Os melhores álbuns de 2022

Um ano recheado de lançamentos irados no cenário nacional e internacional

Arte: Ana Oliveira / Downstage

Por Bia Vaccari, Camila Brites, Luis Antonio, Caroline Monteiro, Fernanda Manon, Julia Santiago, Eduardo Vianna, André Artigas, Vinicius Pereira, Ana Carolina, Talita Feijó, Ana Júlia Tolentino e Giovanna Pavan

2022 está chegando ao fim e finalmente chegou a hora de fazer aquele balanço geral dos lançamentos que movimentaram esse baita ano. Os entusiastas de discos completos não ficaram tristes em 2022, já que não faltaram lançamentos de qualidades e álbuns que explodiram a nossa cabeça. Tanto no cenário nacional quanto no internacional, o cenário musical foi comtemplado com obras alucinantes e fora da curva.

A equipe do Downstage se reuniu para destacar em uma baita lista, com alguns dos álbuns que mais chamaram a atenção e fizeram a cabeça dos amantes da cena. Então se liga nesse listão pesado que preparamos para vocês.

Monuments – In Stasis

Continuando com a mistura entre o groove e o técnico, Monuments faz um retorno grandioso em 2022. Seu álbum, In Stasis, traz tudo o que já tínhamos visto em seus álbuns anteriores, porém, desta vez trazendo um mix maravilhoso entre o melódico, o pesado e o técnico, tudo unido perfeitamente a uma obra mística e satisfatória do início ao fim.

Lorna Shore – Pain Remains

Pain Remains remodelou o que chamamos de peso na cena do deathcore. Lorna Shore surpreendeu a todos com uma obra mais inovadora do que seu último EP de 2021. Pain Remains vem de forma pesada e formidável mostrar os lados do luto, depressão, dores internas e batalhas diárias que as pessoas enfrentam. É um gigantesco destaque de 2022 justamente por conseguir trazer emoção e um tom melódico em meio a tantos guturais, riffs incessantes e orquestras de tirar o fôlego.

Molho Negro – Estranho

Estranho, o quinto álbum de estúdio do power trio Molho Negro, mostra um lado mais maduro e consistente da banda. O humor e o sarcasmo, muito presentes nos trabalhos anteriores, ficam um pouco de lado nesse último disco. Dessa vez, a banda seguiu um caminho com letras mais elaboradas e temas mais complexos e pessoais, despertando uma sensação de melancolia. O arranjo é simples e sutil e se encaixa perfeitamente com as mensagens das músicas. Destaque para as faixas Berrini, 23, Contra, Não Nasceu Para Brilhar e Campo Em Branco.

Bullet Bane – BLLT

Com transparência e maturidade, o Bullet Bane lançou seu quarto álbum de estúdio, o BLLT. Nele, é explorado o caos interno dos integrantes da banda enfrentado nos últimos anos, os quais foram pandêmicos. O disco é uma carta aberta, de forma que aborda sobre dores recentes vivenciadas pelos membros, sem medo. Repleto de sentimentos, superações e muita gritaria, BLLT é contagiante e intenso.

5 Seconds Of Summer5SOS5

Oscilando entre o pop alternativo e o indie pop, o 5SOS5 mostra consistência nas ideias que 5 Seconds Of Summer apresentou em CALM, seu disco antecessor lançado no início da pandemia. Lançado de forma independente, o novo álbum do quarteto é criativo e, ao mesmo tempo, consegue mostrar a maturidade desenvolvida ao longo da carreira pelos integrantes, através de suas composições. Ousado, o 5SOS5 explora novos ritmos e estilos, ao mesmo tempo que destaca a base de seu desenvolvimento: a união da banda.

Black Pantera – Ascensão

Fogo nos racistas foi uma música que estremeceu o cenário brasileiro neste ano. Com uma mensagem fortíssima e direta ao ponto, já temos uma certa noção do que esperar do disco Ascensão. Neste trabalho, o Black Pantera expôs (de uma maneira muito coerente, diga-se de passagem) os problemas raciais que nossa sociedade vem enfrentando. Letras poderosas, refrões chicletes e riffs marcantes compõem este álbum que já é um marco do rock nacional e que deve ser apreciado sem moderação.

Heartlistener – Perspectives

Com um trabalho impecável e de extrema qualidade, os paranaenses do Heartlistener nos presentearam com Perspectives. Com fortes influências do hardcore melódico, este disco é a mescla perfeita de velocidade, peso, técnica e melodias cativantes. Com letras mais intimistas em faixas como Counterfeit  e Violeta (que inclusive conta com um feat excelente do grandioso Caio Weber da Cefa), e letras mais críticas como em Wolf Among Us este álbum é uma boa pedida para aqueles que querem compreender um pouco mais o hardcore e até mesmo a cena underground.

Bad Omens – The Death Of Peace Of Mind

Um álbum inovador, profundo e que consagrou o Bad Omens como uma das bandas mais aclamadas do metalcore moderno em 2022. Um projeto que transformou e continua transformando a vida de muitas pessoas e que trouxe à banda o caminho que tanto procuravam.

