Nova fase do Simple Plan terá pop punk, música boa e retorno ao Brasil em 2023

Baterista Chuck Comeau concedeu uma entrevista exclusiva ao Downstage

Arte: Munique Rodrigues / Downstage

Prestes a lançar seu sexto álbum, o Simple Plan tem colhido bons frutos depois de uma longa seca: foram seis anos desde seu antecessor, Taking One For The Team, passando por uma pandemia, a saída do baixista David Desrosiers e o aniversário de 20 anos de seu primeiro álbum, No Pads, No Helmets… Just Balls!. Mesmo com fatores que poderiam abalar outras bandas, Chuck Comeau, o baterista da banda já adianta, em entrevista ao Downstage, que o grupo segue dedicado em fazer o que sabe de melhor para Harder Than It Looks, em 6 de maio: muito pop punk e música boa.

(Foto: Anna Lee)

Para Chuck, o clima atual do quarteto é de muita animação. Nesse pré-lançamento do álbum, a banda já divulgou três faixas – e obteve resultados positivos entre os fãs –, e marcou uma série de shows para o resto do ano (incluindo uma turnê com Deryck Whibley do Sum 41, com quem lançaram uma música recentemente).

Acima de tudo, o músico explicita sua gratidão por ainda poder viver momentos como esse em mais de vinte anos de estrada: “É engraçado porque ao mesmo tempo que parece que faz muito tempo que lançamos nosso primeiro álbum, também parece que foi ontem. A sensação que temos é que somos muito privilegiados de estarmos prestes a lançar um álbum e ainda ter pessoas que gostem e se importem com o que fazemos e que ainda se identifiquem também com nossas músicas antigas. É muito gratificante.”

Enquanto o álbum novo não sai, três singles imponentes já deram as caras com a assinatura do Simple Plan. The Antidote traz o clássico eu-lírico de letras fortes sobre apoio emocional, base sólida do grupo; Congratulations tem o pop punk enérgico e catártico que se faz presente em todos os álbuns e Ruin My Life, com Deryck Whibley, é uma parceria que deixou os fãs antigos do gênero em êxtase.

A colaboração em Ruin My Life surgiu de uma vontade antiga da banda, que há anos conversavam sobre a possibilidade de uma turnê juntos. “A iniciativa partiu de nós. A gente procurou o Deryck para gravar essa música porque era  uma ideia muito antiga nossa. Foi ótimo porque o Sum 41 é uma banda que tem um arco de carreira muito parecido com o nosso, eles começaram por volta da mesma época que a gente, temos fãs em comum e agora vamos fazer tudo isso,” conta Chuck.

Sobre The Antidote e Congratulations, o baterista afirma que as músicas foram escolhidas a dedo para serem lançadas previamente, e que elas representam muito bem o que os fãs podem esperar do próximo álbum. “Ficamos entre seis músicas para esse momento, mas acabamos por decidir em lançar essas porque acreditamos que elas resumem perfeitamente o momento atual da banda. São uma ótima janela para o Harder Than It Looks. O próximo single que vamos soltar (Wake Me Up (When This Nightmare Is Over), em 8 de abril) também é super especial e diz muito sobre o disco,” adianta.

Um novo momento 

(Foto: Anna Lee)

Desde o Taking One For The Team, o último lançamento do Simple Plan em 2016, muita coisa mudou no cenário do pop punk. De uma época em que o gênero havia se restringido a fãs mais fiéis que não abandonaram o gênero mesmo depois do auge, agora se observa uma volta aos holofotes com uma versão moderna trazendo nomes como Machine Gun Kelly a volta de grandes nomes do início dos anos 2000 para a grande mídia, como Avril Lavigne e Travis Barker. O que poderia ser um renascimento do estilo para alguns, também respingou no quarteto e a banda viu seu primeiro single, I’m Just a Kid, retornar às paradas após uma trend com a música, que começou no TikTok, fazer a banda alcançar novos ares. 

Sobre uma possível influência do pop punk moderno nas músicas, Chuck esclarece: “o álbum está pronto há dois anos, não tínhamos como saber que isso aconteceria. Para nós, é muito mais uma questão de fazer o que gostamos. Queríamos fazer algo que reconectasse com o som clássico do Simple Plan. É muito louco ver isso tudo acontecendo dois anos depois e eu acho que acabou sendo uma cronometragem perfeita. Estamos esperançosos que com essa tendência novas pessoas possam também se conectar com nossa música,” explica Comeau.

(Foto: Anna Lee)

Com novos fãs, novos nomes na cena e a chance de estourar novamente, Chuck ainda adiciona que, para eles, tocar esse tipo de música vai muito além do sucesso. “A gente nunca parou de amar e tocar esse estilo, mesmo quando nos disseram lá atrás que ele não duraria muito, e já estamos aqui há 20 anos. Eu acredito que isso tem muito a ver com o fato que são músicas cheias de energia, sinceras e divertidas, e isso sempre vai ter um lugar para se conectar com as pessoas, mesmo que às vezes não toque em rádios ou não esteja tão popular.”

Por fim, o baterista conta estar animado para que os fãs possam conhecer o trabalho que está no forno e voltar aos palcos com músicas novas. Agora em turnê pelo México, a banda, que é conhecida por suas passagens de shows calorosos e com casas lotadas no Brasil, também não vê a hora de retornar ao país.

A expectativa é que, em breve, os fãs brasileiros poderão se reencontrar com o Simple Plan por aqui: “fazer shows no Brasil é sempre um dos pontos mais altos para nós, por isso mal podemos esperar para voltar. Com toda a questão da pandemia fica difícil ainda definir datas exatas, mas nossa previsão é que em 2023 estaremos no Brasil com o álbum novo,” finaliza Chuck.