Pra ficar de olho: o metal alternativo do Ballburya  

Arte: Carol Moraes / Downstage

Para os fãs de Metal, uma dica para ficar de olho: lançando o seu terceiro single na última sexta-feira, Ballburya vem para mostrar que vai compor o cenário nacional, com influências de System of a Down e um som pesado e alternativo.

Ballburya é formada pelo quinteto de São Paulo e surgiu em 2019 com os guitarristas Victor Silva e Luiz “Mike” Santana e Catharina Moraz nos vocais, em outra outra banda com um som mais emo. Mas foi só nesse ano, com a adição de Gabriel Carvalho no baixo e, posteriormente, Ruan Cezar na bateria, que a banda garantiu o lançamento dos dois singles, Red Gemstone, em outubro, e Severance, no dia 26 de novembro. 

“Quando ficamos só eu, o Victor e a Catharina na banda, nós resolvemos recomeçar. Como nós três gostávamos muito mais de um som alternativo, muito mais de uma sujeira e não tão emo, nós mudamos o nome da banda e começamos do zero” explica Mike.

Do nome, a banda tem como inspiração a própria ideia de balbúrdia para a banda e a vontade de fazer um metal abrangente: Os lançamentos mostram que a banda se inspira em outros nomes como System of a Down, mas que também vai fundo nas mais diversas influências musicais.

Isso acontece porque o background musical do quinteto é muito diverso: Victor tem influências de um metal mais agressivo, Gabriel de hard rock clássico, Catharina de música brasileira, Mike de emo, Ruan de rock progressivo, mas onde todos se encontram é no estilo do Ballburya. O baterista, Ruan Cezar, conta que foi para São Paulo estudar  jazz e música brasileira, e que não imaginava que entraria numa banda de metal. 

“Eu sempre gostei de metal, mesmo que de outros estilos, mas estava há quase dois anos sem ouvir metal pelas demandas da faculdade. “Quando eu recebi uma música deles, por causa da demanda de um baterista, eu ouvi quinze segundos e falei para o meu amigo: pode mandar o meu contato,” conta Ruan.

As influências da banda ficam claras quando se pensa nos lançamentos desse ano. Red Gemstone e Severance tem um mix de um som pesado, refrões mais lentos, riffs de guitarra marcantes e os vocais poderosos de Catharina. O eu-lírico da música não passa despercebido, mesmo em meio ao ambiente de “balbúrdia” criado pela banda em suas músicas.

Sobre esse eu-lírico, Catharina explica que a banda procura inspirações para as letras de situações cotidianas, sejam elas pessoais ou do contexto geral em que vivem. Red Gemstone fala de família e brasilidades, enquanto Severance é sobre polarização e alienação política.  “A Catharina escreve mais as letras, mas nós trabalhamos juntos com sugestões. O Mike vem mais com a parte instrumental. Ele é o cabeça de riffs, vive pensando em riffs. Nós discutimos o resto e vamos dando pitaco até ficar bom” brinca Victor.

Mike explica que a gravação dos singles foram feitas em casa, e que estão muito ansiosos para  poder levar novas ideias de forma mais profissional ao estúdio.  “Gravamos em um cômodo improvisado que era o banheiro, mas que demos um jeito de fazer funcionar para gravar. Gravamos as vozes e os instrumentos, a bateria foi adicionada com software depois (Ruan ainda não estava na banda)”. E Ruan completa: “O legal é que agora vou poder dar o meu toque nas próximas músicas que iremos lançar.” 

O quinteto está agora em estúdio produzindo o seu primeiro álbum, e promete trazer, muito em breve, mais do seu trabalho ao mundo.  “O estúdio entrou em contato com a gente de volta na época da nossa banda antiga. Ficamos um ano nesse processo durante a pandemia. Agora que temos a formação completa com o Ruan, vamos gravar,” finaliza Mike.