The Devil Wears Prada – Color Decay

Dos fãs antigos aos novos: Color Decay não decepcionou nem um pouco. Muito pelo contrário, foi uma surpresa de abalar qualquer sentimento. Com um lírico intenso, melodias que grudam na cabeça e riffs pesados, Color Decay traz toda a dor e o desespero que alguém pode sentir – especialmente quando perde alguém.

Motionless In White – Scoring The End Of The World

Moderno, transformador, único e essencial. Motionless In White soube como construir um álbum inovador sem enjoar e com as melhores características de seus trabalhos anteriores. Scoring The End Of The World é simples, porém denso, com um tom revolucionário sem ser tão clichê. Sem dúvidas, um dos álbuns mais bem construídos de 2022.

Fox LakeRepose

Fugindo um pouco do math-rock que influenciou a banda nos seus primeiros lançamentos, Fox Lake aposta em uma dinâmica mais rica e melodias mais energéticas e bem desenvolvidas no disco Repose. Com letras puxadas pro lado mais pessoal e questionador, a banda nos coloca pra pensar em muita coisa, especialmente sobre quem somos e quem gostaríamos de ser.

Tiny Moving Parts – Tiny Moving Parts

O autointitulado do Tiny Moving Parts deve ser considerado a versão definitiva da banda. Apesar de não trazer inovações para o estilo já consolidado da banda, o disco promove alguns resgates que revigoraram um pouco dessa linha de composição do grupo, que para muitos já soa mais do mesmo.

A liberdade de um disco independente só permitiu que a banda se reaproximasse de algumas características que foram ficando mais contidas ao longo do anos, como os riffs mais quebrados do álbum de estréia da banda (This Couch Is Long & Full Of Friendship). O álbum é o perfeito equilíbrio entre as melhores características da banda, mesmo sem precisar reinventar a roda.

CLIFFDIVERExercise Your Demons

CLIFFDIVER não poderia ter uma estréia mais digna e com tanto potencial. Melodicamente contagiante e animado, Exercise Your Demons é um álbum de pop-punk balanceado pelas letras com temas mais delicados e pessoais, com algumas pequenas passagens bem humoradas.

A banda aborda depressão e ansiedade de uma forma otimista, reconfortante e esperançosa, já que os membros já passaram por esses momentos e agora querem trazer uma mensagem de apoio a quem precisar ouvir. Exercise Your Demons é um verdadeiro abraço carinhoso que mostra que ninguém está sozinho.

Avec PlaisirAn Album

Mais um estreante do ano de 2022, Avec Plaisir traz consigo um midwest emo clássico, mas que soa muito moderno apesar de tudo. A estética do estilo está toda lá, nas guitarras chorosas com vocais melódicos que em alguns momentos explodem. A mixagem típica de bandas como Marietta e os riffs clássicos cheios de dedilhados complicados.

An Album é criativo e repleto de pequenos detalhes que enriquecem a experiência de ouvi-lo, pois a banda faz de tudo pra que soe o menos repetitivo possível ao longo de suas dez faixas. Com uma qualidade surpreendente para um disco de estreia, o disco circula facilmente entre os melhores do ano.

Gold StepsThat Ain’t It

Simplesmente um dos discos mais energéticos do ano de 2022. Com base no pop-punk moderno, a banda se sente livre para experimentar outras referências pessoais para incorporar em sua personalidade musical.

Se alguém já se perguntou como Taylor Swift soaria em um disco de pop-punk/emo, That Ain’t It é a resposta, e nem faz esforço para disfarçar essa referência que teve um casamento perfeito junto aos instrumentais mais pesados da banda.

Action/AdventureImposter Syndrome

Com oito anos de estrada e consolidados como uma das mais promissoras bandas dessa nova geração do pop-punk, Action/Adventure entrega um verdadeiro presente em forma de disco. Imposter Syndrome é um disco denso repleto de letras sinceras sobre as dificuldades de lidar com o racismo dentro de uma cena musical.

O disco é intenso do início ao fim sem perder o fôlego, mas é a vulnerabilidade honesta que a banda traz em suas letras que são o real tesouro desse disco e da banda como um todo.

The Wonder YearsThe Hum Goes on Forever

O disco conquista o ouvinte desde a primeira frase de Doors I Painted Shut, seja por causa da voz marcante de Dan Campbell ou pela poesia profunda e absolutamente fácil de se relacionar, que gera aquela identificação provocando empatia em quem ouve. The Wonder Years parece ter redescoberto o amor pelo estilo musical que deu origem a banda, e mesmo olhando para trás, acabam fazendo algo novo e diferente ao mesmo tempo. Ao ouvir The Hum Goes on Forever, é fácil sentir que a banda se divertiu compondo e gravando, e que eles realmente amam o que eles fazem.

Chiliocosm(un)orthodox

Mesmo bem estabelecida no pop-punk, a banda traz em seu estilo muitos elementos de fora do gênero, o que causa uma estranheza em um primeiro momento, mas um deslumbre no decorrer de (un)orthodox. Com riffs virtuosos e muito peso nas guitarras, Chiliocosm segue flertando com outros estilos, dando a banda uma sonoridade quase única.

