The Interrupters mostra seu lado ousado com In The Wild

The Interrupters explora seu lado sensível com álbum dançante e agitado, o In The Wild.

Capa: Hellcat

No Doubt, Rancid e Sublime são grandes sucessos do ska-punk, gênero musical que se popularizou na década de 80. Na cena atual, um dos grandes responsáveis por representar esse estilo é o The Interrupters, grupo de Los Angeles, formado em 2011. 

Em In The Wild, novo e quarto álbum de estúdio da banda, o ska-punk se mantém vivo. Nele, o quarteto é mais ousado e autêntico em comparação aos seus outros trabalhos. Isso não só em sua composição rítmica, como também na melódica.  

(Foto: Jimmy Fontaine)

No álbum, Aimee Allen (vocalista) se reencontra com os tons delicados de suas composições já apresentados no primeiro álbum do grupo. A diferença é que, aqui, eles são mais aproveitados e explorados.

Esse fator fica claro logo na abertura do álbum, com Anything Was Better, música que aborda sobre uma volta por cima dada após uma recaída. Para deixá-la ainda mais emocionante, Kevin Bivona (guitarrista) intercala entre acordes efervescentes e calmos à medida que ela chega perto da ponte, o que, notoriamente, traz peso para a faixa.  

Em seus trabalhos anteriores, The Interrupters teve Tim Armstrong, vocalista de Rancid, como produtor. Em In The Wild, no entanto, essa posição foi passada para Kevin. Mas, isso não significa que Tim ficou totalmente de fora, já que sua colaboração em As We Live é um dos ápices do álbum. Dançante e animada, a música mostra muito do que está por vir com as próximas e, ainda, conta com a participação de Rhoda Dakar, de The Bodysnatchers. 

Raised By Wolves também vale menção. A música é, de longe, a mais pesada e profunda desse álbum. Isso porque ela aborda sobre a infância difícil de Aimee e sua relação com o pai. Além disso, é uma canção ritmicamente bem conduzida. Ela possui batidas e acordes marcantes que ficam cada vez mais fortes conforme a faixa vai chegando ao fim. É o tipo de música que proporciona um mix de sentimentos em poucos minutos.

In The Mirror, Jailbird e The Hard Way provam o lado dançante do álbum. Elas se complementam e dão aquela energia necessária para seguir o dia. Em contraponto, há Kiss the Ground, Burdens e Love Never Die, faixas mais calmas que mostram um pouco da influência do reggae sobre a banda.

Alien fecha o disco de forma sensível e bonita. É difícil de imaginar um álbum tão enérgico finalizar com uma música tão delicada como essa. Mas, por mais surpreendente que seja, não deixa de ser uma ótima escolha. A canção conta sobre como é tentar se encaixar quando não se é aceito. Seus ritmos são mais calmos mas, ainda sim, não deixam de passar o que o álbum quer transmitir.

The Interrupters mostra autenticidade não só nessa faixa, bem como em todas as outras. O grupo conseguiu explorar tudo o que já havia citado em seus trabalhos anteriores e é por isso que In The Wild é tão valioso. Ele é ousado e sem filtro, de forma que aborda temas mais difíceis de serem contados junto a um ritmo agitado que contagia e, ao mesmo tempo, comove. Ele também é arriscado, mas vale cada minuto que possui.

Para fãs de: Rancid, Goldfinger e We Are The Union