Diretamente da Suécia, a Those Without foi uma grata surpresa de 2021. Em atividade desde 2018, o grupo estourou no YouTube com um cover pop punk de She Will Be Loved, originalmente performada pelo Maroon 5.

No entanto, por conta da pandemia de COVID-19 em que as pessoas estavam em casa e consequentemente tinham mais tempo para descobrir novos artistas, o quinteto de Stockholm viu seus números subirem de maneira surpreendente, o que casava diretamente com o lançamento de seu primeiro disco de estúdio, o extraordinário Bittersweet.

O disco saiu em setembro, seguindo quatro excelentes singles distribuídos ao longo de todo o ano. “Acho que a recepção de um modo geral foi surpreendentemente positiva”, declarou Martin Spåman, guitarrista da banda em entrevista exclusiva ao Downstage. “Foi um trabalho diferente que não fizemos antes, então existe o risco. Eu diria que foi um ótimo lançamento.”

Antes de Bittersweet, o Those Without contava três EPs em sua discografia: Blackout//Amnesia, Easier Said Than Done e Neon Minds. Com tudo sendo muito novo para a banda administrada pela HIGH 5IVE MUSIC, o quinteto queria um lançamento em que tudo ocorresse como o planejado. Para isso, as composições do disco foram iniciadas um ano e meio antes.

“Tiveram momentos difíceis, alguns prazos eram bem apertados com os clipes e os lançamentos dos singles a serem planejados”, divide o guitarrista. “Planejar um álbum requer mais trabalho do que se imagina, então para garantir a gente começou a compor um ano e meio antes do lançamento, algo assim. Passamos pelo processo de gravação e produção e ficamos tipo ‘ah, daqui dois meses a gente lança’, não mesmo.”

“Acabou que foi uma grande lição pra gente pra aprender que as coisas precisam de tempo. Foi um ano intenso pra dizer o mínimo, principalmente 2021”, acrescenta o baixista Filip Burman. “Quando os prazos acabaram se encontrando e muito trabalho precisava ser feito.”

Pandemia e a atenção do Brasil

“A pandemia nos deu tempo pra de fato compor o álbum”, relembra Filip. “Eu acho que se nós tivéssemos saído em turnê em 2020 e 2021, o álbum possivelmente teria se tornado um EP.”

A dupla comenta sobre a força que ganharam nas redes sociais e plataformas de música durante esse período de isolamento. No Spotify, por exemplo, além dos singles adentrarem as playlists editorias do streaming, a banda observou uma crescente em seus ouvintes de um país bem, bem longe da Suécia: o Brasil.

Até essa matéria ser publicada, a cidade de São Paulo ocupa o segundo lugar do ranking de territórios que mais reproduzem as músicas do Those Without no Spotify. Entre mais de 30 mil ouvintes mensais da plataforma, 345 residem na metrópole brasileira.

“Nós ficamos muito surpresos de ver tanta gente nos apoiando do Brasil, é um lugar tão longe”, pontua Martin. “A Suécia é um país estranho quando se trata do tipo de música que a gente toca, não existe tanto apoio para as bandas dessa cena então artistas como nós precisam se esforçar muito para fazer o próprio nome. Isso torna ainda mais incrível o fato de que pessoas de tão longe estão nos ouvindo a ponto de aparecerem no ranking do Spotify.”

Turnês e planos que envolvam o Brasil

Após o lançamento de Bittersweet, o Those Without voltou a fazer apresentações em cidades da Suécia e até chegou a ser anunciado em um festival do país que inclui Neck Deep no lineup. No entanto, o céu é o limite para o grupo: “quem diria não para uma turnê mundial?”, brinca Filip.

“Eu acho que qualquer um de nós enlouqueceria com a ideia de fazer um show fora da Suécia”, comenta Martin. “Queremos ir para todos os lugares em que pudermos tocar. Então, com certeza.”

“Nos torne famosos em sua cidade para irmos tocar por aí!”, brinca a dupla. “Mas, de verdade, se as pessoas quiserem nos conhecer melhor, temos as nossas redes sociais e temos também um canal no Discord que todos podem entrar.”

Bittersweet está disponível em todas as plataformas digitais.