In Flames surpreende e lança seu melhor disco em mais de 20 anos

Forgone traz instrumental pesado e melodias únicas com a melhor produção possível

Capa: Nuclear Blast

In Flames é uma banda sueca de death metal melódico fundada em 1990. Com mais de 30 anos de carreira, são inevitáveis os altos e baixos da banda, e desde seu álbum Clayman de 2000, os fãs da banda vinham se  descontentando cada vez mais com os lançamentos.

Com as expectativas lá embaixo, Foregone traz uma grata e tremenda surpresa até para pessoas que não gostam do gênero. O Álbum Traz, além da essência das primeiras obras do grupo e Chris Broderick como novo guitarrista, uma produção incrível, letras e instrumentais poderosíssimos e um conceito fenomenal.

Foto: In Flames / Offizielles Promobild

The Beginning Of All Things That Will End começa o álbum de forma magistral, sendo um instrumental extremamente fácil de ouvir e épico. A calmaria é quebrada por State Of Slow Decay, lead single do álbum. A música começa rápida, com uma bateria incessante e um riff incrível, que se segue até um solo simples e lindo que prepara os ouvintes para um refrão grandioso.

A letra fala sobre a decadência da alma humana, e retrata isso como se fosse um local físico e corrompido pela sociedade, trazendo um ar de desespero e reflexão.

Meet Your Maker foi o terceiro single da obra, e é definitivamente o ponto mais alto de Foregone e determina o tom a ser decorrido durante o álbum. A música é perfeita, desde a intro até a outro, possui uma mão cheia de riffs pesados, vocais arrepiantes e batidas rápidas, finalizando em um solo assombroso. Bleeding Out traz um ritmo mais cadenciado e melódico.

É uma faixa mais focada nos vocais de Anders Fridén, demonstrando que o mesmo é capaz de berrar como uma besta e cantar como um anjo. A música fala sobre como o tempo pode ser impiedoso, principalmente para as pessoas que sofrem com seus demônios internos diariamente.

Foregone, Pt.1 Parece ter sido tirada diretamente de Clayman. A primeira parte de uma dupla de músicas é mais uma demonstração de um death metal melódico perfeito por parte da banda, é rápida, pesada durante toda sua duração, parando apenas na ponte, que abre a porta para um solo comovente que fecha a música perfeitamente.

Foregone, Pt. 2  é o contraponto da sua antecessora. A faixa é serena e magnífica, e bem focada em um instrumental progressivo acompanhado por uma letra poderosa, que fala novamente sobre uma sociedade corrompida e repleta de julgamentos, e sobre como isso afeta as pessoas que vivem nela, as condenando, fazendo-as andar no dia como vampiros

Foto: Neil A. Lim Sang

Pure Light Of Mind é uma música melancólica sobre amor. A letra conta do ponto de vista de alguém que está no seu leito de morte, desabafando com seu parceiro(a), que ele(a) é o motivo da pessoa ainda estar respirando.

É uma música poderosa e triste, que traz um sentimento de carinho e afeto grandioso, podendo transcender até as mais distantes barreiras do universo.

Foto: Patric Ullaeus

Quebrando o ar calmo, The Great Deceiver, segundo single do álbum, volta com um ritmo mais veloz e consistente. De forma energética, a faixa puxa o ouvinte para um desabafo mais pessoal da banda, fazendo referências ao fim do mundo e os anos de pandemia passados.

Com um início lento, mas potente, In The Dark traz novamente memórias das obras passadas do In Flames. Com um tom melancólico, guitarras melódicas e um refrão gigante, a música cativa e impressiona a cada segundo passado, sendo impossível não se tornar uma favorita do público durante os shows.

A Dialogue In B Flat Minor é uma música épica e peculiar. Ela se inicia com um riff rápido em lo-fi, dando o sentimento de que será incrivelmente pesada, e esse sentimento se estende até um refrão cheio de emoção.

A faixa consegue ser cativante e progressiva, traz um ar de esperança e grandiosidade a cada corda tocada e a cada sílaba cantada durante o chorus, e os versos vem como um antagonista, e trazem a sensação de desespero crescente.

Foto: Neil A. Lim Sang

Abrindo o fim do álbum, Cynosure  se inicia de forma paciente, com a presença de um vocal limpo e um baixo evidente e groovado. Só se cessa a calmaria quando chega o refrão, poderoso e imponente, demonstrando todo poder vocal de Anders, e sua química com a guitarra de Chris, provando que foi uma escolha mais que certa para o grupo.

A obra é um perfeito exemplo de como a resiliência é algo importantíssimo no processo criativo dos artistas. Mesmo com álbuns fraquíssimos nos últimos anos, muito chato por parte do público e da crítica, a banda sueca se ergueu e demonstrou perfeição em forma de death metal.

Não é apenas um prato cheio para fãs de In Flames, mas sim, um convite extremamente caloroso para pessoas novas no gênero se aprofundarem no universo da banda. É sem sombra de dúvidas um dos melhores projetos do grupo, tem carisma, poder e beleza infinitos, e apenas prova mais uma vez, o porquê IF é, e sempre será, uma das maiores bandas de metal da história.

Para Fãs de: Amorphis, Children of Bodom e Arch Enemy