Arm’s LengthNever Before Seen, Never Again Found

Arm’s Length corresponde a todas as expectativas criadas quando o assunto era seu primeiro disco. A banda já havia lançado dois EP’s que caíram no gosto dos fãs, fazendo com que esse disco fosse muito aguardado.

Never Before Seen, Never Again Found não tenta ser algo que ele não é, afinal, é um disco de pop-punk, porém, não busca sustentação nos elementos mais clichês. As execuções desse disco são apaixonantes, as letras são simples e típicas do estilo, porém muito marcantes.

FisttA Arte de Perder

A Arte de Perder é um respiro atual de uma das bandas mais antigas e memoráveis da cena. Fistt traz um disco a altura do seu legado. Com os instrumentais já característicos do hardcore melódico da banda e com letras para todos os gostos, o disco cativa o ouvinte facilmente, ao ponto que quando o álbum começa a repetir você segue cantarolando as músicas e só depois vai perceber que está tocando de novo. Definitivamente um dos pontos altos dos lançamentos de 2022.

I Prevail – True Power

Trazendo uma sonoridade mais carregada de elementos eletrônicos, riffs e berros mais intensos, I Prevail trouxe um álbum com um recado muito claro sobre doenças mentais, como depressão e levou os fãs ao delírio com clipes muito bem elaborados estando carregados de efeitos especiais. Os fãs piraram inclusive com o som Self-Destruction que já conta com um clipe, e que é realmente diferente de tudo que a banda já nos mostrou, também tendo feito muito sucesso as faixas Bad Things e Body Bag. A banda mostrou para que veio, mostrando que têm muito potencial para criar algo novo, intenso, e com muito a ser dito.

Dashboard Confessional – All The Truth That I Can Tell

O Dashboard Confessional resgatou a sonoridade intimista e carregada de emoção de seus primeiros trabalhos em All The Truth That I Can Tell. O álbum carrega aquela melancolia sentimental que sempre foi uma das principais características da banda, mas com músicas mais calcadas no formato voz e violão, algo que foi seu diferencial no início de carreira. O disco guarda belos e emocionantes momentos em canções como Burning Heart, Here’s To Moving On e All The Truth That I Can Tell.

Em All The Truth That I Can Tell, Chris Carrabba apresenta um álbum maduro, como um (quase) diário, se aproxima de sentimentos profundos e letras subjetivas sobre as verdades que o encontraram em sua incessante busca. 

The Interrupters – In The Wild

O The Interrupters continua subindo a régua a cada lançamento. O grupo de ska punk vem se destacando no gênero ao longo dos anos com uma discografia irretocável. In The Wild entrega o mais puro ska punk, com canções divertidas, animadas e cheias de energia. O álbum não traz nenhuma novidade musical, mas consegue cativar logo nos primeiros acordes. In the Wild é a prova definitiva de que não é preciso reinventar a roda para lançar um trabalho excelente. Destaque para as faixas As We Live, Raise By Wolves e Kiss The Ground.

Moodring – Stargazer

Misturando shoegaze com diferentes gêneros musicais, o Moodring lançou um de seus melhores trabalhos em 2022. Com o álbum Stargazer, a banda mostrou um trabalho maduro e consistente, onde a melancolia sonora é um convite para o ouvinte mergulhar no universo vasto e cheio de camadas do grupo. Stargazer é um álbum que tem a capacidade de agradar diferentes públicos, graças ao seu mix de sentimentos e sonoridades. Faixas como Desintegrate, Peel e Stargazer são um belo cartão de visitas para conhecer o som do Moodring.

Rosa Tigre – Doido para Brigar, Louco para Amar

Com fortes influências de Ramones, o Rosa Tigre veio para colocar o punk rock bubblegum em evidência no cenário underground.  A banda mostrou todo o seu talento com o disco de estreia Doido para Brigar, Louco para Amar, um álbum divertido e extremamente viciante. Com refrãos chicletes e um instrumental fácil de cantarolar, o disco é um verdadeiro deleite para os fãs de punk rock. Simples, direto ao ponto e com ótimas letras, o trabalho é um dos destaques de 2022 no cenário nacional. Músicas como Sessão da Tarde, Ninguém Leu, Ninguém Ouviu e Último Bar da Madrugada certamente vão entrar em muitas playlists dos apaixonados por punk rock.

Underoath – Voyeurist

O Underoath continua atualizando sua sonoridade a cada lançamento. A banda segue olhando para o futuro sem perder sua essência, o que fica ainda mais evidente com o álbum Voyeurist. Uma das obras mais consistentes da banda nos últimos anos, o disco é pesado, profundo e coeso, mostrando o Underoath em uma ótima fase. Com uma agressividade única e que só o Underoath consegue entregar, Voyeurist entrega faixas emblemáticas como Damn Excuses, Cycle e We’re All Gonna Die.

