Badflower encontra o lado bom de momentos ruins em This Is How The World Ends

Com músicas de tirar o fôlego, o segundo álbum da banda promete fazer o público repensar sobre as situações da vida de uma forma inacreditável

Capa: Reprodução / Big Machine Records

Badflower é uma banda americana de rock composta por quatro integrantes: Josh Katz (vocalista e guitarrista), Joey Morrow (guitarrista principal), Alex Espiritu (baixista) e Anthony Sonetti (baterista). Foi nomeada como Artista da Semana pela Apple Music após lançar seu EP Temper em 2016.

Com melodias de arrepiar, letras melancólicas e um vocal fenomenal, This is How The World Ends chega com tudo! Com 94% de aprovação em poucos dias de estreia, o álbum pode sim entrar para os melhores do ano quando falamos em pop punk. É o segundo álbum de estúdio da banda e já podemos notar que os caras têm muito talento e não estão aqui para brincar.

Não podemos deixar de destacar o poder das melodias desse álbum, que vai de músicas calmas e tranquilas, como em Adolescente Love e She Knows, à gritaria e loucura, como em Stalker. É impossível não sentir diversas coisas enquanto ouve cada batida, cada letra. Todos vão querer cantar e dançar junto com o som no último volume. Absolutamente ninguém esperava que esse álbum seria tão delicioso de ouvir. A surpresa foi certa.

(Imagem: Reprodução / Badflower music)

Quando falamos em música emo, Badflower definitivamente é uma banda que vale a pena acompanhar. Josh Katz disse, em uma entrevista, que está “lutando para ser uma versão melhor de si mesmo”, mas que é “difícil e tudo o que ele sabe é escrever sobre isso.” Então, quando falamos do nome do álbum, logo pensamos em algo mais apocalíptico, mais destrutivo, mas não é bem assim.

This is How The World Ends é mais introspectivo, mostrando as falhas das pessoas de um jeito “positivo”; falando sobre autodepreciação e aceitação de uma forma mais despojada. A mensagem que podemos tirar dele é “cada pessoa é de um jeito e, quando falamos das falhas, bom… Elas tornam você quem você é e isso é lindo”.

Falando sobre a última música do álbum, My Funeral, porque é uma música que, apesar de ter um nome mais melancólico, a melodia faz com que viajemos para bem longe. É a música que todos vão querer ouvir sem parar por muitas semanas – poderiam, por favor, tocar essa no meu funeral? – “Imagine if I took my life, gave up on love and died tonight. I wonder who would cry for me.”

O choro aqui é mais do que livre. Mas, a letra não é tão triste quanto parece. É linda, na verdade. Não só pela forma simples e sincera que eles falam sobre a morte, mas como ela pode ser vista de outro modo: as coisas boas que podem acontecer através de um suicídio. “There’s so much hate I wish to fight. So much here to keep myself alive”. É apenas um garoto ponderando as boas consequências de sua própria morte. Então o que podemos fazer é ouvir e relaxar; deitar em um rio e flutuar para longe com essa faixa extraordinária.

(Imagem: Reprodução / Instagram)

Machine Gun fala sobre um garoto que não queria ter se alistado ao exército. As guerras, o caos, as armas, nada daquilo fazia parte dele e não fazia sentido o obrigarem a se alistar se aquilo não era seu sonho. “This is how the world ends. This is how they suck you in. Manipulate the broken to suffer every consequence”. Quem nunca foi obrigado a ser ou a fazer algo que não queria, só porque achavam que aquilo era certo?

Don’t Hate Me é autodepreciação pura, o que todo emo ama de paixão. Ela fala sobre um garoto obcecado por alguém, que não consegue superar e faz de tudo para parecer o novo cara que a garota está a fim. A gente vê muito isso na cena, né? – “I heard you started dating the singer from that emo band. What if my band was more like their band?” – e o refrão incrível – “Don’t hate me. Don’t hate me more than I hate myself. Don’t let me destroy me. Don’t hurt me more than I hurt myself”. O que mais vemos no pop punk é amor não-mais correspondido e a falta de superação. Quem nunca? A melodia vai fazer todo mundo querer dançar, isso não há dúvidas.

Only Love tem um toque especial de todo o instrumental. A batida é sensacional e vai fazer todo mundo pirar e gritar “I’M DYING, I’M STARVING”. A letra fala sobre o que o amor e o coração partido fazem com alguém. O que a saudade da pessoa amada faz com quem não consegue superar. “It’s only love. It’s not like I’m missing part of me”.

She Knows tem uma melodia tão bonita, tão calma e relaxante, que faz o público cantar e rodopiar, viajando para bem longe. E, dessa vez, a letra é triste. A faixa fala sobre traição e, sim, ela sabe disso, mas ele a ama e não quer perdê-la. “Sometimes I get scared, but I’m faithful, I swear. I’ve made mistakes but I know I can change. Still I lay awake ‘cause I lie to her face”.

Stalker é a música mais pesada do álbum, tanto em melodia quanto pela letra. É fenomenal. A batida, a guitarra, os gritos do vocalista. É o puro caos que o emo gosta. A música, aparentemente, fala sobre uma rixa entre um garoto e uma garota – ela, feminista e ele, um incel – “Kill all men isn’t that your mantra? Feminist bitch, here let me fix it for you. Kill all boys and kill all girls. Kill myself and kill the western world!” E aquele “eu sou um merda, um show de horrores e f***-se!”. A faixa mais animada e louca do álbum e é impossível não gostar dela.

Family é uma das faixas mais bonitas e com uma melodia maravilhosa. O vocal está impecável, e é uma daquelas músicas que começam bem calminhas e depois explodem com guitarra e bateria. Ela vai fazer todos se sentirem infinitos, imortais. Vai trazer aquela elevação momentânea que todos procuram em cada música. E é impossível não ouvi-la várias e várias vezes no mesmo dia. A letra é triste e mostra a realidade de muitas pessoas – a ovelha negra da família, que decepciona todo mundo por ser diferente, que não demonstra amor e não entende o que aconteceu. “’Cause I let you down. And I lost my fucking mind. Then everything got messy. And everyone got angry”. Não tem como não amar essa faixa. E não é atoa que o clipe tem 1M de visualizações no Youtube.

Fukboi é uma das músicas mais animadas do álbum, curtinha, mas que com certeza vai ganhar o coração do público. A típica faixa que não pode faltar nos shows, sabe? Muita guitarra, bateria e agitação. Vai fazer todos voarem muito alto. “Good luck, fukboi. No one’s rooting for ya” – A letra fala sobre um típico garoto da Califórnia que acha que pode ser famoso e ganhar o mundo sendo uma pessoa totalmente falsa, fazendo merda e vivendo a vida adoidado. Boa sorte!

Adolescent Love – o nome já diz tudo. A primeira música do álbum é calma, toda no violão. Fala sobre o amor adolescente, a inocência, a primeira experiência de amar. “The heartbreaks and the romances will come. But adolescent love is a violent one”. Impossível não sei apaixonar por essa faixa. O álbum definitivamente começa e termina muito bem!

Badflower veio com tudo, mostrou personalidade e um posicionamento na cena que não víamos há muito tempo. Essa geração promete e os emos agradecem!

Para fãs de: Green Day, Royal Blood e Palaye Royale.