Meu Funeral esquenta noite chuvosa de outono em São Paulo

Apresentação da banda carioca na JAI Club correspondeu às expectativas do público paulistano

Foto: Day Mello

A primeira vez da banda Meu Funeral na capital paulista certamente ficará na memória de todos os presentes. Com um show carregado de energia e algazarra, os músicos cariocas – e o público – entregaram tudo aquilo que a estréia merecia.

(Foto: Day Mello)

Lançando mão do repertório de letras irônicas, por vezes engraçadas e com uma pitada de inflamação política, a banda fez da JAI Club um verdadeiro salão de festas, com direito a muito mosh, stagediving e crowd surfing — que para os leigos são as formas um tanto quanto irresponsáveis de curtir um show de hardcore.

Sobrou até para o vocalista Luquita, que em determinado momento do show acertou a própria guitarra na cabeça, abrindo um pequeno corte. Mas nada que pudesse esfriar o clima que a essa altura já fervia na casa noturna. 

(Foto: Day Mello)

Enquanto do lado de fora da casa chuva e frio davam a cara de outono para a terra da garoa, do lado de dentro o que se sentia era o calor escaldante do Rio de Janeiro que a banda parecia ter trazido consigo na mala. O público paulistano, que é maioria entre os fãs que acompanham a banda, extravasava, em êxtase, a empolgação de um aguardado encontro que ainda não havia acontecido.

O show contou ainda com a participação dos membros da Abraskadabra, que assumiria o palco na sequência, em um momento no qual o pelo menos oito músicos e seus instrumentos dividiam um espaço de 12m². 

(Foto: Day Mello)

Com direito aos hits da banda: 94; Queimando a Mufa; Coisa de Satanás – que o público sozinho parecia poder cantar inteira – o clima era de festa. No encerramento do show, Acabou, Você Não É Mais Presidente, com a participação improvisada de Letícia Pires (vocalista d’A Creche), soava como uma premonição do fim do governo Bolsonaro. E o público festejou como se realmente fosse.