Odeon – game

Nome recente no metal alternativo, Odeon não tratou seu primeiro álbum como um simples “jogo”, levando os padrões de produção da banda a outro nível. Além dos singles já lançados anteriormente, game apresentou duas novas canções, uma delas em português, sempre misturando rock e metal com nuances de funk, samba e até mesmo salsa, de forma a criar uma experiência inovadora no gênero e prometendo agradar a todos os públicos.

Palaye Royale – Fever Dream

Gravado em uma casa mal-assombrada, o terceiro álbum de estúdio do Palaye Royale é um aperfeiçoamento da estética sombria da banda. O isolamento social e o tempo livre do trio permitiram um cuidado e atenção à produção nunca antes visto nos álbuns anteriores. Com letras que exploram a morte, ansiedade e fama, Fever Dream é uma evolução visual, sonora e lírica da estética de Palaye Royale.

Camp Trash – The Long Way, The Slow Way

Para quem não conheceu a Camp Trash no EP Downtiming, lançado em 2021, o álbum de estreia The Long Way, The Slow Way é uma agradável surpresa e uma excelente introdução à banda de Bradenton, na Flórida. O disco explode em direções totalmente novas apresentadas no trabalho anterior, explorando o mais profundo, doloroso e íntimo do sentir humano numa linguagem bastante sincera mesclada à uma sonoridade deliciosa aos ouvidos.

TRSH – Kiss Me

Como o próprio nome brinca, TRSH é uma banda de midwest emo que tem como premissa uma sonoridade mais escrachada e “mal feita”. Com vocais mais expostos e um instrumental mais cru, Kiss Me, lançado em março desse ano, dialoga muito bem com a urgência e efervescência das emoções adolescentes. É um disco para os corações partidos, com desabafos sem tantas firulas e até meio explícitos, mas que podem servir como um sincero abraço numa noite solitária.

In Angles – Cardinal

Cardinal pode muito bem ganhar o coração do ouvinte pela capa, mas é no primeiro play que a In Angles se garante com seu segundo trabalho de estúdio. Descoberta num fórum do Reddit e lançando o disco num dia útil de uma semana que tinha tudo para ser bastante intimidadora (dividindo o lançamento com Avril Lavigne, Dashboard Confessional, Mom Jeans. e Bad Omens), a banda de New Jersey traz no álbum uma deliciosa mistura de pop punk, midwest emo e uma pitada de indie.

Cardinal é um álbum rápido, com menos de meia hora de duração. No entanto, brilha na discografia do quarteto por brincar com o imaginário e ser ousado em sua sonoridade, propondo uma experiência única para o ouvinte.

Beauty School Dropout – We Made Plans & God Laughed

Beauty School Dropout consegue ser muito além de uma banda com um nome divertido. O grupo caiu na graça do algoritmo das plataformas digitais após lançar ALMOST FAMOUS, parceria com ninguém menos que Mark Hoppus, e para quem limitou-se a conhecer apenas o single, não faz a menor ideia do que está perdendo no restante. We Made Plans & God Laughed é um trabalho rápido com pouco mais de 17 minutos, mas que brinca com uma estética elaborada que se extende às apresentações ao vivo e photoshoots do grupo, além de trazer um frescor ao emo e pop punk clássico.

Our Mirage – Eclipse

É usando da dualidade e brincando com um jogo de opostos que o Our Mirage lançou um dos melhores álbuns de 2022 logo no finalzinho do ano: Eclipse. Irresistível, intrigante e explosivo, a banda de metalcore explora temas já tradicionais de sua lírica, como ansiedade, depressão e até mesmo pensamentos suicidas, porém trazendo muito mais peso e modernidade à sua discografia.

Chief State – Waiting for Your Colours

Após singles impecáveis e muita espera dos fãs, o Chief State enfim lançou o seu primeiro disco da carreira, Waiting for Your Colours. Repleto de conceito e brincando com a identidade visual do trabalho, a banda de pop punk de Vancouver é bem equilibrada, com um lado mais pesado e emoções genuínas, raiva e desespero. Tudo isso numa narrativa com muita constância e convincente, resultando num trabalho envolvente.

Incase We Crash – Incase We Crash

Excelentes representantes da nova geração do pop punk canadense, o Incase We Crash dividiu com os fãs o seu álbum de estreia, que leva o nome do grupo. São 10 músicas que carregam a energia e a atmosfera divertida e jovial da nova safra de bandas do gênero e, de quebra, um selo de qualidade com a participação especial de Kellin Quinn.

Mom Jeans. – Sweet Tooth

O Mom Jeans. sempre foi uma das maiores representantes do midwest emo, e quando a banda anunciou que lançaria seu mais novo álbum em fevereiro, as expectativas eram altíssimas. Uma pela qualidade constante em sua discografia e outra pelos singles previamente lançados, What’s Up? e Circus Clown. Ainda bem que os fãs não estavam errados: Sweet Tooth foi, de fato, além do que qualquer um esperava. Resgatando o pop punk noventista e entregando um diálogo sincero sobre problemas dos trinta e poucos, a banda consagrou seu terceiro disco da carreira como o melhor de 2022.

