Cherie Amour mostra originalidade e ousadia com Spiritual Ascension

Álbum de estreia de Cherie Amour combina elementos musicais distintos e surpreende com fervor

Capa: Equal Vision Records

Anteriormente ONE LIFE TO LEAD, a Cherie Amour, de Baltimore, mostrou uma nova face com Spiritual Ascension. Essa mudança, no entanto, não envolve apenas a sonoridade da banda, mas também a adição de novos integrantes nela, após a saída de membros anteriores. Os guitarristas Brendan Willis e Casey Reid chegaram com a nova era do grupo, bem como o novo nome dele. 

(Foto: Nick Prezioso)

O álbum abre com Welcome, faixa com efeitos de voz robóticos e rifs suaves de guitarra ao fundo. Nela, Trey Miller, vocalista, fala a frase “It’s time now to embrace destiny and enter the ascension”, fazendo menção ao nome do álbum e dando a largada ao seu verdadeiro início. A seguir, vem On Deck, música que começa com um rap caloroso e, de repente, parte para uma melodia pop-punk frenética. Nela, se dá um gostinho da sonoridade seguida no restante do trabalho. 

Sin City é o primeiro single do álbum. Ele aborda sobre uma decepção amorosa em meio ao uso de sintetizadores que, além de deixar a canção mais autêntica, o domina. No entanto, a música ainda dá destaque para Miller, que sabe exatamente como expressar e combinar sua angústia com a turbulência instrumental dela.

Letting Go é a faixa em que Trey mais aproveita seus vocais. Ele explora seus talentos no rap e utiliza graves intensos no refrão. É um ótimo equilíbrio. Sem contar que, com a batida intercalando entre sons leves e fortes, todos os elementos andam juntos sem demandar muito esforço.

Mind’s Eye e Love’s Not Your Thing são mais contagiantes e trazem a pegada mais elétrica proposta no início do álbum. São faixas com os dois pés no pop-punk, daquelas que começam caminhando devagar e, de repente, entregam um refrão bem marcante e fervoroso. Foi um acerto em cheio colocarem-as em sequência.

God Be a Woman é leve e possui um aspecto mais comercial. Apesar disso, a música não deixa a desejar e traz os elementos frequentemente utilizados por todo o álbum, a diferença é que, aqui, o grupo os suaviza. 

A faixa autointitulada é, basicamente, um compilado do que foi escutado em Spiritual Ascension: Versos de rap, riffs de guitarra, sintetizadores e refrões marcantes. Unir tudo isso funciona e mostra a essência que a banda carrega. É um ótimo dossiê. 

In My Head finaliza o álbum, ela começa com efeitos de voz distorcidos e uma batida mais lenta, porém, em seus últimos segundos, tudo nela fica mais explosivo. É a escolha certa para finalizar a obra. 

Spiritual Ascension mostra a face, ou melhor, as faces que Cherie Amour quer expressar. A banda surpreende em diversas faixas, trazendo a combinação de elementos musicais pouco usada no post-hardcore. Ela é a junção das influências de cada integrante que, por sinal, funciona bem e resulta em algo original. É uma estreia enérgica, que conversa com os ouvintes através das letras sinceras de Trey e do ritmo ardente das melodias. 

Para fãs de: Stand Atlantic, Crown The Empire e Sum 41