YUNGBLUD usa do dance-rock em meio a explosão e calmaria em autointitulado 

De Doncaster, Dominic Harrison fala de suas maiores inseguranças em álbum retrô

Capa: Universal Music

Desde o início de sua carreira, YUNGBLUD sempre mostrou apreço por pautas sociais. Isso ficou claro com 21st Century Liability, primeiro álbum de estúdio do cantor. Em Weird!, ele prova esse fator mais uma vez, a diferença é que, aqui, ele mostra mais de si mesmo. 

Com YUNGBLUD, Dominic Harrison continua de onde parou com seu último álbum. No autointitulado, ele aborda cada vez mais sobre suas emoções e como se sente em meio à nova geração. Saindo um pouco do ska e punk, gêneros que predominaram em seu primeiro trabalho, o YB, para os íntimos, decidiu se aproximar mais do rock alternativo, o que já havia sido notado com Weird!.

O álbum abre com The Funeral, o primeiro single lançado. Ele é agitado e lembra muito o dance-rock dos anos 80, principalmente a sonoridade do Billy Idol. Nele, Harrison conta sobre suas inseguranças, como se estivesse fazendo uma carta aberta. É um ótimo pontapé inicial, já que a faixa mostra o gostinho do tom que vai ser seguido no restante da obra.

Em seguida, Tissues, quarto e último single do álbum, segue no mesmo ritmo. Na música, YUNGBLUD expressa suas dores causadas pelo amor, e com a batida de Close To Me, do The Cure, isso fica mais intenso e enérgico. Em Memories, segundo single, essas dores continuam, e com mais gritos. A voz de WILLOW e de YB, apesar de diferentes, combinam perfeitamente e permeiam a batida caótica constante da música de forma cada vez mais agressiva e envolvente.

Cruel Kids segue um caminho mais calmo, mas ainda sim prossegue abordando sobre inseguranças de Dominic. O cantor fala sobre como quer ser diferente dos demais e como quer ter uma vida melhor, repetidas vezes. Ressaltando vulnerabilidade, ela é, provavelmente, a música que o cantor se envolve mais com a melodia, sendo a mais honesta do álbum. A faixa vai ficando mais transparente e agitada conforme chega ao fim, o que deixa seus sentimentos mais explícitos. 

(Foto: Tom Pallant)

Após o sucesso de Love Song, em Weird!, YUNGBLUD resolveu arriscar mais em canções românticas. Sweet Heroine é a prova disso e foi dedicada para a namorada dele, Jesse Jo Stark, também cantora. Ela é doce e sincera, além de valorizar bastante a voz de Harrison. 

Em controvérsia, Mad, I Cry 2 e Don’t Go ficam mais no mesmo, YB parece ficar mais na zona de conforto em cada uma delas. O que realmente chama a atenção entre esse compilado, é Sex Not Violence. A relevância do dance rock aqui é notável e, com as batidas frenéticas e o uso cuidadoso do teclado e do sintetizador, ela se torna cada vez mais forte. É o tipo de música que facilmente estaria na trilha sonora de uma série retrô. 

Don’t Feel Like Feeling Sad Today, terceiro single, e The Boy In The Black Dress trazem críticas políticas e aos rótulos de gêneros, seguidamente. Elas lembram as composições de seu primeiro trabalho e do EP the underrated youth, visto que, além trazer representatividade aos jovens, YUNGBLUD também se inclui nas letras. As duas são um prato cheio para os fãs.

YB continua com o que começou a expressar em Weird!. Ele intercala entre euforia e calmantes fazendo bom uso do dance-rock, mas não dá grandes passos. Está longe de ser o seu melhor trabalho, mas, apesar disso, ainda é uma boa aposta. YUNGBLUD, apesar de não ir muito além no caminho que trilha, traz um clima contagiante, explosivo e nostálgico em 12 faixas. 

Para fãs de: jxdn, Palaye Royale e Waterparks