Ben Quad – I’m Scared That’s All There Is

Novas joias do midwest emo, o Ben Quad dividiu em 2022 com o público o seu álbum de estreia: I’m Scared That’s All There Is, cujo título explica muito bem a abordagem emocional e instrospectiva que o ouvinte encontrará no interior.

O trabalho fala sobre a beleza e a feiúra de se estar nos seus vinte e poucos anos, mesclado à sensação de sentir como se a vida fosse ser aquilo para sempre. Com uma sonoridade doce e vocais muito expostos, a banda reflete sobre se perder de si mesmo, distanciar-se de pessoas queridas e amar a própria vida.

Sleeping With Sirens – Complete Collapse

É surpreendente pensar que entre tantos trabalhos como produtor, padrinho e feats em outras bandas, Kellin Quinn ainda tenha conseguido encaixar um tempo na agenda para lançar o sétimo álbum de estúdio do Sleeping With Sirens.

Brincadeiras à parte, Complete Collapse é uma obra à parte de sua carreira como músico. O trabalho chegou quebrando portas com um feat de surpresa com ninguém menos que Spencer Chamberlain, do Underoath, dando sequência a singles irresistíveis como Let You Down com Charlotte Sands e a faixa-título.

Stand Atlantic – f.e.a.r.

Intitulado “fuck everything and run”, os australianos do Stand Atlantic meteram o pé na porta com o terceiro disco de estúdio. Deixando de lado toda a sutileza do hyper-pop de outrora, o disco é um “anti-conceito”, com canções mais ousadas e experimentais que sustentam um quê de rebelião, mas não há um momento em que não seja movido pelo desejo de expressar o que verdadeiramente sente.

Com letras que abordam expectativas externas, peso de poder se acolher em meio ao caos, o instrumental se faz conciso, transcendendo o gênero a um alto nível, com uma vasta gama de riffs cativantes e refrões melódicos que impedem que o álbum pareça obsoleto ou redundante.

All Better – How to be Alone

Entre as joias encontradas no meio das plataformas de streaming, há o álbum do All Better, banda consolidada no bandcamp que dividiu em 2022 com o público o disco de estreia How to be Alone. Entre questões existenciais e sentimentalistas e (muito) flerte com o midwest emo e o pop punk, a banda de Brighton é uma excelente pedida para fãs de Remo Drive e ROAM.

Last Night Saved My Life – The Color Infinite

Outra banda que também escolheu brincar com cores em seu trabalho de 2022 é o Last Night Saved My Life. The Color Infinite, Pt. 2 é muito rápido, com menos de 30 minutos de duração, mas tão energético e cativante que deixa um gostinho de “quero mais” após a reprodução das sete faixas.

Modern Error – Victim Of A Modern Age

Um álbum debut completamente viciante e cativante com músicas que mostram a inovação e a peculiaridade da música underground britânica. Em Victim Of A Modern Age o ouvinte viaja por uma realidade alternativa e etérea com distorções de tirar o fôlego e letras absurdas e profundas. Para quem gosta de Loathe e Underoath, Modern Error é uma banda para manter sempre nas playlists.

Driveways – Into the Past

E é claro que os reis do Halloween não deixaram o mês de outubro passar em branco em 2022: o Driveways, que vive pelo dia das Bruxas, liberou o álbum Into the Past. No entanto, mesmo sendo grandes representantes da temática, o novo trabalho segue inovador e cativante, com refrões que ficam na cabeça e um pop punk energético.

Thousand Below – Hell Finds You Everywhere

O quarteto de San Diego Thousand Below lançou seu terceiro disco de estúdio, o Hell Finds You Everywhere. A obra é composta por 10 faixas que retratam a dor, a frustração, a cura e também a esperança. Essa temática já soa familiar para quem acompanha o grupo.

Os instrumentos são capazes de criar toda uma ambientação, enquanto os vocais de James Deberg carregam todo o peso e tristeza do álbum. Além disso, a obra traz feats interessantes como Noah Sebastian, do Bad Omens e Matt Flood, do Caskets. Para quem gosta da melancolia, é a pedida perfeita.

Static Dress – Rouge Carpet Disaster

Rouge Carpet Disaster nos faz mergulhar em um mar de nostalgia, questionando por que a sua sonoridade soa tão familiar, ao mesmo tempo que carrega em si algo totalmente novo. O conceito por trás da obra pode ser definido como um relacionamento amoroso frustrado, com suas letras pesadas, melodias extremamente encantadoras e metáforas para lá de inteligentes.

Composto por 12 faixas, RCD consegue capturar tudo o que fez do post-hardcore e os gêneros em torno dele ser tão excitantes. Quando escutado de forma individual, as músicas podem não soar tão harmoniosas, mas quando se compreende o todo, fica fácil assimilar o quão visionário o disco se torna. O melhor debut que uma banda poderia ter.

Boston Manor – Datura

Esse é o primeiro trabalho conceitual do Boston Manor, criado para ser uma jornada que começa ao entardecer (Dusk) e termina ao amanhecer (Dawn). Datura consegue refletir a maturidade musical que o quinteto de Blackpool atingiu com o tempo.

