Growing Up: The Linda Lindas mostra maturidade em álbum de estreia

A banda estreia com 10 faixas que alternam entre energéticas e melódicas

Capa: Epitaph Records

As coisas estão acontecendo muito rápido para as garotas da banda The Linda Lindas, que fizeram sucesso há cerca de um ano após uma apresentação gravada na escola viralizar na internet. Agora, as meninas acabam de lançar o seu primeiro álbum, que já se destaca pela excelente produção e pelas referências do punk feminista, o Riot Grrrl.

As jovens ficaram famosas e atraíram a atenção de bandas, produtores e gravadoras com a música Racist, Sexist Boy, que fala sobre um garoto que reproduziu falas racistas contra uma das integrantes. A canção mostra que a banda estava disposta a ser punk não só na sonoridade, como também nas letras politizadas.

(Foto: @abaxley)

Batizado de Growing Up, nome da faixa lançada como single neste ano, o primeiro álbum da carreira da The Linda Lindas conta com 10 músicas que alternam entre manifestações políticas, sobre ser adolescente e também sobre um gato chamado Nino.

A faixa que abre o álbum é Oh!, lançada como single em 2021, trazendo um refrão que gruda na cabeça e nos fazer batucar na mesa. Em seguida vem Growing Up, um pouco mais melódica e com uma letra mais profunda sobre a adolescência. A faixa foi produzida pelo pai de Lucia e Mila de la Garza, Carlos de la Garza, que já trabalhou com bandas como Paramore, Best Coast e Bleaches, fato que, sem dúvidas, influenciou o gosto musical das jovens.

Na sequência, Talking to Myself segue no mesmo ritmo, sendo uma das mais calminhas do álbum. O punk em si se mostra mais presente mais uma vez em Fine, que conta com uma letra de protesto que diz que não, não está tudo bem, mesmo que digam o contrário. Se mantendo no mesmo ritmo “cru” e acelerado, a faixa seguinte é Nino,  sobre um gato matador de ratos e camundongos.

Why chega mais melódica e arrastada, mas com refrão dançante, e o espanhol se mostra presente em Cuántas Veces, que traz ainda um ritmo que destoa do restante do álbum, se apresentando como um rock alternativo latino. Remember e Magic são as últimas canções mais melódicas do álbum antes do fechamento com Racist, Sexist Boy, um punk mais carregado de protesto na sonoridade e letras.

The Linda Lindas começam a carreira com um ótimo álbum de estreia, alternando em um estilo que pode agradar aos fãs de bandas mais clássicas do gênero, como Bikini Kill e Le Tigre, e também a quem está acostumado com  uma sonoridade mais melódica.

O grupo pode abrir portas para o surgimento de mais bandas do gênero que nunca deixou de ser político, consequentemente sendo necessário. The Linda Lindas mostra que é possível explorar o gênero trazendo modernidade sem deixar o clássico para trás.