Como o Slipknot criou um dos festivais mais importantes da música pesada

Acontecendo anualmente em diferentes lugares do globo, o Knotfest se consolidou como um dos principais festivais da música pesada atual

Capa: Ana Castanho / Downstage

O Slipknot se tornou um dos nomes mais relevantes da música pesada ao longo dos anos. A banda formada em Des Moines, Iowa, em 1995, se tornou um dos principais nomes do nu metal, gênero em ascensão na época que tinha como uma de suas principais características a mistura de hip-hop com metal.

(Foto: Jonathan Weiner)

Com o lançamento de seu disco autointitulado, em 1999, a banda logo se firmou como um dos nomes mais promissores da cena, com sua sonoridade pesada, caótica e totalmente agressiva. Os nove integrantes, todos mascarados e representados por números, eram extremamente criativos e insanos em cima dos palcos.

Com o passar dos anos, o Slipknot foi ganhando cada vez mais espaço na música pesada, lançando discos que são considerados clássicos hoje em dia, como o brutal Iowa (2001) e o Vol. 3: The Subliminal Verses (2004), montando um repertório cheio de hits e se tornando headliners de grandes festivais.

O início da experiência Slipknot

Em junho de 2012, o Slipknot deu mais um grande passo em sua carreira anunciando seu próprio festival, o Knotfest. O evento aconteceu nos dias 17 e 18 de agosto, nas cidades de Council Bluffs e Somerset. Desde sua primeira edição, o festival já contou com experiências que iam além dos shows. O local oferecia uma uma experiência sombria com tendas de circo, pilares de fogo, parque de diversões, paredes grafitadas e muitos outros detalhes únicos.

O line up da primeira edição contou com o Slipknot como headliner dos dois shows. As bandas Deftones, Serj Tankian, Prong, Lamb of God e Machine Head também tocaram nos dois dias de festival, com as bandas The Urge e Dirtfedd completando o line up do dia 17 e as bandas The Dillinger Escape Plan, Gojira, Cannibal Corpse e Disconnect Hardcore no dia 18.

A segunda edição do Knotfest aconteceu em 2014, na Califórnia e também no Japão, e desde então o festival se tornou anual. O Knotfest já aconteceu em diversos lugares como México, Japão, Colombia, Los Angeles, França, Canadá, Alemanha e Finlândia. O evento já fez parcerias com outros grandes festivais, como o Ozzfest (Ozzfest meets Knotfest), Hellfest (Knotfest meets Hellfest) e Forcefest (Knotfest meets Forcefest).

Edições que merecem destaque

Indo para o oriente, em 2014, tivemos a primeira edição do Knotfest Japan, contando com bandas como Limp Bizkit, Lamb of God, ONE OK ROCK, Coldrain, Crossfaith, In Flames e Amon Amarth, a edição rolou nos dias 15 e 16 de novembro daquele ano e contou com uma line-up invejável de bandas regionais e internacionais.

Em 2016 tivemos o retorno à terra do sol nascente, mantendo certas bandas como Lamb of God e In Flames e adicionando outras como Issues, A Day To Remember, Disturbed, Deftones, The GazettE e Crystal Lake, tendo uma das lines mais coerentes com o som dos gigantes do Slipknot e novamente balanceando muito bem entre as bandas regionais e internacionais.

Com o grande sucesso das duas edições anteriores, o festival tinha uma missão árdua de manter o hype e a qualidade no ano de 2020. Com sold out no segundo dia de festival durante as pré-vendas e nomes como Babymetal, Korn, Trivium, Fear, And Loathing in Las Vegas e Anthrax  já confirmados, era basicamente garantido que seria uma das melhores edições do festival já vista. Entretanto, com a chegada da pandemia, o festival acabou sendo adiado algumas vezes e, até então, está previsto para acontecer em 2023, ainda sem nomes confirmados.

Voando agora diretamente para a América latina em 2019, era esperado a maior edição já vista no México, com nomes como Behemoth, Evanescence, Godsmack, Chelsea Grin, Bullet For My Valentine, Papa Roach, Of Mice & Men e a estreia da banda brasileira Project46 no Knotfest. A antecipação para os dois dias de festival era incessante e intensa.

Contudo, chegando ao fim do primeiro dia, após o show do Behemoth, o caos se instaurou. As barricadas haviam sido derrubadas pelos fãs e os instrumentos das bandas Evanescence e Slipknot foram completamente destruídos antes de seus respectivos shows, tirando a possibilidade das bandas tocarem. Apesar da confusão, o segundo dia do festival seguiu seu cronograma normal com Godsmack como headliner.

O que esperar da primeira edição brasileira?

 Após um ano de adiamento, finalmente está batendo na porta a primeira edição nacional de um dos maiores festivais de metal já criados, e o hype é inevitável.

Justamente por ser a primeira vez em terras tupiniquins, há muito o que se esperar do poderoso Knotfest e, apesar de ter apenas um dia de festival, a edição conta com nomes de peso como Judas Priest, Motionless In White, Bring me The Horizon, Pantera, Trivium e Sepultura.

Grande parte dessas bandas não vem ao brasil desde bem antes da pandemia, como por exemplo o MIW, que veio a última vez em 2015 e Trivium que veio somente em 2012. Já no caso dos veteranos do metal, o Pantera, se apresentou pela última vez em terras brasileiras em 1995 e está agora fazendo uma reunião depois de mais de 20 anos sem tocar com a presença de Zakk Wylde na guitarra, tornando altas as expectativas pelo show.

O festival terá dois palcos e uma enorme variedade de coisas para fazer. Dentro do sambódromo do Anhembi teremos desde as barraquinhas de comida e merch, até um museu da história do Slipknot, além de um telão para transmitir a final da Copa do Mundo para os fãs de futebol.

Fora do festival algumas das bandas irão realizar shows extras, como Trivium no dia 14 no Cine Joia em São Paulo, Judas Priest e Pantera se apresentam juntos no dia 15 no Vibra e BMTH com Slipknot no Rio de Janeiro.  Também em São Paulo, Bring Me The Horizon e Motionless In White tocam no dia 16 para finalizar os shows pré-Knotfest.

Todas essas apresentações extras hypam mais ainda o festival principalmente pela expectativa de variações dos sets, onde cada banda pode trazer músicas que não tocam há mais tempo e, até quem sabe, algumas inéditas.

E aí fica o questionamento: será que o festival vai conseguir entregar o que está prometendo?