De Doncaster para o mundo: Conheça Yungblud

Em meio ao pop-punk e o caos, Dominic Harrison é uma das atrações do Lollapalooza 2023

Arte: Inaê Brandão / Downstage

Yungblud, ou Dominic Harrison para os íntimos, se apresenta no segundo dia do Lollapalooza 2023, sábado (25). Destaque na cena pop-punk atual, o cantor possui três álbuns e um EP, onde mostrou versatilidade e energia, junto a seus medos, inseguranças e vivências.

Para conhecer melhor o YB e, quem sabe, curtir seu show ao máximo no festival, o Downstage preparou um especial do artista, discorrendo-o com base em sua discografia e história. 

De Doncaster para o mundo

(Foto: Samantha Harrison)

Dominic Richard Harrison nasceu em cinco de agosto de 1997, em Doncaster, na Inglaterra, onde morou com seus pais e sua irmã até iniciar sua carreira. Seu primeiro contato com composições foi aos 10 anos de idade e hoje, aos 25, o artista já possui diversos singles, sendo alguns deles com colaborações de artistas bastante conhecidos, como: Avril Lavigne, Travis Barker, Machine Gun Kelly, Halsey, WILLOW, Bring Me The Horizon e Dan Reynolds, do Imagine Dragons. 

Seu primeiro single foi King Charles e após ele vieram mais dois, sendo eles I Love You, Will You Marry Me e Tin Pan Boy. Mais tarde, o segundo deles serviu de entrada para a composição do seu primeiro álbum de estúdio, o 21st Century Liability.

21st Century Liability

(Capa: Geffen Records)

A estreia de Yungblud foi marcada pelo álbum 21st Century Liability, em 2018. Nele, o cantor conta sobre suas inseguranças de forma mais sucinta, dando aquele ar de “há mais por vir” e, realmente, havia mesmo. A capa do disco se complementa a isso, visto que, nela, o cantor está com braços e pernas amarradas, o que também é uma analogia para mostrá-lo aprisionado pelos seus próprios medos. 

Além disso, 21st Century Liability explora um pouco sobre as opiniões do cantor sobre os jovens em meio a sociedade, mais especificamente, sobre como são tratados. Anarchist, Psychotic Kids e Machine Gun (F*ck THE NRA) abordam sobre a juventude mentalmente doente e como são vistas pelo mundo. YB, por sua vez, se inclui nela, o que deixa as músicas e o álbum em si ainda mais sentimental.

No entanto, isso havia sido apenas o começo. Sua preocupação com a juventude e causas sociais foi provada, a todo vapor, no EP que veio a seguir, o the underrated youth.

The underrated youth 

(Capa: Geffen Records)

O single mais conhecido do cantor, Parents, foi responsável pela abertura desta nova era. Aqui, Yungblud deixa transparecer mais suas opiniões e seus medos. Com a primeira música para a divulgação do EP, o cantor foi direto e, até, explícito, se mostrando cansado e fazendo críticas sobre como os pais lidam com os seus filhos e com a modernidade. “Minhas grandes esperanças estão ficando baixas. Porque essas pessoas são tão velhas. A maneira como eles pensam sobre tudo. Se eu tentasse, eu nunca saberia”, YB canta em Parents.

Para dar continuidade e, até mesmo, para complementar sua fala, o artista lançou o single hope for the underrated youth, onde ressalta que os jovens oprimidos por ser quem são terão sua vitória e devem ter esperança. 

Neste EP, ele demonstra apoio à causas sociais e políticas. Além disso, o cantor destaca a importância dos cuidados com a saúde mental dos jovens. 

Sendo mais intimista, Dominic usa casual sabotage para falar mais de si. Nesta faixa, em específico, ele usa sua voz para falar mais dele e não para dar voz aos outros, como fez no restante do EP. Aqui trata-se dele, de como ele se sabota em meio a tantos sentimentos, de como ele se sente em meio a sociedade. 

Ademais, Yungblud dá continuidade em sua discografia seguindo os passos de casual sabotage. Weird! chega como o início de uma carta aberta e intensa sobre como o cantor se enxerga e se reconhece. Além de que, mostra mais das vivências do cantor, por si só.

Weird! 

A representação da capa de 21st Century Liability começou a fazer mais sentido após o lançamento de weird!, em 2020, onde YB quis mostrar cada parte de sua personalidade, criando diversos personagens que, em questão, se coligam com uma ou mais faixas do álbum. Esses dois espectros apresentam dois lados: O primeiro mostra Yungblud preso e atormentado e, o segundo, mostra-o livre e disposto a apresentar mais de si. Com isso, também, Dominic mostrou versatilidade e coragem para trazer mais identidade para seus seguintes trabalhos.

Na capa de weird!, há todos esses personagens que, de certa forma, são uma parte da personalidade do YB. Há contrastes entre as músicas que, também, deixam esse fator claro.

Além disso, o disco foi lançado em período pandêmico, assim, Dominic aproveitou para dizer como estava se sentindo em meio a quarentena. “Não destrua seu cérebro, vai ficar tudo bem. Estamos em um momento estranho da vida”, YB canta em weird!.

Aqui, o cantor também demonstra apoio a comunidade trans com a música mars. Ela, em questão, conta a história de uma fã de YB, que é transsexual e que, por um  momento, não foi aceita pelos pais. Porém, isso muda após eles levarem-a a um show de Dominic, onde ela retrata que havia muitas pessoas iguais a ela. Depois disso, seus pais passaram a aceitá-la, a tratando com mais amor e conhecendo, também, seus amigos pertencentes a comunidade LGBTQI+. Essa história comoveu o cantor e o motivou a escrever a canção.

Por outro lado, Yungblud também surpreendeu com a faixa love song, a qual foi sua primeira canção de amor. Ele também testou novos ritmos com the freak show, a qual ele se inspirou na música Bohemian Rhapsody, do Queen para sua produção. Nela, ele utiliza diversos estilos sonoros diferentes, o que destaca a faixa das demais.

Optando por se abrir ainda mais, YB dá continuidade a essa jornada com álbum autointitulado, onde mostra mais sobre seu lado vulnerável e suas inseguranças de forma clara, assim como deu início em weird!.

YUNGBLUD

Foto: Geffen Records

Mesclando o punk com o dance-rock e rock alternativo, o cantor lançou o YUNGBLUD, seu mais recente trabalho de estúdio. Aqui, ele continua abordando sobre seus sentimentos e como se sente em meio a nova geração. “Eu prefiro queimar vivo. Eu quero uma vida melhor, eu quero uma vida melhor, eu quero uma vida melhor. Porque eu sei que não quero fazer o que as crianças cruéis fazem” YB canta em Cruel Kids.

O disco possui bastante influência do rock alternativo dos anos 80. A faixa The Funeral, Sex Not Violence e Tissues exploram esse gênero de maneira ardente, o que diferencia esse trabalho dos anteriores. 

Ademais, o álbum intercala entre músicas mais calmas também, o que já é comum em sua discografia: Em 21st Century Liability, há Polygraph Eyes, já em weird!, há it’s quiet in beverly hills e, por fim, em YUNGBLUD Sweet Heroine.

Em turnê mundial para promover o novo disco, o Yungblud passará pelo Brasil, como mencionado anteriormente, no segundo dia do Lollapalooza 2023, sábado (25) e em seu solo no Lolla Party, que acontece no Cine Joia, em São Paulo, no dia 23 de março, quinta-feira. Os ingressos já estão disponíveis no site da Tickets For Fun e nos pontos de venda da produtora.