A banda Adorável Clichê lançou alguns singles nesses últimos anos, sendo eles: Derrota, Mar Aberto, Cadência, Papel de trouxa e Alarmes e relógios.

A banda retornou no dia 3 de novembro com Gelo Fino, configurando o sexto lançamento do quarteto de Blumenau (SC) após a estreia do álbum O que existe dentro de mim de 2018. O trabalho finaliza uma temporada de experimentação sonora e lançamento de trabalhos individuais e abre espaço para o lançamento de um novo disco com previsão de lançamento para o ano que vem.

Com uma pegada indie/lo-fi, a música fala sobre fechamentos de ciclos involuntários e de como as vezes acabamos perdendo até mesmo a nossa essência por conta de expectativas alheias, e que ainda assim devemos apenas seguir em frente, apesar das dificuldades ocasionadas por estes momentos.

Ainda segundo ela, o single fala sobre os jogos emocionais nessas relações:

“Muitas vezes as pessoas tentam te prender usando argumentos que fazem você se sentir culpado ou com pena e o seu mau estar nunca é algo válido”, comenta Gabrielle, vocalista. “E você mesmo pode fazer isso por medo de sair da sua zona de conforto.”

Segundo o guitarrista e produtor Marlon, o arranjo foi criado visando uma estética lo-fi e que assim desse a impressão de que estamos ouvindo a música diretamente de um tocador de fitas k7 durante um passeio noturno.

Batidas simples porém diretas foram um dos pontos chave na composição de Gelo Fino, além de “muito reverb nas guitarras, criando assim a sensação única trazida pela banda”, complementa Marlon.

As músicas da banda sempre foram formas de compartilhar seus sentimentos mais íntimos e puros com o ouvinte.

De acordo com as postagens no Instagram da banda, as últimas singles são algumas das músicas mais intimistas criadas por eles. Na opinião de cada um dos membros, as faixas são intimistas pois retratam experiências pessoais na qual eles gostariam de compartilhar essa carga emocional com o ouvinte.

É possível notar isso no que é dito em relação às influências. Sobre isso, Gabi comenta: “acho que tentamos explorar o que a música pedia. Pelo menos no que se trata de desenvolvimento e composição da letra, não nos baseamos em referências externas.”

A banda concorda em unanimidade que a single de maior carga emocional por parte deles é Alarmes e Relógios.

A banda é regularmente rotulada como “uma banda de rock triste” e até seus fãs chegam a chamá-la assim. Porém, Gabi rebate essa posição e esse rótulo: “Na verdade, eu questiono um pouco esse lugar. Mesmo porque não acho que as nossas músicas são só tristes. Eu chamaria de rock sensível, mas rock triste pega mais fácil.”

Ela ainda complementa: “Eu procuro ser otimista e acreditar que nossas músicas servem como consolo e companhia pra momentos difíceis e ajudam a abrir o coração das pessoas pra emoções que muitas vezes nós preferimos engolir.”

Planos para o futuro

Aos fãs que estão aguardando por um novo álbum fiquem tranquilos, a banda diz que está tudo se encaminhando normalmente e que o processo de criação do sucessor de O que existe dentro de mim está saindo como planejado e que eles já definiram nome, conceito e grande parte das músicas já foram compostas.