade é que o NX Zero conquistou o coração de mais de uma geração. Existe o fã que queria o retorno da banda pois frequentava os shows desde quando eles eram de selo independente e agora quer reviver a nostalgia, que sente falta de ouvir ao vivo músicas como Nada A Não Ser e Ilegítima Defesa e que estava toda semana nas pequenas casas de show com ingressos a 10 reais. Mas também tem aquele fã que tem todas as revistas guardadas até hoje, que considera o Sete Chaves seu disco favorito e que aguardava a volta para finalmente conseguir realizar o sonho de assistir a um show do NX pela primeira vez.

Desde o fã que conheceu a banda pelo clipe de Apenas Um Olhar no Disk MTV em 2005 até o fã que ouviu Hoje O Céu Abriu na rádio em 2012 e passou a gostar da banda a partir dali, todos esperavam por esse retorno desde o dia 20 de dezembro de 2017, o dia do último show do NX – até então.

O destino nos trouxe até aqui

O anúncio que todos esperávamos finalmente chegou e é com muito prazer (e fãs emocionados) que o NX Zero volta aos palcos em 2023.

Com a primeira apresentação marcada para 27 de maio, no MITA Festival, a banda divulgou em suas redes a tão esperada agenda de shows que passará por diversas cidades do país em apresentações únicas e que, claro, prometem momentos marcantes e nostálgicos ao lado de pessoas que conhecemos pelo caminho nessas mais de 62 mil horas até aqui e que dividem o mesmo que todos nós: o amor pela banda NX Zero.