Apesar dos interlúdios e de conter poucas faixas, considerado por alguns um ponto negativo, o álbum tem tudo aquilo que o ouvinte precisa: letras relacionáveis, riffs pesados, refrões cativantes e o uso de sintetizadores na medida certa. Datura é o álbum perfeito para conhecer Boston Manor, a banda que não pode ser enquadrada em um único gênero musical.

Novelists – Déjà Vu

Déjà Vu é o primeiro trabalho completo do Novelists com a entrada de Tobias Riche, vocais, e também Pierre Danel, guitarra. A obra conta com 12 faixas, sendo cinco delas interlúdios. Para alguns, a estratégia adotada pela banda foi decepcionante: quem esperava por quantidade de músicas, acabou se deparando com um álbum bastante experimental. Mas, para aqueles que se apegam à qualidade, Déjà Vu mostra toda a capacidade musical da banda.

O disco marca uma mudança interessante no som do Novelists FR, mantendo sua assinatura progressiva, com seus solos exuberantes e adicionando elementos industriais e eletrônicos, dando uma nova textura e ambientação às canções.

Comeback Kid – Heavy Steps

Em Heavy Steps, o Comeback Kid mostra que está em ótimo forma, tanto instrumentalmente como liricamente falando. O álbum carrega a essência da banda e mostra o motivo do Comeback Kid ser um dos grandes expoentes do hardcore/punk. Com muita energia e atitude, o disco é uma verdadeira explosão sonora que coloca qualquer ouvinte para dançar até suar a camisa.

Alexisonfire – Otherness

Sem pressa dos rumos tomados, o Alexisonfire retornou com o pé na porta, graças ao álbum Otherness. Após 13 anos, a banda canadense mostrou que o rolo compressor imparável do pós-hardcore de primeira linha ainda segue em continuidade. O álbum se inclina para qualquer um dos extremos do som da banda, e por vezes parece proposital, assim como a produção de garagem lo-fi do álbum, que pode frequentemente variar entre frustrante e adequado.

O Otherness não é o Alexisonfire com o qual crescemos, o que é o melhor, considerando os resultados ao levar sua música a uma fórmula diferente, mais densa. Mas aquela mesma banda, desgastada pelo amor, perda e experiência, ainda existe e se mistura em uma sonoridade nunca antes apresentada.

Hot Water Music – Feel the Void

Os veteranos do Hot Water Music marcaram presença em 2022 com o ótimo e nostálgico Fell The Void. O disco marca a presença, agora fixa, do vocalista e guitarrista Chris Cresswell, do Less Than Jake. Com doses pesadas de punk rock, marcadas pelos vocais poderosos e característicos de Chuck Ragan, o HWM adiciona em sua vasta e sólida discografia, mais um trabalho de alta qualidade, reafirmando seu nome como um dos pilares do punk rock.

No Pressure – No Pressure (LP)

Resgatando a essência do pop punk com maestria, o No Pressure, projeto paralelo dos músicos Parker Cannon (The Story So Far), Pat Kennedy (Light Years) e Harry Corrigan (Regulate), fez sua estreia em 2022 com uma sonoridade rápida e energética. Para os amantes do two step, o autointitulado da banda é um verdadeiro deleite, mergulhando de cabeça nas influências do pop punk noventista. Facilmente um dos álbuns mais divertidos e viciantes do ano.

Drug Church – Hygiene

No dilema entre se manter fiel a uma fórmula de sucesso e inovar em um novo trabalho, a Drug Church opta por fazer os dois em Hygiene. Em termos sonoros, o trabalho carrega muitos dos elementos do seu antecessor, com elementos clássicos do hardcore e uma pitada de grunge, para além do refino que foi tão elogiado no álbum de 2018. Dessa vez, porém, podemos perceber características dos mais variados gêneros temperando o trabalho.

Polyphia – Remember That You Will Die

Polyphia é uma banda que mostra que o underground pode ficar ainda melhor se misturado com outros gêneros – principalmente quando a sua banda é totalmente instrumental. Não é à toa que o grupo ficou ainda mais conhecido em 2022 por seus singles Playing God, ABC com a Sophia Black e até mesmo uma participação super especial do Steve Vai em Ego Death. Remember That You Will Die é profundo, singular e impossível de enjoar. Até mesmo quem não curte banda instrumental não consegue resistir à Polyphia.

In Her Own Words – Distance or Decay

O In Her Own Words, agora com mais experiência, sabe muito bem qual mensagem quer passar e de que maneira, colocando todas os sentimentos e emoções que a banda quer que seu público experiencie em Distance or Decay. O trabalho prova para quem se questionava de que, sim, eles fazem parte do movimento e presentearam a todos com mais músicas que servirão como trilha sonora de alguns momentos marcantes dos próximos anos.

Joyce Manor – 40 oz. to Fresno

40 oz. to Fresno definitivamente mostra que Joyce Manor ainda vai crescer muito, sendo fiéis à sua essência musical, que segue a mesma desde o início, e provando que é uma promessa para o mundo do midwest emo. São nove faixas, com a maioria das canções com quase dois minutos, totalizando um pouco mais de 16 minutos de duração para o álbum inteiro.

