Lunar Society Club mistura humor noventista, pop punk e sci-fi em novo clipe

Banda faz uma bela e divertida homenagem aos clipes da década de 90 em Big Rocks Smashing Cars

Arte: Giulia Assis / Downstage

A Lunar Society Club é uma daquelas bandas formada por amigos em uma mesa de bar, se reunindo despretensiosamente para tocar covers de Ramones, Nirvana e outras influências em comum. Foi quando o guitarrista Lerik Lopes chegou com uma música autoral que as coisas começaram a tomar novos rumos. Logo depois o vocalista e guitarrista Otto Vaz, também trouxe uma composição sua que viria a se tornar a faixa I See an Ufo, dando início ao embrião da Lunar, lá em meados de 2013/2014.

A concepção da ideia

Após assistir o documentário Sonic Highways, do Foo Fighters, Leandro ficou inspirado e deixou sua criatividade aflorar, apresentando para seus colegas de banda a proposta de criar uma história. Como as conversas da banda já giravam em torno de temas como astronomia, física e outas coisas relacionadas, ufologia acabou sendo o tema escolhido, gerando vários brainstorms.

Após o início da pandemia, a banda decidiu retomar o projeto. Entre trocas de ideias e de materiais, em dois meses o material já tinha ganhado forma, foi ai que Leandro convidou o baterista Jorge Lima, com quem já tinha tocado em um Green Day cover, para completar a formação da banda ao lado de Otto e do baixista Gustavo Maizena. A qualidade do trabalho ficou tão boa que o que deveria ser uma demo, acabou se tornando o primeiro disco da Lunar Society Club.

Foto: Cortesia da Lunar Society Club

Lost Songs in Spacetime

Mesclando sci-fi, ufologia e cultura pop, o álbum de estreia da Lunar Society Club conta uma história e é uma verdadeira viagem imersiva em todos esses temas, indo muito além do aspecto musical. A banda se reunia e planejava todo o conceito do disco, definindo o que iria acontecer em cada faixa, deixando tudo bem amarrado. “A gente tinha feito um pré-roteiro, e depois foi desenrolando tudo e o processo criativo foi rolando no meio da história toda” conta Lerik.

O projeto foi pensado para ser algo que fosse além da experiência musical e impactasse o ouvinte de diferentes formas. “A gente queria que a galera não se limitasse a escutar o nosso CD. Tipo assim, sei lá, que a galera tivesse acabado de escutar e falado ‘Caralho! que foda! Eu vou ler um livro, eu vou me animar em criar uma história em quadrinhos, eu vou me animar em, sei lá, criar um curta-metragem’ Sei lá. Brincar com a criatividade da galera também” explica o guitarrista sobre a ideia da obra.

Gustavo Maizena complementa sobre o processo de criação do álbum. “Ao mesmo tempo que foi muito fácil, foi muito louco. Porque erámos três malucos, cada um com uma paixão pela sua área né?! Ciência, filosofia, cultura pop ou o quer que seja. Então a gente tinha as ideias, as ideias fervilhavam, e o nosso trabalho era amarrar isso tudo de forma lógica, e de forma que não ficasse absolutamente fantasioso né?! A ponto de quase apelativo e mentiroso.”

Foto: Cortesia da Lunar Society Club

Uma homenagem às influências da banda

O clipe de Big Rocks Smashing Cars é uma verdadeira homenagem as principais influências da banda e a estética noventista. O vídeo mostra uma pessoa normal que teve um sonho com meteoros vindos do céu e vai ao psicanalista se consultar sobre. Para os fãs de bandas como Green Day e Foo Fighters, não vai ser difícil pegar as referências, já que são duas das maiores influências da Lunar

O tom de humor, as cores, os ângulos de câmeras e muitos outros detalhes trazem a tona toda a estética usada nos clipes dos anos 90. O Millencolin, uma das bandas mais importantes para os integrantes da Lunar, também é homenageada na música do elevador, que claramente faz referência a icônica faixa No Cigar, um clássico absoluto da banda sueca.

A importância desses nomes para a história da Lunar é vital, principalmente o Millencolin, já que a banda só se conheceu pela paixão em comum pelos suecos. A banda deixa clara a homenagem e reforça o carinho por esses artistas que sempre fizeram parte da vida deles. “Então, cara, tem referência do Longview, do Green Day, ali naquelas paredes metade azul e metade vermelhas. Então assim, são pequenas homenagens que tem, pras bandas que fizeram a gente tá aqui fazendo o som que a gente faz” comenta Lerik.

We are One 2023

O ano de 2023 promete fortes emoções para a Lunar. O We are One, festival já consolidado aqui no Brasil focado no punk e hardcore, caminha para sua quarta edição e conta com mais um line up absurdo. O evento acontece em março de 2023, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, com um line up diferenciado para cada região. Os headliners da edição de 2023 são os suecos do Millencolin e do Satanic Surfers.

Divulgação / Solid Music Entertainment e On Stage

A Lunar Society Club faz parte do line up da edição do Rio de Janeiro, que além de contar com Millencolin e Satanic Surfers, também conta com a banda Makewar. A banda que inicialmente iria tocar no lugar da Lunar acabou se desfazendo, foi então que veio o convite da On Stage para fazer parte do festival.

Realizando um sonho de abrir para uma das suas bandas do coração, a Lunar tem grandes expectativas para o evento que acontece no dia 26 de março de 2023, no Circo Voador (RJ).

Planos para 2022

Ainda para 2022, a Lunar planeja presentear os fãs com algumas surpresas. As faixas do álbum Lost Songs in Spacetime são uma espécie de trilha sonora para uma história, e essa história já está em produção e vai ser lançada. Esse material, que deve sair em formato de livro, vem para complementar a experiência do disco, onde o ouvinte começa a história em uma mídia e finaliza em outra, fazendo toda a obra ir muito além da simples audição do álbum.

A Lunar tem toda essa preocupação em oferecer muito mais do que música para o ouvinte. Esse diferencial é muito importante e agrega muito, além de mostrar todo um cuidado da banda com o seu trabalho e com seu público. “A gente quer sempre tá tentando fazer com que a galera veja a nossa banda como uma banda que não é só música. Ela é música, é um pouco de literatura, um pouco de sei lá, filme. Assim, ter referência de vários lugares, porque a gente acha que a cultura ajuda a transformar a vida das pessoas e inspira, né, cara?!” afirma o guitarrista Lerik.