Samiam retorna ou Brasil com turnê de Stowaway, o primeiro full em mais de 10 anos

Em entrevista exclusiva ao Downstage, o guitarrista Sergie Loobkoff comenta sobre a apresentação única do Samiam no Oxigênio Festival e o lançamento do álbum Stowaway

Arte: Carol Moraes / Downstage

Os californianos do Samiam finalmente estão de volta ao Brasil. A banda que teve sua última passagem pelo país em 2017, no festival Rock Station, está de volta para uma apresentação única no Oxigênio Festival, no dia 26 de agosto, com a turnê de seu mais novo trabalho, o disco Stowaway.

Foto: Pure Noise Records

Lançado em março de 2023, Stowaway é o primeiro disco de inéditas do Samiam em mais de 10 anos. A banda que começou suas atividades em 1988, fez seu nome na cena com sua mistura certeira de punk rock, hardcore e pinceladas de emo e rock alternativo. Em entrevista exclusiva ao Downstage, o guitarrista Sergie Loobkoff comentou sobre a passagem pelo Brasil e o lançamento de Stowaway.

A única e aguardada apresentação no Oxigênio Festival

Se preparando para fazer sua quarta passagem pelo Brasil, o Samiam construiu uma boa relação com o país ao longo dos anos. Desde sua primeira turnê em 2002, onde César Carpanez (Highlight Sounds) estabeleceu uma amizade com a banda e foi o responsável por traze-la ao país, o grupo percebeu que tinha uma base de fãs aqui e seria possível fazer acontecer aqui.

César tinha uma boa relação com a Burning Heart, gravadora do Samiam e outras bandas como Millencolin na época, lançou os discos das bandas no Brasil e espalhou a palavra do punk e do hardcore melódico, ajudando a popularizar o genêro no país.

De 2002 pra cá, o Samiam já fez shows inesquecíveis em terras brasileiras e a apresentação no Oxigênio Festival, que vai ser a única da banda no Brasil, promete manter a tradição de shows memoráveis. Quando questionado sobre possíveis surpresas ou b-sides no setlist do show, Sergie confessa que prefere tocar o que fizer as pessoas felizes.

Ele sabe que isso vai resultar em tocar músicas que talvez já esteja entediado de tocar, além de convergir com a opinião de outros membros da banda, que em alguns momentos preferem apenas tocar certas músicas. “Sou fã de dizer vamos tocar o que as pessoas querem ouvir. Eu só quero que o público pule e tenha sorrisos no rosto, certo?”

Foto: Instagram @samiam.band

O primeiro full em mais de uma década

Demorou mais de uma década, mas o Samiam finalmente lançou o sucessor de Trips, de 2011. Sergie não ficou parado nesse meio tempo, tendo lançado um disco com o Racquet Club e dois álbuns com o Ways Away, o que ajudou com esse período sem lançamentos do Samiam. Porém, lançar Stowaway não foi algo fácil, já que a banda teve que se adaptar ao modo de fazer música imposto pela pandemia, o que gerou um sentimento de alívio em Sergie quando conseguiram finalizar o trabalho.

“Mas para mim, tipo, foi um verdadeiro alívio e foi um processo muito difícil, não só por gostar, você sabe, de reunir as pessoas da banda para fazer isso. Mas fizemos isso durante a pandemia e de uma forma que nunca fizemos antes.”

Mas diferente de diversas bandas que costumam dizer que seu último trabalho é o seu favorito, Sergie acha essa uma opinião vazia e geralmente imposta pelas gravadoras. O guitarrista comenta que sabe o quanto os discos mudam com o tempo e como um disco que você não gosta pode se tornar genial ao longo dos anos, além de ressaltar o valor elevado dos discos no Brasil.

“Tipo, os discos são muito caros, sabe, eles são muito caros, principalmente no Brasil. Eu não quero que você gaste seu dinheiro em um disco do Samiam quando você pode ouvi-lo de graça no Spotify ou no YouTube, você sabe, e se divertir. Isso é tudo que me importa.”

Mesmo no auge da geração tiktok e do consumo rápido e “descartável”, comandado por singles e playlists, Sergie reafirma sua vontade querer continuar lançando álbuns completos, principalmente para as pessoas que se importam com sua música. “Eu sinto que mesmo que seja irrelevante se preocupar com um álbum ou a ordem das músicas, ou comercializar o disco, ou fazer uma arte realmente boa para o material físico, talvez todas essas coisas não sejam tão necessárias no mundo na indústria da música mais. Para mim é importante e acho que para as pessoas que se importam com Samiam isso é importante para elas, certo?!”

A banda continua com o mesmo processo de composição e gravação, mas o período pandêmico deu mais tempo para trabalhar no álbum, permitindo fazer as mudanças necessárias com calma e com a praticidade que a tecnologia oferece atualmente.

Quando questionado se Stowaway seria um cartão de visitas ideal para as pessoas que vão ter seu primeiro contato com o Samiam no Oxigênio Festival, Sergie esbanjou sinceridade. “Sim, eu acho que sim. Acho que é totalmente como uma representação perfeita do que somos agora, você sabe, porque é o que somos agora, mas também é uma representação muito boa de uma mistura do que sempre fomos, eu acho.”

O Samiam se apresenta no Oxigênio Festival no dia 26 de setembro. O evento acontece na rua Achilles Orlando Curtolo, 617, próximo ao metrô Barra Funda. Os ingressos estão disponíveis na Pixel Ticket e o festival é uma realização da Gig Music com o Hangar 110. Nos vemos lá!