No entanto, os fãs de Joyce Manor já estão acostumados a seus discos curtos e sabem que o trio não precisa de muito para passar sua mensagem.

State Champs – Kings of the New Age

A sensação que fica de Kings of The New Age é que o State Champs chegou ao nível profissional onde não há mais volta. Olhar para a banda há cinco anos e agora, com esse lançamento, é entender de onde eles saíram, de um lugar autodenominado no gênero como genérico, e trilharam um caminho com material e experiência suficiente para se comparar a veteranos, como All Time Low e We The Kings. Mostrando que, de genérico, o pop punk não tem nada.

Não há mais nada de amador, — não que um dia houvesse — mas enfim a coroa chegou e os reis da nova era vieram para ficar.

Simple Plan – Harder than it Looks

Após muita espera, o Simple Plan enfim cumpriu a sua promessa de retornar às raízes e, em 2022, com muita divulgação no Brasil, a banda canadense dividiu com os fãs o trabalho Harder than it Looks, com direito a faixa dedicada aos fãs (The Antidote) e um feat esperadíssimo para a geração do pop punk clássico, Ruin my Life, com Deryck Whibley, do Sum 41.

Outline in Color – Coast is Clear

Um dos maiores destaques do ano, o Outline in Color sempre mostrou ser um espetáculo à parte na cena do post-hardcore. Trazendo peso, modernidade e energia na mesma medida, o grupo lançou em 2022 o disco Coast is Clear, com excelentes 13 faixas, contando ainda com o irresistível feat com o Loveless em Do Your Worst.

Oceans Ate Alaska – Disparity

Um dos retornos mais esperados do djent e do metalcore a Four Three Two Crew surpreende e quebra paradigmas com Disparity. A soma de lo-fi e metal nunca foi tão perfeita, Oceans Ate Alaska mantém seus refrões melódicos e quebras de tempo e traz gruitarras ainda mais pesadas, unidas a batidas minimalistas de música ambiente e lo-fi.

A quebra de expectativa (de uma ótima forma, lógico) é certa. A banda consegue cativar muito, fazer você se emocionar e ao mesmo tempo, não parar por um segundo de bater cabeça.

Fit For An Autopsy – Oh what The Future Holds

O sexto álbum de estúdio dos titãs do deathcore não deixa de surpreender a cada faixa. A obra foca muito em um instrumental profundo e complexo, com contraste dos vocais limpos mais mórbidos e guturais agressivos.

OWTFH tem um tom místico e fantasioso, sendo possível fazer paralelos entre a ficção e os problemas pessoais na vida real, sem sombra de dúvidas o melhor álbum da carreira do Fit For An Autopsy.

Darko US – ONI

A dupla mais aclamada do deathcore atualmente trouxe seu segundo álbum de estúdio esse ano, e superou expectativas. ONI é indescritível musicalmente, traz todas as características principais do grupo e despenca elas de forma agressiva e futurista nos seus ouvintes.

Tom Barber (Ex-Lorna Shore e Chelsea Grin) se destaca com vocais inumanos, que são somados as guitarras distorcidas e dissonantes. É uma preparação para o EP Dethmask Pt. 2 mais que perfeita.

Villain of the Story – Divided

Uma verdadeira joia rara do metalcore, o Villain of the Story também brincou com a dualidade em seu novo trabalho de estúdio, Divided. Antecipado por excelentes singles como Losing Control, Karma e Don’t Go, são oito faixas cativantes, fortes e modernas, com aquele delicioso gosto de “quero mais”.

Secrets – The Collapse

O Secrets retorna com The Collapse, um excelente disco de 12 faixas que mesclam peso, modernidade e a lírica já bastante conhecida pelos fãs. Brincando com nomes curtos e faixas de duração bastante equilibradas, a banda traz a melancolia amorosa e o existencialismo em pauta, num trabalho com pouco mais de 30 minutos ao todo.

Northlane – Obsidian

Mantendo o tom de seu álbum de 2019, Alien, os australianos do Northlane fazem uma performance de cair o queixo. Trazendo instrumentais pesados que casam perfeitamente com as batidas eletrônicas e o vocal mais limpo de Marcus Bridge.

Obsidian desperta diversos sentimentos em todos que o ouvem. É um álbum impecável e sensual, passa por músicas mais animadas, que poderiam até serem tocadas em uma balada, até musicas melancólicas e sentimentais. Mais uma vez inovando e surpreendendo dentro da cena do metalcore, deixando um gostinho gigante de “quero mais”.

L.S. Dunes – Past Lives

O mais novo supergrupo da cena, composto por membros do My Chemical Romance, Circa Survive, Coheed & Cambria e Thursday, chamado L.S. Dunes, estreia com o álbum Past Lives. Com uma sonoridade crescente, o coletivo leva a princípio pós-hardcore sutil para um álbum emo maduro e magistral. As composições caminham na linha entre o sofrimento e o otimismo descarado, com os vocais de Anthony explodindo com fúria, enquanto o resto da banda faz da parte instrumental uma miscelânea enérgica condizente às letras.

AVOID – Cult Mentality

Irreverente, divertido e pesado. A banda AVOID conseguiu unir essas três características e entregar um álbum digno de premiações. A obra é a segunda da carreira do quinteto de Seattle e fez com que eles entrassem no radar de todo mundo da cena.

Com 10 faixas, o álbum segue um storytelling de letras autênticas, que falam desde revoltas pessoais ou com a indústria da música, assim como tratam assuntos sérios como ataque de pânico. Sempre mantendo o astral lá em cima com seus instrumentais. Em resumo, podemos dizer que é um metalcore divertido.

Wry – Aurora

Depois do disco Reviver, WRY se reconstrói. A banda de Sorocaba explora sonoridades e nuances, se afastando do que marcou a sua história. No novo disco, o som vai do post-punk ao reggae e ao dub sem receio de se mostrar poético e enlutado, abertamente politizado, de encarar as mudanças de peito aberto e seguindo firme com suas convicções.

gorduratrans – zera

Em zera, o gorduratrans inicia uma nova fase. O duo carioca encanta e surpreende com o novo trabalho de uma maneira bem crua e direta ao ponto, porém de forma mais amadurecida e pronto para explorar novas possibilidades, tratando crises existenciais, medos humanos e relacionamentos interpessoais.

Deb and the Mentals – Babilônia

Deb and the Mentals mergulha nas músicas em português com Babilônia. Com direito a harmonia de gritos acompanhando, a guitarra do disco é implacável, até que tudo se extingue e lentamente, tomam forma os sons eletrônicos e estáticos, e exatamente da mesma forma como se iniciou, o projeto se esgota. Como mais um ciclo completo.

Set it Off – Elsewhere

Em Elsewhere, o Set it Off entrega 48 minutos de sonoridade extremamente divertida e embalante, enquanto a substância lírica fala sobre vulnerabilidade e expõem sentimentos de maneira leviana e brincalhona, em consonância com a identidade visual do CD – colorida e despretensiosa. É um trabalho  um trabalho desigual e ao mesmo tempo coeso, com o intuito de atingir um público maior e distinto de sua fanbase já estabelecida.

Anthony Green – boom. done.

O título pode soar um pouco extravagante, mas não há muito humor no último álbum solo de Anthony Green, boom, done. Com a luta contra o vício durante a maior parte de sua vida adulta, e, em vez de deixar o isolamento induzido pela pandemia derrubá-lo no pior momento possível, ele usou o tempo de inatividade para criar o trabalho mais recente. Como resultado da capacidade de Green de transformar toda a sua experiência dolorosa e tormento existencial em algo mais do que as 10 faixas, Green resgata sentimentos puros e destilados em melodias etéreas, de forma orquestral e discreta ao mesmo tempo com um quê de tormento mas também de esperança.

hooravanas – Alvorada

Antecipado pelo single Coragem, a banda paranaense hooravanas abriu um caminho totalmente novo para seu disco de estúdio, Alvorada. O trabalho é atmosférico, energético, revigorante e de certa forma, motivador, que flerta muito com o indie rock, shoegaze, jazz e até mesmo o rock progressivo.

Ceano – Bonsenso

Um trabalho intimista sobre amadurecimento pessoal, desejo e busca pela alegria particular. Em seu terceiro disco de estúdio, a Ceano entrega novos elementos sonoros, apontando uma nova roupagem nas músicas do grupo. Bonsenso oferece uma pausa em uma era cheia de imediatismo, correria e energia.

Death Cab For Cutie – Asphalt Meadows

A sonoridade de Death Cab for Cutie se enquadra em um dos dois campos: o indie desconexo do começo da carreira ou os sucessos de arena prontos para o rádio. O 10º álbum do grupo, Asphalt Meadows, combina esses dois modus operandi e reflete, assim, toda a bagagem musical. Embora algumas de suas canções se inclinam fortemente para um estilo ou outro, o álbum apresenta uma identidade, mesmo que paradoxal. As faixas são, de longe, umas das mais pesadas e barulhentas da discografia, e deixa isso claro do início até o fim, onde linhas melódicas de guitarra dão lugar ao lirismo do vocalista Benjamin Gibbard sobre dilemas existenciais.

Palisades – Reaching Hypercritical

A técnica que o quarteto americano traz em Reaching Hypercritical é impecável, apesar de simples. A evolução que a banda mostra em seu quinto álbum de estúdio só nos dá a certeza de que em um mundo cheio de complexidade, o “normal/simples” muitas vezes é o que mais funciona e se destaca. Definitivamente, um excelente álbum para se viciar.

Circa Survive – Two Dreams

Two Dreams é a junção dos dois últimos EP’s A Dream About Death e A Dream About Love. Um álbum intenso, caótico e totalmente inovador, dando um ar ainda mais misterioso para a banda. Cada faixa proporciona ao ouvinte os mais peculiares sentimentos e sensações, com batidas incessantes, clímax pouco sublime e uma pegada evolutiva e distante. Sem dúvida, um dos trabalhos mais complexos já feitos pelo quinteto.